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16/12/2001 - 09h55

"Estou no auge da minha carreira", diz Raul Gil

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RODRIGO DIONISIO

da Folha de S.Paulo

Raul Gil, 63, tem o que comemorar: há oito meses seu programa é imbatível no Ibope e, normalmente, primeiro em audiência na Record; em novembro, recebeu uma homenagem na Câmara dos Deputados pelos 40 anos de carreira; cantores oriundos de seu quadro de calouros lançam CDs que vendem mais de 500 mil cópias; em 2002, estréia outra atração, aos domingos, para enfrentar Gugu e Faustão. À Folha, o apresentador falou sobre o sucesso e explicou até o que seria preciso para conseguir vencê-lo.

>b>O que é preciso para vencer o Raul Gil?
(risos) Precisa do carisma do animador. Por que ninguém nunca derruba o Silvio Santos? Olha o domingo. O Faustão apresenta coisa melhor do que o Gugu, mas perde. No passado [9/12], com o Roberto Carlos, foi derrotado por aqueles telegramas bestas e pela menininha de "Carinha de Anjo". Mas tem outras coisas. Veja esse menino, o João Kléber, ele começou comigo e é muito bom. Não precisava fazer esse tipo de programa que ele faz. Neste instante ele está no ar apresentando uma discussão entre dois caras, um diz ser Jesus, o outro, o diabo. E só está dando três pontos no Ibope.

Mas essa audiência, para um programa à tarde na Rede TV!, é boa...
É boa nada, poderia ser bem maior. Mas, olha lá, o diabo está ameaçando dar um tapa em Jesus. Com essa baixaria, o ibope vai subir já, já, pode apostar.

O senhor apresentaria algo assim?
Nunca, nem se fosse para passar fome. Deus que me perdoe...
Então, qual é a fórmula do sucesso do seu programa?
Eu faço um programa simples, sem palavrões, sem mulher de bunda de fora, de peito de fora. As pessoas não querem ver isso à tarde. Foi assim com o chapéu, com o banquinho. A Globo botava de tudo no horário e tinha de ir tirando, pois nós vencíamos. Aí, vieram os calouros, esses fenômenos.
São pessoas humildes, de muito talento e que cantam de peito aberto, sem "playback". E a família foi se juntando diante da TV. O Benedito Rui Barbosa [autor de novelas como "O Rei do Gado" e "Terra Nostra", ambas da Globo], que mora em um sítio, disse para mim que o pessoal vai à casa dele de final de semana para jogar bola, nadar. Mas, na hora do meu programa, todo mundo pára tudo e se reúne na frente da televisão. Hoje, a gente dá 31 pontos no Ibope contra 12, 13 da Globo. O Luciano [Huck, que apresenta o "Caldeirão do Huck" no mesmo horário que o "Programa Raul Gil"] não ganha mais da gente. Agora eles colocaram até uns filmes de violência à tarde, um horror. Na semana passada foi aquele "Independence Day", mas ainda assim nós empatamos, 13 a 13.

A idéia de fazer um quadro com os calouros foi do senhor, certo? Como surgiu?
Na verdade, há mais ou menos dois anos, fui almoçar no bingo de um amigo e lá tinha um karaokê. Eu vi as pessoas cantando e achei que seria uma boa fazer aquilo na TV. Mas eu e meu filho [Raulzinho, diretor do "Programa Raul Gil"] não concordamos sobre o formato do quadro. Eu não queria que a letra da música aparecesse na tela, ele sim. Desistimos. Logo depois, o Faustão fez um quadro de karaokê, com a letra aparecendo, e não deu certo. Aquilo fica na cara do cantor, atrapalha e irrita quem não sabe ou não pode ler. Daí, eu resolvi fazer um quadro tradicional com calouros, com júri. Meu filho disse: "Pai, o senhor está louco? Em vez de ir para frente quer andar para trás?". Fiquei na minha até que, este ano, ele viajou para os EUA. Quando voltou, o quadro já estava no ar (risos).

No próximo ano, o senhor ganha um outro programa, aos domingos.
É, em março. Sabe, rapaz, eu imaginava que com esta idade estaria parando. Faço 64 em janeiro do ano que vem e até já tinha comprado uns imóveis para garantir a minha aposentadoria (risos). É engraçado, estou no auge da minha carreira.

O horário desse programa já está definido, os quadros...
Vai começar logo depois do Netinho [apresentador do "Domingo da Gente", no ar atualmente das 13h45 às 16h30] e terminar antes do Datena, às 18h. Não posso falar muito sobre o que terá o programa, senão lançam no ar antes de mim. Todo mundo copia o que eu faço. Até essa história da princesa. Há 27 anos eu criei o "Todo Sábado É Natal no Programa Raul Gil", no qual nós recebíamos cartas e dávamos prêmios.

Mas vai ter o banquinho e o chapéu, que não existem mais no programa atual?
Sim. Imagina o Alexandre Frota saindo da "Casa dos Artistas" e indo no chapéu. Iria ter um monte de podre para contar, muitas histórias. E quem não quer ver isso? É audiência na certa.
 

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