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11/07/2000 - 04h37

Semana de Moda é vitrine para novatos

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ALBERTO SANTIAGO, da Folha de S.Paulo

Até quinta-feira, dia 13, acontece num galpão no bairro da Barra Funda, em São Paulo, a 8ª Semana de Moda, que ganhou o subtítulo Casa de Criadores. Nesta edição, a estimativa dos organizadores do evento, que foi aberto ontem pelo projeto Lab, é receber 1.500 pessoas por dia.

Com o maior patrocínio obtido desde a sua criação, em maio de 97 (R$ 40 mil), o evento criado pelo jornalista André Hidalgo conta este ano com R$ 1 milhão e apresenta 22 desfiles. A semana teve início com a apresentação de um projeto composto por seis "novíssimos" e continua hoje com nomes já conhecidos entre o público de moda.

Entre os estreantes do evento estão Marúzia Fernandes, que apresenta roupas feitas à mão com fibras naturais, e Fábia Bercsek, assistente de Alexandre Herchcovitch. No casting de veteranos estão Caio Gobbi, Mario Queiroz, Carlota Joaquina, A Mulher do Padre, Jotta Sybbalena, Marcelo Quadros, Mareu Nitschke, Jeziel Moraes, Slam, Jum Nakao e Ronaldo Fraga.

"Historicamente, os destaques de cada edição sempre são os estreantes", diz André Hidalgo. "Isso deve acontecer agora com Fábia ou Marúzia."
Formada no ano passado pela faculdade de moda Santa Marcelina, Fábia Bercsek pretende trazer à tona com sua coleção o universo das garotas "riot", geração surgida há duas décadas que se desencantou com o movimento punk, passou pelo grunge e criou um estilo próprio, pautado por um novo feminismo e embalado pelo som de bandas como Hole, de Courtney Love ("o riot mais caricato", segundo a estilista), e Chicks on Speed.

A estilista aposta em tramas de tricô onde os fios aparecem soltos, em cores fortes e sem nuances, como pink, mostarda e vinho e em pouca estamparia. Destaca-se a frase "dor e vitória = amor", escrita em húngaro e "silkada" em algumas peças.

Diariamente, durante a semana, serão sorteadas cerca de 130 pessoas da platéia que, junto a um corpo de jurados composto por jornalistas e especialistas em moda, votarão em seus desfiles favoritos, classificando-os com notas de 0 a 10. Somadas, as avaliações determinarão daqui a duas temporadas a permanência de cada grife no evento.

Parceria

Também hoje, o mineiro Ronaldo Fraga e o paulistano Jum Nakao apresentam uma troca de identidades em seus desfiles. Durante uma visita a Fraga, Nakao acertou com ele uma parceria inédita. Um vai interpretar o estilo do outro na passarela.

Mais novidades virão com a marca Cavalera, desenhada por Thaís Losso, que mostra hoje modelagens mais justas e maior variedade de tecidos. "A Cavalera quer ser mais elegante, mas não perdeu seu humor", avisa Cesar Fassina, "stylist" deste e de mais cinco desfiles do evento.

Mais uma vez recordista de "styles" na semana, Fassina é responsável ainda pelo visual dos desfiles das grifes Carlota Joaquina, de Carla Fincato, assistente da estilista Glória Coelho; V. Rom, de Rogério Hideki e Vitor Santos; Mario Queiroz, Jeziel Moraes e a parte masculina da Gobbi Jeans. "Jeziel vai mostrar um homem "rico", do tipo que anda de barco e viaja à ilha de Capri", diz Fassina. "Para Mario, estamos trabalhando com referências japonesas, o que combina com a coleção. Gobbi terá rapazes com maquiagem forte, meio kitsch".

Caio Gobbi, da Gobbi Jeans, marca, com sua sexta participação na semana, o início de uma fase mais comercial da grife. "Estamos industrializando o jeans. Tudo virá com rebites e botões personalizados", diz. "Gastamos R$ 35 mil com a coleção, R$ 15 mil a mais do que na passada. Mas, pela primeira vez, desenho uma coleção que irá toda para a loja, algo que sempre quis."

Inspirado na cultura pop, Gobbi faz líderes de torcida de beisebol e "showgirls" desfilarem peças em crepe de malha com as listras da bandeira dos EUA e logotipadas com o nome da grife, algo já típico do estilista.

Além de Gobbi, a semana já lançou nomes como Marcelo Sommer, um dos estilistas do MorumbiFashion Brasil, e Giuliano Menegazzo, da Slam, grife que se tornou conhecida pelo uso do náilon e que, este ano, procura dissociar-se desse material. "A Slam começou a ficar muito marcada pelo náilon", diz Menegazzo, que se inspirou em Harajuku, bairro de Tóquio onde os jovens costumam sair com elaboradas produções, para criar roupas com algodão resinado e microfibras com textura de sarja.

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