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02/01/2002 - 02h51

Baixa procura de ingressos diminuiu temporada de artistas de MPB

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CLAUDIA ASSEF
da Folha de S.Paulo

Em 2001, além da tensão natural de subir ao palco, muitos artistas tiveram um motivo a mais para sentir um friozinho no estômago: a falta de público.

A escassez de gente procurando por ingressos forçou queda de preços, redução de lugares e até cancelamento de alguns shows ao longo do ano passado.

Uma das "vítimas" foi Frejat, líder do Barão Vermelho, que lançou o disco solo "Amor pra Recomeçar", em 2001.

Três dias depois de colocar ingressos à venda por preços que variavam de
R$ 15 a R$ 90, o Credicard Hall anunciava que o show solo de Frejat teria entrada a preço único de R$ 10 para todos os setores. E, no lugar de 4.800 pessoas, a casa reduziria a capacidade para 2.300 lugares, voltando atrás dias depois.

Alardeado como a maior casa de espetáculos da América Latina, com capacidade para até 7.500 pessoas em pé, o Credicard Hall foi inaugurado em outubro de 99. Naquele ano, tornou-se novo templo do pop rock, trazendo shows como Blur, Red Hot Chili Peppers e Alanis Morissette.

No ano passado, porém, a casa teve, além de shows cancelados (Angélica, Gente Inocente), apresentações com menos de 800 pagantes (Carlinhos
Brown) e shows a preços populares.

Procurada pela Folha, a direção do Credicard Hall preferiu não dar entrevista.

O mesmo ocorreu com o DirecTV Music Hall, da empresa mexicana Corporación Interamericana de Entretenimento (CIE), sócia também do Credicard e do ATL Music Hall, no Rio.

Em dezembro, a casa promoveu o show "Maricotinha", de Maria Bethânia, a preço único de R$ 10.

No Tom Brasil, o novo show de Fernanda Abreu, "Entidade Urbana", que seria realizado em duas datas, foi reduzido para apresentação única.

Segundo a assessoria de imprensa da casa, isso aconteceu porque um grande evento que acontecera na noite anterior ao show de Fernanda teria impedido a montagem do palco.

Escolhido para ser atração do mês de inauguração da Black Gold Night, casa recém-aberta em São Paulo, Claudio Zoli também viu suas quatro apresentações serem canceladas sem maiores explicações.

Metal e forró
Sobreviveu quem investiu em nichos. É essa a avaliação do dono do Via Funchal, casa de espetáculos vice-campeã em capacidade de público em São Paulo.

"Foi um ano complicado, de crise, alta do dólar. Tivemos inclusive alguns cancelamentos internacionais por causa dos atentados", diz Cássio Maluf, proprietário do Via Funchal. Segundo ele, a casa, que comporta até 6.200 pessoas em pé, fechou 2001 com sucesso pois se concentrou em heavy metal, reggae e forró universitário.

"Achamos nicho segmentados, que contam com público fiel. E mantivemos o mesmo preço de dois ou três anos atrás. Não adianta dobrar o preço do ingresso enquanto estivermos nesta maré feia da economia. Se subirmos o preço, não vem ninguém", avalia Maluf.

O Via Funchal também amargou cancelamentos, mas por "causas circunstanciais". "Um dos dois dias do nosso festival de reggae foi cancelado porque uma das atrações principais, o Gladiators, não pôde vir", diz Maluf.

Segundo a diretora artística do Via Funchal, a casa fechou no azul graças ao público jovem. "Foi recompensador investir naquilo que a galera estava querendo", afirma Silvia Federichi. De olho nos jovens, a diretora disse que neste ano vai investir também em música eletrônica.

Federichi lembra que as maiores bilheterias de 2001 foram nomes surpreendentes, como a banda alemã Helloween, que obrigou a casa a abrir data extra, lotando por duas noites os 6.000 lugares do Via Funchal, mesmo com ingressos entre R$ 50 e R$ 60.

"Hoje é preciso planejar muito mais os shows do que antigamente", diz Maluf.
 

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