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26/10/2001 - 03h28

Após estrear no Rio, "O Xangô de Baker Street" chega a São Paulo

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LÚCIA VALENTIM RODRIGUES
da Folha de S.Paulo

A literatura brasileira em best-seller chega os cinemas paulistas hoje com a estréia de "O Xangô de Baker Street", adaptado do romance de Jô Soares. Da última sexta-feira até quarta, a estréia nas praças do Rio de Janeiro e de Brasília já rendeu público de 54 mil espectadores. Em São Paulo, o filme terá 43 cópias.

À primeira vista, o diretor Miguel Faria Jr. ("Stelinha", 1990) achou a obra literária original um "roteiro pronto", mas diz que foi só aparência. "Não foi fácil fazer a transposição para as telas, demorou bastante. O processo começou em 97, quando começamos a negociação dos direitos de filmagem. Só agora, finalmente, chega ao público", diz.

Jô Soares diz que "poderia ser feita uma adaptação tão boa quanto, mas melhor é impossível. Está classuda, está com humor. Vi [o filme" em Nova York, assim que saiu do laboratório. O Miguel [Faria Jr." pegou bem o espírito do livro. E a música do Edu Lobo é extraordinária. Tantos talentos reunidos para algo que saiu da minha cabecinha".

A trama, ambientada na belle époque carioca, em 1886, fala do furto de um violino Stradivarius, presente de d. Pedro 2º (Cláudio Marzo) a uma "amiga" da alta sociedade. A atriz francesa Sarah Bernhardt (Maria de Medeiros) sugere que o detetive inglês Sherlock Holmes (Joaquim de Almeida) venha investigar o caso, e ele acaba se envolvendo com um refinado "serial killer".

Faria Jr. diz que teve muita liberdade. "Conversei bastante com o Jô, mas só antes de começar a filmar. Achei que ele não ia gostar de ver seu livro cortado." Jô não participou nem da adaptação, iniciada por Patrícia Melo e terminada pelo diretor. "Meu envolvimento com o filme se resumiu a vender os direitos e a fazer uma participação, um dropes afetivo", diz o escritor, que interpretou um desembargador.

Oscar
O longa é um dos concorrentes a entrar na briga pelo Oscar de melhor filme estrangeiro.

Disputa com "Abril Despedaçado", de Walter Salles; "Tainá", de Tânia Lamarca e Sérgio Bloch; "Lavoura Arcaica", de Luiz Fernando Carvalho; "Bicho de Sete Cabeças", de Laís Bodanzki; "Memórias Póstumas", de André Klotzel; "Tolerância", de Carlos Gerbase; "Copacabana", de Carla Camurati; "A Hora Marcada", de Marcelo Taranto; e "Netto Perde Sua Alma", de Beto Souza e Tabajara Ruas. O escolhido, a ser levado ainda para apreciação em Hollywood, será anunciado na próxima segunda.

Jô Soares diz que não vai à cerimônia, em Los Angeles, mesmo que o filme venha a ser indicado. "Eu só iria se pudesse subir e pegar [o Oscar"", brinca.

Mas ele já avisa que pode se envolver mais com cinema: "Meu novo livro, o "Getúlio" ["O Homem que Matou Getúlio Vargas"], a exemplo de "Xangô", vem tendo críticas excelentes no exterior. O jornal "The Washington Post" pôs o livro nas alturas. E já tem gente interessada em filmar".


  • Colaborou Nelson de Sá, da Redação
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