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07/12/2001
-
10h41
ALVARO MACHADO
do Guia da Folha
O ano não termina antes que o CCBB ofereça um autêntico presente, sua mostra de maior substância até o momento. "Gráfica Utópica" é um longo passeio em que, seguindo o fio de Ariadne de cartazes russos feitos entre 1904 e 1942, o visitante vai tecendo o panorama da mais fascinante história política do século 20.
Numa façanha de pesquisador, o mineiro Evandro Salles coletou em três museus da ex-URSS 143 obras dignas de uma grande tradição de comunicação social, que remonta a litografias narrativas do século 16. É surpreendente que tenham sido conservadas cópias de impressos descartáveis, porém de enorme poder de síntese, verdadeira usina de idéias convertidas em imagens, com a aliança de caracteres da escrita tornados ícones expressivos.
Um dos artistas presentes é o gigante da poesia moderna russa, Maiakovski (também desenhista), que se matou antes de sucumbir à uniformização imposta pelo realismo socialista, exemplificada na última parte da mostra. Mesmo nesta, porém, percebe-se que as conquistas estéticas dos anos 1917-30 (no construtivismo de Rodchenko, Lissitski e outros) se arraigaram, brotando até mesmo na excelência de colorização de exemplares bastante kitsch.
Da celebração de vitórias em guerras oitocentistas à urgência da propaganda socialista, da divulgação de espetáculos experimentalistas dos anos 20 à publicidade de filmes, cigarros ou galochas, a mostra testemunha que tudo podia ser reinterpretado à luz de um entusiasmo muito humano, num tempo em que a arte se investia de responsabilidades revolucionárias.
O quê: "Gráfica Utópica"
Onde: Centro Cultural Banco do Brasil (r. Álvares Penteado, 112, região central, tel. 3113-3652)
Quando: ter. a dom., das 12h às 18h30. Até 14/2.
Exposição "Gráfica Utópica" revela parte da história da URSS
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do Guia da Folha
O ano não termina antes que o CCBB ofereça um autêntico presente, sua mostra de maior substância até o momento. "Gráfica Utópica" é um longo passeio em que, seguindo o fio de Ariadne de cartazes russos feitos entre 1904 e 1942, o visitante vai tecendo o panorama da mais fascinante história política do século 20.
Numa façanha de pesquisador, o mineiro Evandro Salles coletou em três museus da ex-URSS 143 obras dignas de uma grande tradição de comunicação social, que remonta a litografias narrativas do século 16. É surpreendente que tenham sido conservadas cópias de impressos descartáveis, porém de enorme poder de síntese, verdadeira usina de idéias convertidas em imagens, com a aliança de caracteres da escrita tornados ícones expressivos.
Um dos artistas presentes é o gigante da poesia moderna russa, Maiakovski (também desenhista), que se matou antes de sucumbir à uniformização imposta pelo realismo socialista, exemplificada na última parte da mostra. Mesmo nesta, porém, percebe-se que as conquistas estéticas dos anos 1917-30 (no construtivismo de Rodchenko, Lissitski e outros) se arraigaram, brotando até mesmo na excelência de colorização de exemplares bastante kitsch.
Da celebração de vitórias em guerras oitocentistas à urgência da propaganda socialista, da divulgação de espetáculos experimentalistas dos anos 20 à publicidade de filmes, cigarros ou galochas, a mostra testemunha que tudo podia ser reinterpretado à luz de um entusiasmo muito humano, num tempo em que a arte se investia de responsabilidades revolucionárias.
O quê: "Gráfica Utópica"
Onde: Centro Cultural Banco do Brasil (r. Álvares Penteado, 112, região central, tel. 3113-3652)
Quando: ter. a dom., das 12h às 18h30. Até 14/2.
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