Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
26/12/2001 - 05h39

Apesar de esperadas atrações, temporada de dança não está definida

Publicidade

ANA FRANCISCA PONZIO
da Folha de S.Paulo

Nas agendas dos teatros Municipal e Alfa, que costumam concentrar as atrações internacionais de dança que passam por São Paulo, constam temporadas de Bill T. Jones, do Ballet da Ópera de Paris e de Sylvie Guillen. São três pontos fortes do calendário de 2002, que ainda deve ser preenchido à medida que ocorram novas confirmações nos próximos meses.

Na qualidade e na quantidade, a programação internacional de dança já viveu épocas melhores. Por conta das instabilidades financeiras, que dificultam confirmações a longo prazo, e também pela falta de arrojo nas escolhas das atrações, é pouco o que chega aos palcos brasileiros atualmente.

No entanto, a capacidade brasileira de criar condições em cima da hora é fator que acaba gerando surpresas. Por isso, a aguardada temporada do bailarino e coreógrafo japonês Saburo Teshigawara pode ocorrer em 2002.

É o que promete o produtor cultural João Carlos Couto, que há dois anos também vem articulando a vinda do grupo Cloud Gate, de Taiwan, e da coreógrafa vietnamita Ea Sola, ambos em vias de confirmação.

Por enquanto, é possível ainda contar com repetecos como a companhia francesa Montalvo-Hervieu, o grupo norte-americano Momix e, satisfazendo o gosto brasileiro pela dança flamenca, a espanhola Eva Yerbabuena. Uma produção de "Romeu e Julieta", assinada por Vladimir Vassiliev, ex-diretor do Ballet Bolshoi, é outra oferta.

Em compensação, a dança brasileira deve intensificar sua presença no calendário. O grupo Cisne Negro, que completa 25 anos de atividade, realizará várias temporadas. Em junho estreará duas coreografias, uma assinada por autor brasileiro, outra por estrangeiro. Os nomes são mantidos em segredo.

Já no início do ano, o Panorama Sesi de Dança reúne nove grupos brasileiros. Com ingressos gratuitos, a mostra traz companhias como a de Caxias do Sul, Quasar (de Goiânia), Balé da Cidade de São Paulo e elencos dirigidos por Patrícia Werneck e Luiz de Abreu, Mário Nascimento, Miriam Druwe, Jorge Garcia e Willy Helm.

Entre as boas notícias, está a presença do Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro na cena paulistana. Apesar da proximidade geográfica, a companhia carioca raramente se apresenta na capital paulista, mas em 2002 romperá a regra e trará "Don Quixote", estrelado por Ana Botafogo, em temporada do Mozarteum Brasileiro.

O grupo Corpo, em sua temporada anual no Teatro Alfa, estreará nova coreografia de Rodrigo Pederneiras, ao som de música especialmente concebida por Tom Zé. No Centro Cultural Banco do Brasil, o projeto "Dança em Pauta" continuará apostando na produção contemporânea brasileira.

Em outubro, a criação brasileira deverá marcar presença na Mostra Internacional Sesi de Dança. Nesse evento, que deve chegar à sua terceira edição, as atrações internacionais ainda não estão confirmadas.

Espera-se que a programação estrangeira, até agora voltada para uma tendência específica, passe a revelar a cena contemporânea com maior diversidade.

A vinda da francesa Sylvie Guillen, a convite da produtora Antares, promete ser um grande acontecimento. Nas últimas décadas, Guillen realimentou o mito da bailarina-estrela. Capaz de interpretar tanto obras clássicas quanto contemporâneas, desenvolveu um repertório que lhe concede status singular.

O programa a ser apresentado por Guillen ainda não está definido. Só se sabe que terá parceiro à altura: o bailarino Laurent Hillaire que, como ela, consolidou carreira no Ballet da Ópera de Paris.

O retorno do norte-americano Bill T. Jones, cujo grupo se apresentou pela última vez no Brasil em 97, é outra boa escolha da Antares. Embora soropositivo para o vírus da Aids há mais de dez anos, Jones continua esbanjando vitalidade física e artística.

Já a vinda do Ballet da Ópera de Paris, promovida pela Dell'Arte, peca pela falta de imaginação no programa. Do rico repertório da companhia francesa, que inclui obras de William Forsythe inéditas no Brasil, pinçou-se o clássico "Giselle".
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página