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11/12/2001 - 10h41

Namoro de Bárbara e Supla na "Casa" pode ser "armação"

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ARMANDO ANTENORE
da Folha de S.Paulo

O jipe Suzuki seminovo, cor-de-grafite, está imundo. Não vê água há semanas. O pára-brisa, com o vidro levemente trincado, exibe um adesivo otimista: "Sou da paz". Na traseira do carro, outra inscrição, agora em inglês, diz algo como "Nasci para atuar".

Sempre que circula pela pequena rua, a polícia desconfia. Imagina que o jipe seja roubado e que os ladrões o abandonaram lá, na porta do edifício Alfa, um condomínio de classe média em Cerqueira César (região central de SP). O zelador, porém, logo trata de esclarecer: "Roubado nada. O carro pertence à dona Bárbara".

Quando não dá expediente na "Casa dos Artistas", dona Bárbara vive naquele prédio. Ela é a gata borralheira do "reality show" que termina domingo.

Gaúcha de origem humilde, órfã desde muito jovem, a modelo e atriz Bárbara Paz, 27, parece que finalmente fisgou um príncipe encantado: Supla, o filho roqueiro da prefeita Marta Suplicy.

O exótico casal, de namorico, rouba a cena durante o programa e confunde o zelador que tanto se empenha em desmanchar as confusões da polícia. Confunde também outros funcionários do edifício e uma porção de moradores.

O motivo do nó: um homem alto, de longos cabelos castanhos, cavanhaque e olhos azuis, que frequenta o apartamento 64, o mesmo onde Bárbara mora.

A vizinhança já avistava o sujeito por ali antes de a moça migrar para a casa de Silvio Santos. Depois que ela se enfurnou em rede nacional, o cabeludo fez-se ainda mais assíduo. Possui a chave do quarto-e-sala, que visita dia sim, dia não. Rega as plantas, cuida do gato, checa as mensagens na secretária eletrônica. Age como alguém muito íntimo da modelo, tão íntimo quanto um parente, amigo ou... namorado!

Eis o ponto: se a cinderela tem namorado longe das câmeras, um véu de dúvidas recai sobre o "reality show". Pode ser que o "affair" entre Bárbara e Supla não passe de uma diabólica armação consentida pelos dois. Por outro lado, pode ser que o enlace esteja de fato ocorrendo e que o pobre do cabeludo veja-se obrigado a amargar cada etapa da traição, com os olhos azuis fixos no vídeo.

Mas pode ser pior -que Bárbara se mostre tão desprotegida e apaixonada apenas para amolecer o público e que Supla venha, em breve, engrossar o ramo familiar dos sem-sorte no amor.

Enfim: o irresistível (e ancestral) hobby do zunzunzum corre solto pelo edifício Alfa. A novidade é que, desta vez, a TV o alimenta.

"Sei não", conjectura o zelador José Ramos Pereira, 56. "Esse namoro da dona Bárbara com o tal do roqueiro... Soa como armadilha. Coisa do meio artístico. Truque do Silvio Santos para abiscoitar um ibopezinho gostoso."

O baiano Pereira trabalha no condomínio de 12 andares há quase três décadas. Discreto, dá poucos detalhes sobre a intimidade da atriz. Afirma adorar o programa do SBT e lamenta não conseguir acompanhá-lo sempre. "Vivem me chamando na portaria." Quanto às visitas do homem alto... "Aquele moço do cabelo comprido? Encontro com frequência. Deve ser amigo de dona Bárbara, né? Amigão mesmo..."

O filho do zelador, Everton, 20, revela-se mais crédulo que o pai. "O namoro da televisão está acontecendo realmente. Imagine se não. Conheço a Bárbara. É uma pessoa sincera." Conhece-a porque, certa vez, instalou um videocassete no apartamento dela.

Ressabiados, os moradores do prédio, quando aceitam conversar com repórteres, pedem anonimato. "Bárbara e seu Supla, tal como todos os que assistem ao programa, são marionetes na mão de um sistema que tenta nos distrair de questões fundamentais da existência", teoriza pausadamente um dos condôminos. Outro reitera: "Na TV, qualquer bobagem tem script. Quem o Silvio Santos pensa que engana?".

Há, entretanto, reações mais bélicas. ""Casa dos Artistas'?", espanta-se uma senhora com forte sotaque estrangeiro. "Meu querrrrido. O máximo que vejo na televison é "Tom & Jerry". Boa tarde." E bate o telefone.
"Não sou o corno que está levando chifre via satélite", anuncia Raul Barretto, 42, o cabeludo que entra e sai do apartamento 64. "Sou apenas um palhaço."

Palhaço, sim. Ele faz parte dos Parlapatões, trupe teatral com viés circense. Conta que namorou Bárbara entre janeiro de 99 e o início de 2001. "Entendo que as pessoas se confundam quando nos avistam. É porque nunca desconstruo os amores de minha vida. Se o relacionamento de casal termina, vou lapidando-o até virar outra coisa."

Define-se, então, como "pai, filho, irmão, saco de pancadas, confidente e mecânico" da atriz. "O que isso significa? Que nossa relação não se encaixa em um rótulo social muito preciso."

Para Barretto, a modelo se apaixonou mesmo por Supla. "Sem problemas. Torço sinceramente pelos dois. E, se ouço comentários desagradáveis, sigo adiante, feito um Jair Rodrigues: "Deixa que digam, que pensem, que falem...'"

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