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07/12/2001 - 12h12

"Paixão e Sedução" mostra o início da intimidade entre um casal

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LÚCIA VALENTIM RODRIGUES
da Folha de S.Paulo

Compromisso. Ou a falta dele. Essa é a chave para entender "Paixão e Sedução", longa de estréia do australiano Jonathan Teplitzky na direção. O caso entre um fotógrafo e uma estilista, ambos à procura de sexo casual, começa com duração de apenas uma noite. Que acaba se estendendo por três dias. E, quem sabe?, até mais, esbarrando na eterna necessidade humana de intimidade.

"O desejo deles por algo mais é tão grande que os dois sempre voltam procurando mais. A partir do momento em que você dispara a energia da atração sexual, é realmente difícil abandonar tudo", diz o diretor, que prefere seu título original. ""Better than Sex" [Melhor que Sexo" é bem mais intrigante e nos leva a discutir se há algo melhor que sexo. É essa pergunta que se reflete no filme. Espero que, por causa do título brasileiro, o longa não fique perdido em meio a tantos outros", afirma.

Apesar de ser seu primeiro filme, o cineasta já ganhou vários prêmios em sua terra natal, Sydney, e foi selecionado para a mostra competitiva do Festival de Toronto. "Eu não esperava. Queria que as pessoas gostassem da história, mas fiquei tão envolvido fazendo o filme que ser premiado nunca me passou pela cabeça."

Na abertura do longa, objetos cotidianos largados num loft simbolizam a diferença entre o comportamento dela (Susie Porter) e dele (David Wenham). "Quis mostrar que homens e mulheres vêem o mundo de jeitos diversos. Ainda bem, porque é isso que torna interessante a dinâmica da relação. Se você estiver com alguém com quem concorda o tempo todo, vai ser muito chato."

Mas acha que o mundo não é só sexo: "As pessoas passam muito tempo de suas vidas procurando uma relação que seja apenas sexual ou tenha mais sexo. Quis explorar esse lado humano em oposição ao fato de que ele traz complicações. Afinal de contas, somos seres com sentimentos e não podemos evitar nos sentirmos ligados afetivamente a alguém".

"Há uma fantasia sobre transar sem a bagagem que necessariamente vem junto -problemas afetivos, compromisso e todas as outras coisas. Mas, na verdade, ninguém quer abrir mão da intimidade", continua.

Teplitzky, que esteve no Brasil há oito ou nove anos filmando um videoclipe, considera que os brasileiros sejam como os australianos. "As pessoas são parecidas no mundo todo, assim como as relações que desenvolvem. Mas a sensualidade no meu país e no Brasil é idêntica. As pessoas são abertas sexualmente e também relaxadas com o corpo. Isso afeta em cheio os relacionamentos."

Em "Paixão e Sedução", a mulher tem propositalmente muito mais força do que o homem. "Dei a ela o poder de ser uma mulher moderna, independente e com opiniões fortes sobre a vida. Porque, para mim, a mulher se torna muito mais interessante quando tem personalidade e suas próprias idéias.
Foi baseado nisso que criei Cinthia", conta o diretor.

Teplitzky prepara um novo filme para ser lançado no ano que vem. "É bem diferente de "Paixão e Sedução". A trama gira em torno de três criminosos escroques que saem da cadeia e tentam se tornar pessoas de bem", explica. Uma nova comédia? "Não exatamente. Vai ser engraçado, mas sem ser óbvio. Uma espécie de "Os Bons Companheiros", de Martin Scorsese, em outra versão."

Filme: "Paixão e Sedução" (Austrália/França, 2000)
Direção: Jonathan Teplitzky
Com: David Wenham, Susie Porter
Quando: a partir de hoje no Unibanco Arteplex, Cineclube DirecTV, Eldorado, Morumbi e Tamboré
 

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