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04/12/2001 - 11h15

Após um ano, acaba a "novela" da renovação de Boni com a Globo

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RICARDO FELTRIN
Colunista da Folha Online

Anunciada na noite de ontem, a renovação do contrato de Boni com a Globo por dois anos (retroativo a maio) encerra a mais difícil e longa negociação de um profissional de TV que se tem notícia. Durou quase 12 meses e teve de tudo: blefes dos dois lados, ameaças de guerra judicial, assédio, "racha" na opinião de diretores da Globo e, por fim, uma trégua acertada a até pelo menos maio de 2003.

O contrato de Boni venceu entre abril e maio deste ano, mas desde novembro do ano passado, sabendo do assédio do SBT, a direção da Globo já procurava o executivo para renovar .

A primeira proposta apresentada era semelhante ao contrato que estava por terminar: cerca de US$ 1,5 milhão para Boni continuar em casa, sem fazer nada, e seguir sem poder algum.

Longe da TV desde o final de 1997, substituído por Marluce Dias, Boni não aceitou. Decidiu se abrir para conversar com donos de outras emissoras e ouvir propostas. Silvio Santos (SBT), Johnny Saad (Band) e até a Rede TV! passaram a cortejar o ex-superintendente artístico e de operações da Globo.

Silvio Santos era quem mais atraía o executivo.

Pressionada, a Globo chegou a quase fechar a renovação com Boni em agosto deste ano, conforme antecipou à época a coluna Ooops! (clique aqui para ler).

O empecilho foi uma exigência de Boni: ele queria retransmitir a programação da Globo em sua nova TV, uma concessão recebida do governo em Taubaté (interior de SP).

O problema é que a região (Vale do Paraíba), a segunda mais rentável do país, já era coberta pela TV Vanguarda Paulista: tão lucrativa que é mantida apenas pela família Marinho, ao contrário de outras localidades, que são "repassadas" a outras famílias poderosas, como a RBS no Sul do país (dos Sirotsky) ou a Globo na Bahia (dos Magalhães).

A Globo refugou a proposta depois de praticamente aceitá-la. Isso teria irritado Boni, que decidiu partir para a conversa aberta com Silvio Santos.

A proposta do dono do SBT teria "balançado" Boni, pela primeira vez em sua vida: 30% em ações da emissora, um salário nababesco de R$ 2 milhões, a retransmissão da programação no canal de Boni em Taubaté e outros "bonifícios", conforme publicou Ooops! no dia 7 de novembro último (clique aqui para ler).

Com uma dívida milionária (reajustada em dólares), com queda de receita cada vez maior (devido à crise no mercado) e com índices de audiência capengando (graças à pulverização de canais e alguma "rapidez" da concorrência), a Globo teve de jogar a toalha. Queira ou não, a ida de Boni para o SBT causaria choque no mercado publicitário.

Um terremoto suficiente para valorizar a rival da Globo e fazê-la ganhar mais receita. Muito mais receita publicitária.

Pelo contrato encerrado este ano com a Globo, Boni teria de ficar até maio de 2003 de "quarentena", sem receber nada. Ele até pensou em questionar essa cláusula _antes aceita_ na Justiça, mas deve ter sido demovido por seus advogados. Talvez não valesse a pena brigar. Afinal, após 2003, ele estará livre.

Se não ia receber nada nos próximos dois anos, agora Boni vai. E muito. Mas esses "detalhes" financeiros ninguém vai saber tão cedo.

Leia mais:
  • Boni renova por 2 anos com a Globo

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