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16/11/2001
-
00h04
GIOVANA GIRARDI
editora de Educação da Folha Online
Na última quarta-feira (14), coloquei o relógio para despertar às 9h, mas às 8h já estava de pé, de banho tomado e escolhendo o que vestir no guarda-roupa. Obviamente tinha de ser preto, seguindo à risca o uniforme de Hogwarts, a escola de bruxaria mais famosa de todos os tempos.
Sim, estava me preparando para ver uma sessão exclusiva para a imprensa brasileira de "Harry Potter e a Pedra Filosofal", adaptação para o cinema do primeiro livro da série que conta a história do jovem bruxo.
Acabei deixando minha capa de lado, afinal de contas, todo mundo ali era jornalista e eu não queria pagar um mico tão grande assim, mas não resisti e levei na bolsa meus óculos de aro redondo preto, com o devido remendo branco no meio. Sentei na segunda fila para não perder nada e, claro, fiquei contando os minutos para a exibição começar.
A possibilidade de ver na tela tudo o que se sonha quando se lê um livro como Harry Potter é fantástica, mas também pode ser decepcionante.
Para felicidade dos fãs, estão no filme todos os elementos que até então estavam restritos à imaginação: Harry ultrapassando a parede que separa as plataformas 9 e 10 na estação de trem para chegar à 9 ¾; os sapos de chocolate (eles pulam!!!), a capa de invisibilidade, o chapéu seletor, as criaturas mágicas, como o trasgo e o "Fofo", a coruja Edwiges e, claro, o jogo de quadribol.
Este aliás, superou as minhas expectativas. O jogo é muito bacana. As vassouras, os balaços, as goles e o pomo de ouro. Tudo tem uma sincronia perfeita e, posso garantir, é infinitamente mais divertido que o nosso futebol. Imaginem a nossa seleção canarinho sobre vassouras... Muito melhor que correndo nos gramados.
Os personagens também foram bem caracterizados. O ator Robbie Coltrane faz o gigante Rúbeo Hagrid perfeito. Os professores Dumbledore (Richard Harris), McGonagall (Maggie Smith) e Snape (Alan Rickman) são como eu imaginava. E a dupla de amigos do bruxinho órfão, Rony (Rupert Grint) e Hermione (Emma Watson), é fantástica. Já o ator principal, Daniel Radcliffe, é muito fofo, tem a cara do Harry, mas não demonstra tanta expressividade.
No filme faltam justamente os aspectos psicológicos e emocionais que envolvem tanto o leitor na trama. Todo o sofrimento que Harry passa na casa dos tios, a pobreza em que ele é obrigado a viver e o choque que foi deixar tudo aquilo para viver em Hogwarts não foram muito explorados. Sem contar a confusão que ele sente por saber que é famoso da noite para o dia. No filme isso parece natural demais.
Pouco é explicado também sobre as maldades cometidas por Lord Voldemort. Não fica claro o medo que todo mundo tem até mesmo em pronunciar o seu nome.
Outra coisa fundamental que não aparece é a rejeição que Harry sofre na escola depois de perder pontos no Campeonato de Casas porque ele, Rony e Hermione ficaram perambulando pela escola à noite. No filme ele é tratado como herói, sem mostrar os apuros que ele passa com os colegas do colégio.
Mas acho que no final fiquei muito mais encantada que frustrada, apesar de o filme de fato não ter muita coisa que qualquer leitor mais atento vá sentir falta. A explicação mais óbvia é o tempo. Se o filme tivesse toda a riqueza de detalhes apresentada no livro, poderíamos reservar bem umas oito horas para ver tudo. Ok, tenho de confessar que adoraria, mas não posso dizer o mesmo do resto do mundo. Sendo assim...
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"Harry Potter" deveria ter oito horas para contar tudo
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Na última quarta-feira (14), coloquei o relógio para despertar às 9h, mas às 8h já estava de pé, de banho tomado e escolhendo o que vestir no guarda-roupa. Obviamente tinha de ser preto, seguindo à risca o uniforme de Hogwarts, a escola de bruxaria mais famosa de todos os tempos.
Sim, estava me preparando para ver uma sessão exclusiva para a imprensa brasileira de "Harry Potter e a Pedra Filosofal", adaptação para o cinema do primeiro livro da série que conta a história do jovem bruxo.
Acabei deixando minha capa de lado, afinal de contas, todo mundo ali era jornalista e eu não queria pagar um mico tão grande assim, mas não resisti e levei na bolsa meus óculos de aro redondo preto, com o devido remendo branco no meio. Sentei na segunda fila para não perder nada e, claro, fiquei contando os minutos para a exibição começar.
A possibilidade de ver na tela tudo o que se sonha quando se lê um livro como Harry Potter é fantástica, mas também pode ser decepcionante.
Para felicidade dos fãs, estão no filme todos os elementos que até então estavam restritos à imaginação: Harry ultrapassando a parede que separa as plataformas 9 e 10 na estação de trem para chegar à 9 ¾; os sapos de chocolate (eles pulam!!!), a capa de invisibilidade, o chapéu seletor, as criaturas mágicas, como o trasgo e o "Fofo", a coruja Edwiges e, claro, o jogo de quadribol.
Este aliás, superou as minhas expectativas. O jogo é muito bacana. As vassouras, os balaços, as goles e o pomo de ouro. Tudo tem uma sincronia perfeita e, posso garantir, é infinitamente mais divertido que o nosso futebol. Imaginem a nossa seleção canarinho sobre vassouras... Muito melhor que correndo nos gramados.
Os personagens também foram bem caracterizados. O ator Robbie Coltrane faz o gigante Rúbeo Hagrid perfeito. Os professores Dumbledore (Richard Harris), McGonagall (Maggie Smith) e Snape (Alan Rickman) são como eu imaginava. E a dupla de amigos do bruxinho órfão, Rony (Rupert Grint) e Hermione (Emma Watson), é fantástica. Já o ator principal, Daniel Radcliffe, é muito fofo, tem a cara do Harry, mas não demonstra tanta expressividade.
No filme faltam justamente os aspectos psicológicos e emocionais que envolvem tanto o leitor na trama. Todo o sofrimento que Harry passa na casa dos tios, a pobreza em que ele é obrigado a viver e o choque que foi deixar tudo aquilo para viver em Hogwarts não foram muito explorados. Sem contar a confusão que ele sente por saber que é famoso da noite para o dia. No filme isso parece natural demais.
Pouco é explicado também sobre as maldades cometidas por Lord Voldemort. Não fica claro o medo que todo mundo tem até mesmo em pronunciar o seu nome.
Outra coisa fundamental que não aparece é a rejeição que Harry sofre na escola depois de perder pontos no Campeonato de Casas porque ele, Rony e Hermione ficaram perambulando pela escola à noite. No filme ele é tratado como herói, sem mostrar os apuros que ele passa com os colegas do colégio.
Mas acho que no final fiquei muito mais encantada que frustrada, apesar de o filme de fato não ter muita coisa que qualquer leitor mais atento vá sentir falta. A explicação mais óbvia é o tempo. Se o filme tivesse toda a riqueza de detalhes apresentada no livro, poderíamos reservar bem umas oito horas para ver tudo. Ok, tenho de confessar que adoraria, mas não posso dizer o mesmo do resto do mundo. Sendo assim...
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