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15/01/2002 - 03h58

Músicos do Pink Floyd incluem canções da banda em seus shows solo

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JOSÉ NORBERTO FLESCH
free-lance para a Folha

O grupo Pink Floyd não tocará no Brasil nem em lugar nenhum tão cedo, mas planeja lançar um DVD ao vivo. Além disso, o grupo pode transformar em CD material inédito gravado há oito anos. As revelações foram feitas pelo guitarrista David Gilmour em um webchat realizado no final da semana passada.

O músico raramente dá entrevistas, mas aceitou participar do bate-papo no canal de notícias Dotmusic (www.dotmusic.com) para divulgar os três shows semi-acústicos que realizará esta semana em Londres. "Não é uma turnê. Serão esses três (quarta, quinta e sexta-feira), mais dois em Paris (nos dias 23 e 24) e só", avisou o músico.

Durante a conversa, que durou 45 minutos, Gilmour, 56, falou com internautas do mundo inteiro. Para participar, o site exigiu que o interessado se registrasse dias antes e, se quisesse, adiantasse algumas perguntas.

Momentos antes do chat ter início, o Dotmusic avisava que mais de mil questões haviam sido "encaminhadas" para o guitarrista. Na hora, quem deu sorte conseguiu que o atual líder do Pink Floyd respondesse a(s) sua(s) perguntas.

Quem teclou ou apenas acompanhou viu o músico falar até mesmo de ex-integrantes do grupo. "A última notícia que tive de Syd [Barrett, guitarrista da formação original e mentor da fase inicial da banda] é que Rosemary, a irmã dele, mandou uma carta ao produtor de um documentário sobre Syd dizendo que ele gostou do trabalho."

Os atritos do Pink Floyd atual com o ex-líder Roger Waters geraram uma pergunta de um fã inglês. Ele perguntou se Gilmour cumprimentaria Waters caso o encontrasse em um bar.

"Isso já aconteceu. Há muito tempo, fui convidado para um show e dei de cara com Roger no bar do lugar. Eu sorri e disse "hello". Ele simplesmente chamou o pessoal que estava com ele e foi embora", contou o atual cabeça do grupo.

Outro inglês queria saber se é verdade que ele está compondo a música de um filme. "Não. Coloquei alguns efeitos de guitarra na trilha de uma fita chamada "The Triumph of Love" [comédia estrelada por Mira Sorvino e Ben Kingsley], no ano passado, mas foi só isso."

A revelação sobre a possibilidade de um CD com material antigo inédito foi feita a um internauta do Chile. "Temos inúmeras gravações de ensaios e coisas que fizemos em 1993, antes do [álbum] "The Division Bell". Algum dia talvez isso seja lançado. Já conversamos sobre essa possibilidade várias vezes, mas pessoalmente acho que só os fãs se interessariam. E você tem que ser um fã radical para gostar daquilo."

Um DVD ao vivo com o material que gerou o álbum "Pulse", de 1995, também está nos planos de Gilmour. "Acho que vai sair, mas não sei quando. Tudo precisa ser remixado."

Um brasileiro de Belo Horizonte (MG) quis saber se a coletânea "Echoes", lançada no final do ano passado, pode ser o último disco do Pink Floyd. Gilmour foi evasivo. "Quem sabe o que o futuro nos reserva."

Outro internauta representante do Brasil, integrante de um fã-clube do Pink Floyd da cidade de Florianópolis (SC), pediu o nome de alguma banda nova que exerça qualquer influência sobre seu trabalho. "Gostava do Lemonheads e aprecio algumas coisas do Radiohead."

Gilmour não revelou todo o repertório dos shows que faz este mês, mas disse que incluirá "poucas canções do Pink Floyd" entre as escolhidas.

Sobre a carreira solo, contou que não tem vontade de lançar um disco tão cedo, mas, pelo jeito, se quisesse, não sofreria com a falta de repertório. "Tenho mais de cem trechos de músicas gravados em meu estúdio. Alguns são realmente bons, outros nem tanto. Ainda preciso transformar aquilo tudo em canções."

Foi pouco tempo para falar sobre uma carreira de quase 40 anos, mas teve espaço até para transformar brincadeiras em algo mais sério.

Quando um inglês perguntou se Gilmour, que cuida também dos vocais do Pink Floyd, canta no chuveiro, o músico respondeu que prefere soltar a voz na banheira porque a qualidade do som obtido é melhor.

 

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