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26/10/2001 - 03h34

Palco eletrônico do Free Jazz tem como destaque hoje Timo Maas

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BRUNA MONTEIRO DE BARROS
da Folha de S.Paulo

Tecno, trance, tecno-trance, progressive house, funky tecno. O som do top DJ alemão Timo Maas, atração principal da primeira noite do clube Cream no Free Jazz, que começa hoje em São Paulo, pode ser tudo e pode ser nada. Pela definição do DJ dada à Folha, "é Timo-sound, pois não é possível dar um nome".

O grande mérito desse DJ é ter descoberto uma fórmula eficaz "populista" de dance music eletrônica. Residente do megaclube de Liverpool, Maas toca para grandes platéias, vive nas páginas de revistas, remixou Madonna, conquistou os EUA, aparece na internet dando autógrafos e cumprimentando fãs e tem em Ibiza o lugar ideal para curtir uma praia.

Maas é mainstream, é do circuito comercial, o que não é obrigatoriamente ruim. Suas batidas secas, rápidas, mas não muito, agradam aos ouvidos mais acostumados ao tecno; os timbres agudos e sons psicodélicos resgatam as mentes mais voltadas para o trance; inserções funkeadas e grooveadas dão liga à mistura. E Maas agrada a uma pista aberta a bater os pés e levantar as mãos. Mas pode fazer os mais radicais -tanto para a lenha quanto para a psicodelia- torcerem o nariz.

O alemão conta que mostrará em seu set faixas do seu terceiro disco de produções: "Tocarei algumas músicas bem frescas". Mas não abre muito sobre o novo álbum: "Está finalizado, mas, pssst, é um segredo. Será uma grande surpresa para muitas pessoas e estará nas lojas em abril".

Além de suas produções, Maas tem no seu "top dez" faixas de X-Press2 e Hernan Cattaneo -que também se apresentam no festival- e costuma tocar nomes como Fatboy Slim e Placebo. 4:twenty é o seu selo, que ele cita, ao lado de Junior, Skint e SAW, como fonte de discos.

Populista também no discurso, quando questionado sobre o ambiente ideal para um discotecagem perfeita, Maas -que diz que só dança depois de duas garrafas de vodca- se saiu com essa: "Espero que seja São Paulo".

Maas conta, como DJ e produtor, mais de cem singles, com projetos lançados com vários nomes e estilos, por selos como Perfecto, FFFR, Hooj Choons, Bush e outros. E tem dois álbuns de produções próprias: "Music for the Maases" (Hope Records/ 2000) e "Connect" (Kinect Record/2001).

As outras atrações da pista de hoje do Free Jazz 2001 -consagrado como o mais eletrônico de todos- são o holandês Sander Kleinenberg, o argentino Hernan Cattaneo e o inglês Yousef. A abertura é do brasileiro Mau Mau.

Outro "resident superstar" do clube Cream, Yousef tem seu som mais voltado para o house. Surgido de um concurso de novos talentos da revista inglesa "Muzik" -o Bedroom Bedlam Competition 99-, há poucas semanas foi consagrado também o melhor DJ revelação do ano pelo Muzik Awards 2001. "Acredito que o sucesso do meu som venha por causa da minha paixão pelo que faço e pelo fato de eu evitar grandes hits e tocar mais underground", disse Yousef à Folha.

Ele descreve seu set como "torcido, divertido, com toques de soul e de batidas latinas" e conta que garimpa sons de selos como Siesta e Electric Soul. Se pudesse ter o clube perfeito, misturaria o Cream com o Pacha, de Ibiza. E conta que, fora do trabalho, gosta de ouvir mais soul e avisa: "Rock e trance, nunca!". Yousef tem duas compilações: "The Sun After the Dark" e "House Odissey".

Já o argentino Hernan Cattaneo saiu de Buenos Aires para ganhar a Cream graças ao apadrinhamento do top Paul Oakenfold, que há alguns anos descobriu a América do Sul. Já na Europa, seu progressive house - "sempre deep e groovie"- caiu no gosto dos também consagrados Sasha e John Digweed.

Para Cattaneo, o nome do lugar onde está tocando não é o que mais interessa: "Você pode ter o set perfeito se tiver um público apropriado". O argentino diz que a cena eletrônica em seu país é forte e consistente, mas não é uma coisa massiva. "Os DJs argentinos são bons e têm personalidade forte, por isso sou otimista quanto à dance music na Argentina."

Outro que ataca de progressive é o holandês Sander Kleinenberg. Consolidado como produtor, ele emplacou o hit "My Lexicon", gravado na coletânea "Ibiza - Global Underground" (99), mixado por Sasha. Paul van Dyk, Júnior Vasques e Digweed tocaram a faixa. Kleinenberg produz desde 93 e tem muitos lançamentos sob o projeto Free Frog.

A abertura da pista fica a cargo de Mau Mau, top DJ brasileiro que se consolidou na cena com sua passagem pelo Hell's (primeiro e lendário after-hours paulistano), de 94 a 98. Residente das noites Technova (Lov.e, sextas), Housemania (Jazzy, quartas) e Hello (projeto mensal do Pix), Mau deve fazer um set mais voltado para o tech-house.

Crise inglesa
Na revista inglesa "The Face", de outubro, um texto sob o nome "Blood on the dancefloor" ("Sangue na pista de dança") mostra que uma crise vem acometendo os grandes clubes ingleses. Donos e produtores confirmam que o rendimento do negócio tem caído cerca de 10% ao ano. Segundo a reportagem, os motivos seriam mudanças na legislação, os salários dos top DJs cada vez maiores, a crise na música eletrônica e as constantes invasões da polícia.

Uma das alternativas vislumbradas pelos empresários que constam da reportagem -entre eles John Hill, do Golden, e James Barton, do Cream- seria o investimento em turnês internacionais.

Assim, o Cream vai descobrindo a América do Sul: seus top DJs -e outros não tão tops- estão no Free Jazz; no próximo dia 10, acontece em Buenos Aires a versão argentina do Creamfields -conceituado festival itinerante promovido pelo clube. E Timo Maas passará ainda por Montevidéu (Uruguai) e Lima (Peru).


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