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24/10/2001
-
10h10
FABIO CYPRIANO
da Folha de S.Paulo, em Londres
A partir de amanhã, o British Museum, em Londres, apresenta 7.000 anos de história das tribos indígenas do Amazonas, em uma exposição concentrada com 220 peças. A mostra "Unknown Amazon", ou seja, Amazônia desconhecida, é uma co-produção entre o museu inglês e a associação BrasilConnects.
"Buscamos vincular passado e presente. Há peças com 7.000 anos, mas também objetos contemporâneos, recentemente coletados com os índios. É uma maneira de unir arqueologia e etnologia", disse à Folha Colin McEwan, um dos curadores da mostra e diretor da instituição britânica. Os demais responsáveis são os brasileiros Eduardo Neves e Cristiana Barreto.
Arte plumária, cerâmica marajoara e maraca e ainda utensílios de guerra fazem parte da exposição. Entretanto o conjunto apresentado com mais destaque pela mostra é uma série de esculturas encontradas na região do rio Trombetas, produzida entre os anos 900 e 1500.
Com isso, os curadores apostam em uma polêmica: não é possível garantir que as peças sejam feitas por índios brasileiros. "A iconografia delas é andina, mas nossa tese é que existiam redes de informação e também de troca, o que também faz parte de uma cultura. Por isso resolvemos apresentá-las", disse Neves.
A exposição acontece na Great Court do British Museum, a nova ala inaugurada no ano passado com projeto do arquiteto inglês Norman Foster. É a terceira mostra no espaço.
"O local é o palco central do museu e, como a América Latina está sub-representada no British, fiz questão de expor o Brasil no lugar mais nobre", disse McEwan.
Uma discreta cenografia foi realizada pelo escritório inglês At Large, que utiliza cenas do cineasta brasileiro Sérgio Bernardes. Ela já é considerada vanguarda no tradicional museu e custou cerca de US$ 500 mil para a BrasilConnects, segundo seu presidente, Edemar Cid Ferreira.
Acompanha a exposição um livro editado pelos três curadores, que foi publicado pelo museu. "Não é apenas um catálogo, mas um livro de referência com textos analíticos", disse McEwan. O museu está em busca de parcerias para publicar o livro em edição em português.
A mostra segue no British Museum até 2 de março de 2002. Depois, novas versões seguem para a Rússia, China e Estados Unidos.
Memória
Além de organizar as exposições, a BrasilConnects prepara também um trabalho de catalogação de todas as peças sobre o país em museus no exterior, que foram coletadas por pesquisadores estrangeiros, especialmente no século 19.
"Nosso objetivo também é resgatar a memória do Brasil no exterior", afirma Cid Ferreira. Para tanto, já foram firmados convênios com museus da Suécia, da Alemanha e da Rússia. "Em São Petersburgo há material de três expedições, sendo que duas delas nunca foram abertas", conta o presidente da entidade.
Já em Estocolmo, são seis conjuntos de expedições jamais expostos. A entidade pretende também identificar peças de coleções privadas.
Esse trabalho poderia ser feito por entidades públicas? "Eu prefiro que não, o governo deve ter outras prioridades. Eles só precisam dizer como deve ser feito, e eu busco patrocínio", diz Edemar Cid Ferreira.
Mostra em Londres reúne 220 peças de povos indígenas do Amazonas
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da Folha de S.Paulo, em Londres
A partir de amanhã, o British Museum, em Londres, apresenta 7.000 anos de história das tribos indígenas do Amazonas, em uma exposição concentrada com 220 peças. A mostra "Unknown Amazon", ou seja, Amazônia desconhecida, é uma co-produção entre o museu inglês e a associação BrasilConnects.
"Buscamos vincular passado e presente. Há peças com 7.000 anos, mas também objetos contemporâneos, recentemente coletados com os índios. É uma maneira de unir arqueologia e etnologia", disse à Folha Colin McEwan, um dos curadores da mostra e diretor da instituição britânica. Os demais responsáveis são os brasileiros Eduardo Neves e Cristiana Barreto.
Arte plumária, cerâmica marajoara e maraca e ainda utensílios de guerra fazem parte da exposição. Entretanto o conjunto apresentado com mais destaque pela mostra é uma série de esculturas encontradas na região do rio Trombetas, produzida entre os anos 900 e 1500.
Com isso, os curadores apostam em uma polêmica: não é possível garantir que as peças sejam feitas por índios brasileiros. "A iconografia delas é andina, mas nossa tese é que existiam redes de informação e também de troca, o que também faz parte de uma cultura. Por isso resolvemos apresentá-las", disse Neves.
A exposição acontece na Great Court do British Museum, a nova ala inaugurada no ano passado com projeto do arquiteto inglês Norman Foster. É a terceira mostra no espaço.
"O local é o palco central do museu e, como a América Latina está sub-representada no British, fiz questão de expor o Brasil no lugar mais nobre", disse McEwan.
Uma discreta cenografia foi realizada pelo escritório inglês At Large, que utiliza cenas do cineasta brasileiro Sérgio Bernardes. Ela já é considerada vanguarda no tradicional museu e custou cerca de US$ 500 mil para a BrasilConnects, segundo seu presidente, Edemar Cid Ferreira.
Acompanha a exposição um livro editado pelos três curadores, que foi publicado pelo museu. "Não é apenas um catálogo, mas um livro de referência com textos analíticos", disse McEwan. O museu está em busca de parcerias para publicar o livro em edição em português.
A mostra segue no British Museum até 2 de março de 2002. Depois, novas versões seguem para a Rússia, China e Estados Unidos.
Memória
Além de organizar as exposições, a BrasilConnects prepara também um trabalho de catalogação de todas as peças sobre o país em museus no exterior, que foram coletadas por pesquisadores estrangeiros, especialmente no século 19.
"Nosso objetivo também é resgatar a memória do Brasil no exterior", afirma Cid Ferreira. Para tanto, já foram firmados convênios com museus da Suécia, da Alemanha e da Rússia. "Em São Petersburgo há material de três expedições, sendo que duas delas nunca foram abertas", conta o presidente da entidade.
Já em Estocolmo, são seis conjuntos de expedições jamais expostos. A entidade pretende também identificar peças de coleções privadas.
Esse trabalho poderia ser feito por entidades públicas? "Eu prefiro que não, o governo deve ter outras prioridades. Eles só precisam dizer como deve ser feito, e eu busco patrocínio", diz Edemar Cid Ferreira.
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