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23/10/2001
-
13h03
RODRIGO MOURA
da Folha de S.Paulo
Como muitos eventos no cenário cultural brasileiro, a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo surgiu do desejo pessoal de seus realizadores. No caso, o jovem programador de cinema do Museu de Arte São Paulo, Leon Cakoff, então com 23 anos.
À frente da programação do museu desde 74, Cakoff criou a mostra em 77, com intenção de atender uma demanda que ele via reprimida entre os cinéfilos, a começar por ele próprio. "Era uma necessidade que eu tinha como espectador", conta o diretor das 25 edições do evento.
Outra barreira com a qual Cakoff teve de lidar era política, durante os anos do regime militar. "A censura passou um medo para as distribuidoras, mutilando os filmes." Diante desse cenário, foi criado um modelo de atuação que acabou se transformando no "modus operandi" por excelência da Mostra. "Passei a usar as relações diplomáticas. Era um jeito de furar o cerco, os filmes não passavam pela Polícia Federal", lembra.
Já na segunda edição, o evento trouxe ao Brasil o cinema cubano de Thomás Gutierrez Alea, premiado por "A Última Ceia", revelando suas intenções.
Após sete edições, Cakoff deixou o Masp, movido pelo que chama de "ciúme" do diretor Pietro Maria Bardi. "Não dava. Ou acabava com a Mostra ou saía."
Com um "leque de apoio internacional" já consolidado, passou a ocupar outros espaços da cidade, dando vazão a seu projeto original. A atenção às cinematografias fora dos grandes centros produtores se afirmou ainda mais como uma vocação. Depois de premiar o hoje badalado cineasta iugoslavo Emir Kusturica na sexta edição, por "Você se Lembra de Dolly Bell?", cineastas como o holandês Jos Stelling e o russo Serguei Paradjanov tiveram sua vez.
Em 1989, foi o polonês Krzysztof Kieslowski, duplamente laureado. Mais recentemente, o cinema independente americano foi contemplado: "Confiança", de Hal Hartley, e "Felicidade", de Todd Solondz, levaram prêmios em 91 e 98, introduzindo os cineastas para o público brasileiro.
Para fazer um balanço das bodas de prata -uma história de mudanças que começa nos primeiros 16 longas de 77 e chega à profusão de títulos de hoje, que exige que um programa de computador faça a programação-, a organização promete lançar no ano que vem um livro sobre suas 25 primeiras edições.
Leia notícias e programe-se para a 25ª Mostra Internacional de Cinema
Trajetória da Mostra priorizou cinematografias indies
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Como muitos eventos no cenário cultural brasileiro, a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo surgiu do desejo pessoal de seus realizadores. No caso, o jovem programador de cinema do Museu de Arte São Paulo, Leon Cakoff, então com 23 anos.
À frente da programação do museu desde 74, Cakoff criou a mostra em 77, com intenção de atender uma demanda que ele via reprimida entre os cinéfilos, a começar por ele próprio. "Era uma necessidade que eu tinha como espectador", conta o diretor das 25 edições do evento.
Outra barreira com a qual Cakoff teve de lidar era política, durante os anos do regime militar. "A censura passou um medo para as distribuidoras, mutilando os filmes." Diante desse cenário, foi criado um modelo de atuação que acabou se transformando no "modus operandi" por excelência da Mostra. "Passei a usar as relações diplomáticas. Era um jeito de furar o cerco, os filmes não passavam pela Polícia Federal", lembra.
Já na segunda edição, o evento trouxe ao Brasil o cinema cubano de Thomás Gutierrez Alea, premiado por "A Última Ceia", revelando suas intenções.
Após sete edições, Cakoff deixou o Masp, movido pelo que chama de "ciúme" do diretor Pietro Maria Bardi. "Não dava. Ou acabava com a Mostra ou saía."
Com um "leque de apoio internacional" já consolidado, passou a ocupar outros espaços da cidade, dando vazão a seu projeto original. A atenção às cinematografias fora dos grandes centros produtores se afirmou ainda mais como uma vocação. Depois de premiar o hoje badalado cineasta iugoslavo Emir Kusturica na sexta edição, por "Você se Lembra de Dolly Bell?", cineastas como o holandês Jos Stelling e o russo Serguei Paradjanov tiveram sua vez.
Em 1989, foi o polonês Krzysztof Kieslowski, duplamente laureado. Mais recentemente, o cinema independente americano foi contemplado: "Confiança", de Hal Hartley, e "Felicidade", de Todd Solondz, levaram prêmios em 91 e 98, introduzindo os cineastas para o público brasileiro.
Para fazer um balanço das bodas de prata -uma história de mudanças que começa nos primeiros 16 longas de 77 e chega à profusão de títulos de hoje, que exige que um programa de computador faça a programação-, a organização promete lançar no ano que vem um livro sobre suas 25 primeiras edições.
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