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25/10/2001 - 03h26

"Acho a lei antitabagista exagerada", afirma produtora do Free Jazz

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da Folha de S.Paulo

Como toda criação, o Free Jazz é a cara de seu criador. Ou melhor, de sua criadora, a produtora carioca Monique Gardenberg, 40, da Dueto Produções. A um ano do último Free Jazz, Monique critica as leis antitabagistas que botarão fim ao festival e diz que deve se voltar de vez para o cinema -já dirigiu o longa "Genipapo" e um curta, "O Diário Noturno".

Leia, a seguir, trechos da entrevista com a produtora.
(CLAUDIA ASSEF)

Folha - O Free Jazz consolidou o que nesta edição aparece como uma característica forte: é um produto de vanguarda. Você enxerga um caráter educador na escalação dos artistas?
Monique Gardenberg -
O festival sempre se preocupou em mostrar novas tendências e projetar para um grande público nomes de importância histórica, mas pouco conhecidos. Para chamar a atenção e dar credibilidade a essa programação de ponta, tratávamos de ampará-la no prestígio de nomes consagrados. Com o passar do tempo, nos liberamos da necessidade do grande nome âncora para cada talento emergente.

Folha - Este é o penúltimo festival patrocinado pela marca de cigarro. A Dueto deve continuar no projeto?
Gardenberg -
A relação da Dueto com a Souza Cruz, ao longo destes 18 anos, tem sido extremamente feliz porque está baseada em dois princípios: o respeito e a confiança. Foi um casamento que deu certo. Não consigo pensar num novo marido... Apesar de estar querendo me dedicar ao cinema, nunca teria coragem de acabar com o Free Jazz com minhas próprias mãos. Mas, se o [José] Serra o fizer, vou parar para pensar na vida e dar uma virada.

Folha - O festival vai fechar no azul?
Gardenberg -
O festival fecha no azul porque tem o patrocínio da Souza Cruz, ela cobre aproximadamente 80% dos custos de produção. O restante vem da bilheteria e dos co-patrocinadores, UOL e Coca-Cola.

Folha - Pela primeira vez, há um palco dedicado à música eletrônica. Por que não há mais DJs brasileiros, num ano em que a eletrônica parece ter acontecido no país?
Gardenberg -
A idéia, para este ano apenas, era editar o [clube" Cream no Brasil. Assim, a programação foi montada pela equipe de programação deles. Temos planos especiais para os DJs brasileiros para o último Free Jazz.

Folha - O Brasil estaria maduro o suficiente para encarar apresentações sofisticadas, como Sigur Rós e Aphex Twin... Não estaria também maduro o suficiente para ter artistas nacionais em mais palcos? O festival não ganha assim um caráter muito internacionalista?
Gardenberg -
O Free Jazz é uma oportunidade, acima de tudo, de termos acesso a shows internacionais sofisticados, atrações não comerciais que jamais poderiam tocar individualmente no Brasil. Hoje é mais fácil trazer Madonna do que Sonic Youth ou Belle & Sebastian. Ou se faz megashow, bancado por patrocinador, ou não se faz muita coisa.

Folha - Com ingressos a preços pouco acessíveis para boa parte da população e escalação sofisticada, o Free Jazz é visto por alguns como um festival elitista. Há uma preocupação da organização do festival para torná-lo mais acessível?
Gardenberg -
O Free Jazz opera a preços de ingressos bem baixos. O público estudante, que hoje é maioria, paga R$ 15, R$ 20 e R$ 25 para ver os shows de apelo mais jovem. É claro que, para quem não tem o que comer, a comparação não ajuda em nada. O preço cobrado ainda é o mais baixo praticado para o que é oferecido e, se você comparar a qualquer temporada de show nacional de primeira linha nas principais casas de espetáculo do Brasil, você verá que nossos preços estão subsidiados. Graças à Souza Cruz...

Folha - Você já se incomodou com o fato de o festival ser bancado por uma empresa de cigarros?
Gardenberg -
Não. A lei é muito exagerada. Fico impressionada como o Ministério da Saúde criou um fato com isso tudo.

Folha - Você fuma?
Gardenberg -
Socialmente...


Prepare-se:

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