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23/11/2001 - 03h56

Banda precursora do uso do sintetizador lança 8º disco, "Secrets"

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CLAUDIA ASSEF
da Folha de S.Paulo

Em 2001, o trio inglês Human League completa 25 de estrada... com corpinho de 15. Com o recém-lançado "Secrets", oitavo disco da carreira, o grupo deu um olé nas dúzias de bandas novas que tentam soar como a nata do "synth pop", música eletrônica dos anos 80 movida a sintetizador. Além do Human League, o "synth pop" tinha como representantes os também ingleses Depeche Mode e Soft Cell.

O Human League foi tão importante para a década de 80 quanto o U2 para a de 90. O trio Philip Oakey, Joanne Catherall e Susan Anne Gayle plantou hinos da época, como "Don't You Want me?", "Human" e "(Keep Feeling) Fascination". E passou a ditar uma estética chique e carregadíssima.

Philip Oakey, 46, ex-porteiro de hospital que virou a voz do Human League no final dos anos 70, contou à Folha que nem sempre foi fácil manter tanta pose. "Fomos demitidos da gravadora em 96 e tivemos de fazer uns bicos antes de conseguirmos contrato com a [gravadora] Papillon", disse por telefone, em entrevista exclusiva para o Brasil.
Leia, a seguir, a íntegra.

Folha - "Secrets" é uma resposta às novas bandas que soam como se vivessem na década de 80?
Philip Oakey -
Não chega a tanto. Acho legal que essas bandas existam, mas o som delas não é algo que me chame muita atenção. Tenho me surpreendido com o som do Daft Punk, por exemplo, e do Faithless. Eles com certeza não tentam loucamente soar datados. Entre as bandas que soam bem anos 80, gosto muito do Ladytron, acho que eles chegam bem perto da sonoridade do Human League no início dos 80. E sobre música em geral, hoje o meu cara favorito é o [DJ e produtor americano" Felix da Housecat. Adooooooro.

Folha - O que vocês fizeram desde o último disco ["Octopus", de 95"?
Oakey -
Você tem bastante tempo? [risos". Fomos demitidos da gravadora em 96 e tivemos de fazer uns bicos, como ser a banda de apoio do Culture Club, para ganhar alguma grana antes de conseguirmos contrato com a [gravadora] Papillon. O negócio é que somos uma banda cara de manter [risos]. É sério, gravar um disco nosso custa uma fortuna, precisamos de equipamentos legais, produtores de bom gosto... Mas, mesmo durante esse tempo de grana curta, fomos reunindo idéias, fazendo músicas.

Folha - Talvez esse disco soe tão vigoroso porque vocês não tinham compromisso com gravadora...
Oakey -
Com certeza isso teve seu peso. "Secrets" é um disco que a gente tinha vontade de fazer há 20 anos. É difícil falar que é o melhor, parece que estou tentando vender. Mas adoro esse disco!

Folha - Vocês já têm datas de shows no Reino Unido. Planejam uma turnê mundial?
Oakey -
Olha, é só chamar e pagar um pouquinho que a gente vai para qualquer lugar [risos". Seria o máximo ir para o Brasil.

Folha - Vocês foram um dos primeiros grupos pop a lançar disco de remixes. Há planos de fazer um álbum só para pista com as músicas de "Secrets"?
Oakey -
Na verdade já há um disco pronto, só com o instrumental das músicas de "Secrets". Só que ainda não mostramos para a gravadora, sei lá o que vão achar. Sempre pensei no Human League como um grupo que faz música para pista. Ainda mais agora, que a cena dance anda revigorada. Estou muito empolgado com a música eletrônica atual. Faz uns quatro anos que voltei a sair à noite e estou gostando muito da balada. Adoro que estejam recuperando a sonoridade de Kraftwerk, KLF, Giorgio Moroder.

Folha - O que você acha do resgate da estética dos anos 80?
Oakey -
Nos anos 80 tudo era feito de modo mais ingênuo. Agora, mesmo os erros daquela década são repetidos de forma calculada. Na música, por exemplo, hoje tudo soa muito perfeito. Ninguém precisa mais cantar bem para arrasar num disco. Isso me deixou aflito ao fazer "Secrets".
 

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