Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
14/12/2001 - 04h59

Roberto Carlos põe panos quentes em especial da MTV

Publicidade

do enviado ao Rio

Eis afinal o "Acústico MTV" de Roberto Carlos, 60. A proposta de renovação e conquista de fatias mais jovens de público se consuma, sete meses de espera depois, como um tratado de conciliação com seus velhos hábitos.

Sucessivamente adiado desde sua gravação, em maio, o inédito projeto de associação com a jovem rede musical chega acompanhado, como é tradição, do Natal e do especial de fim de ano na Rede Globo, que andou rebelde ao flerte do artista com a MTV.

Segundo Roberto, o especial global terá semelhanças com o da MTV, cuja exibição a Globo vetou por deter contrato de exclusividade sobre a imagem do artista. "Seria estranho fazer algo totalmente diferente na TV. A parte musical, pelo menos, será baseada no disco", disse, em entrevista coletiva, anteontem, no Rio. Acrescentou que o especial de TV deve vir a público, em março, mas em DVD.

Roberto prefere se esquivar de uma postura pública sobre os pontos
sensíveis que colocaram Globo e MTV em confronto: "Passei toda a negociação dentro do estúdio, preparando meu disco. Não é muito minha parte".

Tendo burilado em estúdio o material produzido ao vivo, ainda assim afirma que o CD não foi refeito: "Na realidade, nada foi mudado". Mas se contradiz, de leve: "As edições são complicadas. A gente fica comparando, volta atrás, reouve. Sei que surgiram comentários de que eu teria refeito o disco, mas não refiz, não refiz voz. É ao vivo, não teria a mesma emoção se fosse refeito".

Uma mudança evidente e inegável, mas em relação à versão original da canção, acontece em "É Preciso Saber Viver" (74): Roberto troca o verso "se o bem e o mal existem" por "se o bem e o bem existem", supostamente para evitar a palavra "mal".

Expõe suas razões, contornando o ponto de atrito: "Quando fiz essa música eu tinha outra visão. Se fizesse ela hoje, teria escrito assim, afirmando que temos que pensar no bem. É um bis de afirmativa. Gostaria de ter pensado nisso quando fiz".

É equivalente a resposta sobre "Quero Que Vá Tudo pro Inferno" (65), rock extirpado de seu repertório ("inferno" seria o problema). "Vai ser muito difícil eu voltar a cantar. Hoje não tenho vontade de cantar uma música assim. É uma das mais importantes de meu repertório, mas representa um momento muito diferente", morde/assopra. "Tenho canções que não voltaria a cantar." Pode exemplificar? "Não. É complicado, negócio de maluco mesmo."

Entre as 17 canções gravadas, três ficaram de fora do CD: "Debaixo dos Caracóis dos Seus Cabelos" (71), "Eu Quero Apenas" (74) e "Olha" (75). Restaram 12 releituras da fase 1963-1975, uma dos 80 ("Emoções", 81) e duas recentes, feitas para a mulher Maria Rita -que evocou algumas vezes na entrevista, embora nenhum jornalista a citasse.

Passa ao largo de outro de seus supostos vetos, ao falar sobre o persistente ineditismo em CD de seu primeiro álbum, "Louco por Você" (61): "Não sei exatamente por que não saiu até hoje. Gosto desse disco. De algumas coisas gosto, de outras gosto mais ou menos", afaga/arranha.

Responde se anda ou não cansado da rigorosa rotina anual de CD e especial de Natal, mesmo que neste ano o "Acústico" prometa ventos novos: "Não estou cansado de fazer tudo sempre igual, não. Nada tem me sido imposto, faço o que gosto". Alguém pergunta como passará o Natal de 2001. "Meu Natal vai ser igual ao de todos os anos", encerra, reafirmando a questão anterior.
(PEDRO ALEXANDRE SANCHES)



Leia a nossa opinião sobre o CD na Crítica Online
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página