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11/12/2001 - 10h19

Redes de TV tiram cinema inglês das cinzas

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LAURA MATTOS
da Folha de S.Paulo

Gosta de cinema inglês? Então agradeça à televisão. Não fosse a participação ativa da TV britânica na produção cinematográfica dos anos 80, talvez nunca teríamos visto "Trainspotting" ou "Quatro Casamentos e um Funeral".

E, por falar em casamento, o namoro entre televisão e cinema começou na década de 60, quando os principais produtores de TV do país se cansaram de trabalhar com videoteipe e passaram a filmar em película de 16 mm.
Kenith Trodd, produtor veterano, parceiro de Dennis Potter e outros diretores em vários sucessos de bilheteria, foi um dos responsáveis por essa revolução. "Naquela época e durante os anos 70 e início dos 80, a indústria cinematográfica do Reino Unido estava pobre. Os filmes mais interessantes eram os da televisão", diz Trodd, em entrevista à Folha.

Mas, no princípio, o romance entre os dois mercados ainda tinha inimigos. "Por problemas corporativos e contratuais, os filmes quase nunca podiam ser distribuídos pelos cinemas, mesmo que houvesse grande demanda ou ofertas altas de outros países", afirma Trodd, que participará de dois debates no encontro do Centro Cultural Banco do Brasil.

A relação evoluiu e o noivado se deu em 1983, com a estréia na televisão do Channel Four, canal público, que decidiu produzir filmes que pudessem ser exibidos primeiro no cinema e, depois, na TV.

Com o casamento sacramentado pelo enorme poder da televisão pública na era Thatcher, vieram os filhos, como "Minha Adorável Lavanderia", em 1985, e "Quatro Casamentos e um Funeral", dez anos depois.

Aos poucos, o mel da relação foi adoçando a tradicional rede BBC, que resolveu também aderir ao esquema. Entre suas produções, uma das mais bem-sucedidas foi "Billy Elliot" (2000).

Hoje em dia, no entanto, casamento talvez não seja mais a melhor palavra para definir a conexão entre a TV e o cinema, na opinião de Trodd. "Ainda existem alguns investimentos cruzados, mas a indústria cinematográfica britânica está em uma condição muito mais saudável e independente do que a dos anos 80. Essa "saúde" está mais relacionada a uma maior disponibilidade de recursos financeiros do que propriamente ao sucesso de bilheteria ou qualidade artística."

E é sobre essa evolução do relacionamento entre TV e cinema que Trodd vem falar no Brasil. Ele diz que sabe pouco da experiência brasileira no setor.
 

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