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24/01/2002 - 03h14

Exames não encontram drogas em Cássia Eller

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FERNANDA DA ESCÓSSIA
da Folha de S.Paulo, no Rio

Os primeiros resultados dos exames toxicológicos realizados pelo Instituto Médico Legal do Rio não encontraram drogas entorpecentes nem álcool no sangue, nas vísceras ou na urina da cantora Cássia Eller. A única substância encontrada foi xilocaína, um tipo de anestésico dado a Cássia na clínica Santa Maria, em Laranjeiras, durante as manobras médicas feitas nas tentativas de ressuscitação da cantora.

Cássia Eller morreu no dia 29 de dezembro, após sofrer quatro paradas cardíacas. Diante da suspeita de morte causada por drogas, a polícia determinou a necropsia.

Os resultados do exame toxicológico não foram oficialmente divulgados. A Folha os obteve junto a um dos profissionais que trabalham no caso. Ele informou que os exames toxicológicos na urina teriam condições de detectar a presença de drogas consumidas até cinco dias antes da morte de Cássia. Deram negativo.

O resultado surpreendeu a equipe envolvida, já que contraria depoimentos obtidos pela polícia.

A polícia já abriu dois inquéritos: um para apurar a causa da morte e outro para investigar a suspeita de tráfico de drogas. Já tem até nomes de supostos fornecedores de drogas, revelados pelo pai da cantora, Altair Eller.

O especialista Daniel Romero Muñoz, professor responsável pela disciplina de medicina legal da Faculdade de Medicina da Universidade de SP (USP), disse que é preciso ter informações complementares para saber o que poderia ter causado a morte.

"Se o teste deu negativo, a primeira coisa que você vai ter que pensar é que realmente não tinha nada. É preciso ver a metodologia e o tipo de teste, que poderiam interferir dando um resultado negativo numa pessoa que eventualmente tenha usado", afirmou.

Segundo ele, o uso de soro e de alguns medicamentos, como diuréticos, ajuda na eliminação de substâncias como álcool e drogas. "Não sabemos a quantidade ingerida e o tempo que levou para ingerir. Agora, no geral, a cocaína é detectada pela urina", afirmou.

No ensaio com a banda no dia 28 de dezembro, Cássia bebeu cerveja -informação confirmada por seu empresário, Ronaldo Villas, e pela percussionista da banda, Elaine Moreira, a Lan Lan.

Foi Lan Lan quem socorreu Cássia. Ela disse, em depoimento à polícia, que, quando chegou ao apartamento da cantora, Cássia estava alcoolizada e que sentiu, pelo hálito da amiga, que havia bebido muito. Ela afirma que levou Cássia para dar uma volta de carro antes de interná-la, para ver se ela se acalmava. Viu escorrer do nariz da cantora uma substância branca que imaginou ser cocaína.

No hospital, Lan Lan e a também percussionista Thamyma Brasil contaram aos médicos suas suspeitas de uso de cocaína. Depois, Lan Lan ouviu do cardiologista Marcos Vinícius Oliveira, que atendeu Cássia, a informação de que a própria Cássia havia contado ter cheirado um grama de cocaína. A Folha entrou em contato com Oliveira, mas ele não quis falar sobre o assunto.

O cardiologista Rafael Leite Luna, que viu Cássia no hospital duas horas antes de sua morte, disse suspeitar de intoxicação exógena múltipla, causada por álcool, drogas e medicamentos. Ele tinha dúvidas sobre o uso de cocaína, droga que, segundo ele, deixa o coração lento. O coração de Cássia batia rápido.

A companheira de Cássia, Eugênia Martins, contou em depoimento à polícia que a cantora era usuária de drogas, mas fazia tratamento de desintoxicação.


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