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24/12/2001 - 07h24

Gravadoras têm controle posto em dúvida há três anos

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MARCELO NEGROMONTE
da Folha de S.Paulo

As gravadoras de música não são fáceis. O controle que elas achavam que tinham da música vem sendo posto em dúvida há pelo menos três anos. E isso é cutucar a onça que fatura cerca de US$ 40 bilhões ao ano com vara curta -e digital.

Há duas frentes. A mais silenciosa hoje foi criada há três anos, em 15 de dezembro de 1998, a SDMI (sigla de Iniciativa para Música Digital Segura), um conselho que reúne 200 empresas de tecnologia, comunicação e música, entre as quais as grandes gravadoras -o motor da iniciativa.

À época de sua criação, a SDMI fez barulho. Prometeu criar um formato de áudio digital seguro (imune à reprodução não autorizada), o que desmente hoje em seu site (www.sdmi.org).

Além disso, a maior audácia seria obrigar empresas a produzir aparelhos que reproduzissem apenas os formatos autorizados ou criados pela SDMI. Até agora não foi muito além da intenção.

Recentemente a indústria fonográfica deixou mais visível a outra frente de batalha para conquistar a hegemonia na distribuição de música na internet -como se isso fosse possível: a criação de serviços de assinatura para programas semelhantes ao Napster (só que com músicas autorizadas, legais e das próprias gravadoras).

O MusicNet (www.musicnet.com) estreou no começo deste mês em fase de teste nos EUA e na semana passada foi baixado 7.506 vezes, número considerado muito baixo. E houve dificuldades de conexão, arquivos cujos downloads eram interrompidos, problemas de todos os tipos.

A assinatura mensal custa US$ 19,95 o que dá direito a usufruir de um banco de dados de 75 mil músicas, além de jogos. A MusicNet é feita em parceria entre AOL Time Warner, BMG, EMI e Zomba e Real Networks.

Na semana passada, entrou no ar o Pressplay (www.pressplay.com), serviço semelhante da Sony, Universal, MSN Music, Yahoo! e Roxio, também em caráter experimental e apenas nos EUA. Pelos mesmos US$ 19,95, o serviço oferece 750 streams (ouvir a música sem baixar para o computador), 75 downloads e 15 "burns" (copiar a música para CD).

Além de mover processos contra companhias que impeçam as gravadoras de dominar a internet (como Napster, Kazaa etc), a indústria cria agora os polêmicos CDs anticópias. O primeiro deles, a trilha do filme "Velozes e Furiosos", saiu no dia 18 nos EUA. Com eles não é possível copiar a música (nem executar no computador) e transformá-la em MP3.

Depois de três anos, como se vê, as grandes gravadoras não avançaram um milímetro e se revelaram as grandes vilãs da música digital.



 

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