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30/10/2001
-
21h00
CARLA NASCIMENTO
da Folha Online
A atriz e jornalista Niloufar Pazira, que fez o papel principal do filme "O Caminho para Kandahar", em cartaz na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, não poupou críticas ao governo americano em relação aos bombardeios feitos contra o Afeganistão. Ela também critica a imprensa.
A jornalista, que viveu a infância em Cabul, capital afegã, e atualmente mora no Canadá, contou como viveu horrores da guerra travada pelo seu país para expulsar as tropas da ex-União Soviética que haviam ocupado o Afeganistão.
"Eu vivi na pele a guerra. É uma violência terrível, que não leva a nada. O povo não está preocupado com o Taleban, eles só se preocupam em sobreviver... Os bombardeios deixam as pessoas com ódio", disse.
Para a jornalista, nos Estados Unidos e em países ocidentais, sabe-se pouco sobre o que acontece no Afeganistão. "Para os países ocidentais, a guerra é como se fosse uma abstração, como um filme de Hollywood, com mocinhos e bandidos", afirmou.
Na opinião de Pazira, a opressão a que as mulheres são submetidas no Afeganistão está sendo usada para justificar os bombardeios. " A TV mostra mulheres totalmente cobertas para dizer: 'Nós vamos entrar no seu país para acabar com isso'", disse.
Para a jornalista, os americanos estão tão às escuras quanto os afegãos sobre o conflito; a única diferença é que os americanos têm internet.
Apesar de considerar os atentados que destruíram as torres gêmeas do World Trade Center -em Nova York no dia 11 de setembro passado- um crime contra a humanidade, ela disse que "com certeza têm pessoas que têm datas mais importantes do que essas".
A jornalista chamou a atenção para que a mídia e a população façam perguntas mais profundas. "A imagem que os americanos têm de si próprios é a de perfeição e bondade absoluta e aí fica difícil eles imaginarem porque isso [os atentados] aconteceu...Eles acreditam que o mundo está dividido entre bárbaros e civilizados e que eles são os civilizados... Eu espero que depois da raiva venha o entendimento", disse.
Leia mais:
"Os americanos sabem pouco sobre o Afeganistão", diz atriz afegã
Atriz propõe desarmamento de afegãos para acabar com conflitos
Conheça o filme "O Caminho para Kandahar"
Leia notícias e programe-se para a 25ª Mostra Internacional de Cinema
Leia o noticiário sobre a guerra
Para atriz afegã, "bombardeios deixam as pessoas com ódio"
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da Folha Online
A atriz e jornalista Niloufar Pazira, que fez o papel principal do filme "O Caminho para Kandahar", em cartaz na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, não poupou críticas ao governo americano em relação aos bombardeios feitos contra o Afeganistão. Ela também critica a imprensa.
A jornalista, que viveu a infância em Cabul, capital afegã, e atualmente mora no Canadá, contou como viveu horrores da guerra travada pelo seu país para expulsar as tropas da ex-União Soviética que haviam ocupado o Afeganistão.
"Eu vivi na pele a guerra. É uma violência terrível, que não leva a nada. O povo não está preocupado com o Taleban, eles só se preocupam em sobreviver... Os bombardeios deixam as pessoas com ódio", disse.
Para a jornalista, nos Estados Unidos e em países ocidentais, sabe-se pouco sobre o que acontece no Afeganistão. "Para os países ocidentais, a guerra é como se fosse uma abstração, como um filme de Hollywood, com mocinhos e bandidos", afirmou.
Na opinião de Pazira, a opressão a que as mulheres são submetidas no Afeganistão está sendo usada para justificar os bombardeios. " A TV mostra mulheres totalmente cobertas para dizer: 'Nós vamos entrar no seu país para acabar com isso'", disse.
Para a jornalista, os americanos estão tão às escuras quanto os afegãos sobre o conflito; a única diferença é que os americanos têm internet.
Apesar de considerar os atentados que destruíram as torres gêmeas do World Trade Center -em Nova York no dia 11 de setembro passado- um crime contra a humanidade, ela disse que "com certeza têm pessoas que têm datas mais importantes do que essas".
A jornalista chamou a atenção para que a mídia e a população façam perguntas mais profundas. "A imagem que os americanos têm de si próprios é a de perfeição e bondade absoluta e aí fica difícil eles imaginarem porque isso [os atentados] aconteceu...Eles acreditam que o mundo está dividido entre bárbaros e civilizados e que eles são os civilizados... Eu espero que depois da raiva venha o entendimento", disse.
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