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22/01/2002 - 11h47

Yves Saint Laurent faz despedida com nova coleção e retrospectiva

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da France Presse, em Paris

Yves Saint Laurent, que se despede nesta terça-feira da alta costura apresentando a coleção verão 2002 e uma retrospectiva dos 40 anos de sua casa, entrará para a história como um dos grandes estilistas do século 20, assim como Dior e Chanel.

Saint Laurent anunciou sua aposentadoria em 7 de janeiro, afirmando seu orgulho de sempre ter "colocado o respeito acima de tudo nesta profissão que não é totalmente arte, mas que precisa de um artista para existir".

Desde o anúncio, multiplicaram-se as declarações em homenagem ao "príncipe da moda", ao perfeccionista e criador de um estilo, cuja partida não significa o fim da alta costura.

Yves Mathieu Saint Laurent nasceu em 1º de agosto de 1936 em Oran, na Argélia, onde frequentou a escola secundária.

Tinha 17 anos quando chegou a Paris, em 1953, e mostrou seus desenhos de moda a Michel de Brunhoff, diretor da revista "Vogue", que pouco depois lhe apresentou Christian Dior, com quem trabalhou até sua morte. O falecimento do mestre em outubro de 1957 lançou-o do posto de assistente ao de diretor artístico da casa Dior.

Já desde seu primeiro desfile, em 30 de janeiro de 1958, a clientela e a imprensa manifestaram adoração por este jovem de 21 anos, alto e tímido, escondido atrás de suas lentes de míope. Sua linha "Trapézio", na ruptura com as cinturas de pilão da época, foi recebida de forma triunfante.

Em 1960, Yves Saint Laurent foi prestar o serviço militar, mas recebeu licença pouco tempo depois por questões de saúde. Entretanto, a casa Dior o havia substituído por outro jovem estilista, Marc Bohan.

Saint Laurent pediu na Justiça a empresa Dior, mas finalmente decidiu se instalar por conta própria com a ajuda de outro jovem, que desempenharia um papel importantíssimo a seu lado, Pierre Bergé, que continua sendo presidente da Yves Saint Laurent Alta Costura.

Juntos, cada um no seu ramo -Saint Laurent na criação, Bergé na administração-, formaram um império.

Dono de um estilo sóbrio, o estilista, para quem o negro é um "refúgio", converteu-se no mestre indiscutível da cor, que manuseia com tal sutileza que suas harmonias cromáticas são tão famosas como sua linha.

Em suas coleções, rendia homenagens a pintores; Mondrian (1965), Picasso (1979), Matisse (1981), Van Gogh (1988), etc.

Nas palavras de Pierre Bergé, Chanel liberou as mulheres, Saint Laurent lhes deu o poder" com roupas de homem que se tornaram a base do guarda-roupa feminino: Sahariana, smoking, ...entre tantos outros modelos hoje clássicos, com blusas transparentes que causaram escândalos na época do lançamento.

Em 1971, sua coleção "40", inspirada na roupa da última guerra mundial, também causou muito escândalo, mas foi o maior sucesso comercial da empresa. Outras vieram na seqüência, como a da África e da Rússia.

No mesmo ano, o estilista pousou nu para a publicidade do lançamento de seu perfume "Homme". Seis anos depois, o nome de seu novo perfume "Opium", que faz referência ao universo das drogas, causou um novo escândalo, mas vendeu milhões.

Ele se define como o provedor de "sonhos e belezas" e vive com o permanente medo de decepcionar.

Ao longo de toda sua carreira, Yves Saint Laurent mostrou aos poucos sua paixão pelo teatro, desenhando decorações e vestuários para espectáculos de Edmond Rostand, Marguerite Duras, Jean Cocteau e Roland Petit.

Vestiu Arletty, Madeleine Renaud, Zizi Jeanmaire. No cinema, suas heroínas foram Claudia Cardinale, Annie Duperey e principalmente Catherine Deneuve, por quem nutre uma grande amizade.

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