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23/12/2001 - 06h32

Globo busca textos, atores e formatos

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ADRIANA FERREIRA
da Folha de S.Paulo

Um texto de um escritor brasileiro adaptado com sucesso para uma minissérie, a escalação correta de um ator numa novela ou a criação de um bom "game show" não são mais obras do acaso. Se no passado essas questões eram resolvidas de maneira empírica, hoje elas estão a cargo da Divisão de Recursos Artísticos da Rede Globo (DRA), encarregada de dar suporte às produções da emissora.

A estrutura que existe atualmente é resultado do aperfeiçoamento, nos últimos 20 anos, de alguns segmentos que funcionavam de forma independente.

Gerente de produção de elenco, Ana Margarida Leitão lembra que, até meados dos anos 80, não existia um método organizado de armazenamento de informações sobre artistas que apresentavam seus currículos à Globo.

Hoje, após uma avaliação, o currículo é inserido num sistema de computador. Além de características físicas, o cadastro contém informações de outras atividades realizadas, como esportes e cursos, e um pequeno teste com texto. Atualmente, são 8.000 nomes disponíveis.

Também foi criada a figura do produtor de elenco (atualmente são 15), que ajuda a descobrir quem é a pessoa adequada para um determinado papel. "A manutenção de uma novela é algo pesado de fazer. Há desde o padre para um casamento até um homem que é atropelado", diz Ana Margarida.

Por outro lado, no final da década de 80, chegou-se à conclusão de que era preciso renovar o elenco fixo da emissora, composto na época por poucos artistas jovens, e adequar os atores que vinham do teatro à linguagem de televisão.

A Oficina de Atores se mostrou um eficaz instrumento. De 1988 a 1998, foram realizadas 19 oficinas (15 no Rio e quatro em São Paulo). Dos 476 atores que participaram dos cursos, cerca de 80% foram aproveitados pela Globo.

"Praticamente todos os novos ídolos da TV são frutos da Oficina", afirma Tônio Carvalho, coordenador do projeto. É só pensar um nome, que ele certamente está na lista: Giovanna Antonelli, Letícia Spiller, Alessandra Negrini, Murilo Benício, Carolina Dieckman, Cláudio Heinrich, Danielle Winnits...

Textos
E, se há os farejadores de talentos, há também aqueles que garimpam obras de dramaturgia. Um trabalho inédito foi implantado a partir de 1999 e deu origem a uma equipe que procura histórias adaptáveis à TV.

Já são 510 autores cadastrados e 773 textos disponíveis. A análise da obra, feita por um roteirista ou escritor, é completa: resumo, parecer, indicação do horário em que deve ser veiculada e eventuais sugestões para um melhor aproveitamento da história.

"Acho que, na realidade, estamos aperfeiçoando o que começou a ser feito na Casa de Criação e não foi adiante", diz Edna Palatink, gerente de pesquisa de textos literários, lembrando a iniciativa do falecido autor Dias Gomes implementada há alguns anos.

Um bom exemplo de que o trabalho está dando frutos é a série "Brava Gente", exibida pela emissora nas noites de terça-feira. Nela, foram aproveitados alguns textos do catálogo da DRA, como "A Onça", de Herberto Sales; "Um Capricho", de Artur Azevedo; e "Lulu Bergantim", de José Cândido de Carvalho, entre outros.

O projeto caçulinha da DRA investe na compilação de tendências que estão surgindo em emissoras do Brasil e do mundo. Gerente de novos formatos, Alex Medeiros tem no seu fichário análises de séries como "Friends", de "games" e de "reality shows".

Dali podem sair idéias para os programas de Fausto Silva ou Luciano Huck. "Não é colocar a Globo para seguir o mercado, e sim detectar oportunidades. Fazemos com que a empresa fique antenada", afirma.



 

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