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13/01/2002 - 04h59

MTV muda perfil e festeja aumento de audiência e faturamento

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RODRIGO DIONISIO
da Folha de S.Paulo

O ano passado na TV foi inegavelmente de Silvio Santos e do SBT. Porém outra emissora, mais modesta, mas que também tem por nome uma sigla de três letras, teve o que comemorar. "2001 foi o melhor ano da MTV", diz seu diretor-geral, André Mantovani, 37. "Tivemos ótimos resultados.

Houve aumento de faturamento, audiência, lucro. Ampliamos um contato de caráter mais forte e relevante com o público." Isso em um ano em que, em média, a audiência das emissoras caiu 9%, e o faturamento, 15% (em relação a 2000). Segundo dados revelados pelo canal, no ano passado seu ibope cresceu 24,7% entre os telespectadores de 15 a 29 anos das classes A e B (o público-alvo da MTV). Nessa "fatia", 60% dos telespectadores também sintonizaram o canal pelo menos uma vez por mês nesse período.

Atualmente, a MTV atinge dois terços dos domicílios da Grande São Paulo e 16 milhões de residências no país. As cinco cotas de patrocínio para a sua programação de verão deste ano (e mais uma extra) foram vendidas. O faturamento da emissora no início de 2002 é 22% superior ao do começo de 2001. Mantovani diz, como exemplo, que a arrecadação da MTV é superior à da Rede TV!, emissora que, segundo reportagem da revista "Meio & Mensagem", aumentou seu faturamento em 300% no ano passado. "Também, para quem vende mil passar a vender 4.000 é fácil", ironiza o diretor da TV musical. O canal lançou ainda seu maior sucesso fonográfico, o "Acústico Roberto Carlos". Segundo a emissora, foram vendidas 1,5 milhão de cópias oficiais do CD até o final de 2001 (o recorde anterior era do "Acústico Titãs", com 1,4 milhão).

Polêmica
A MTV também ganhou visibilidade no ano passado na base da controvérsia. Para citar dois casos, a emissora realizou o primeiro programa de namoro entre homossexuais da TV (o "Fica Comigo Gay") e comprou briga com a Globo por causa do especial "Acústico" com Roberto Carlos. Mantovani diz acreditar que esses fatos não foram determinantes para impulsionar a audiência do canal, mas ainda assim faz a seguinte analogia: "Se tem uma pessoa parada na rua, olhando para o céu, logo pára outra do lado e fica olhando também. E depois outra, e outra...". O lado ruim dessa popularidade, entretanto, é o assédio sofrido pelos apresentadores. A mais recente baixa no canal foi Marcos Mion, que saiu para comandar um programa na Bandeirantes. "A gente não queria perdê-lo", afirma Mantovani. Paralelamente à saída de Mion, o VJ Cazé retorna após uma experiência malsucedida na Globo. "Foi uma volta por interesse mútuo. Ele também era alguém que a gente não queria ter perdido, mas sua saída foi tranquila." Cazé irá comandar dois programas: um "game show" e o "Tome Conta do Brasil", atração dedicada a debater questões ligadas à realidade política, social e econômica brasileira. Aliás, com a proximidade das eleições, Mantovani afirma que o principal foco da programação da MTV deste ano será a política. Mas o público da emissora se interessa por esse tipo de tema? "Temos uma percepção interna de que o jovem não tem mais saída. Gostando ou não, vai ter de se informar sobre certas coisas", responde o diretor.

Menos música?
Mantovani considera uma "bobagem" a afirmação de que a MTV tem deixado a música de lado para investir em "variedades". "Se fosse assim, a gente tiraria o "M" do nome e iria fazer outra coisa."

Com a programação do final do ano passado em mãos, ele mostra que, das 24 horas de transmissão diária, de segunda a sexta, 19 foram dedicadas a videoclipes e cinco a outros tipos de atração. Esse dado representa a divisão habitual, alterada com a programação especial de verão do canal, com mais "variedades".

O diretor admite que a faixa nobre da programação, quando há um maior número de TVs ligadas, realmente está ocupada por programas sem videoclipes, como "Meninas Veneno" e "Fica Comigo", e que, se comparada à programação da estréia do canal, em 1990, a atual tem um número menor de clipes.

"O pessoal vê isso e diz que acabou a música na MTV. As pessoas precisam entender que aquele formato do início do canal, com o VJ fazendo uma cabeça [abertura de um bloco] e videoclipes, é limitador. Mudar era uma condição para continuar crescendo", afirma.

Quanto à possibilidades de criar, como nos EUA e na Europa, canais ligados à MTV que só exibam videoclipes, Mantovani confirma as conversas sobre o tema entre os diretores do canal, mas diz que não há nada programado para breve.
 

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