Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
28/01/2002 - 11h50

Fashionistas falam em união

Publicidade

da Folha de S.Paulo

"Depois do boom da moda brasileira no mundo, vem agora um momento mais delicado, o do banho-maria, quando tudo se assenta", avalia o diretor de arte carioca Giovanni Bianco, que mantém escritórios em Milão e Nova York, e atende também clientes no Brasil. "Só vai ficar quem tem um bom trabalho", diz.

Para Walter Rodrigues, que desfila na quarta, "o Brasil está passando por um processo de fortificação". Ele estréia em Paris, em março, e se junta a Herchcovitch para dividir custos de produção na cidade.

Herchcovitch, que desfila hoje o masculino e quinta, o feminino, se uniu a Reinaldo Lourenço (que desfila sexta), com quem não falava há algumas temporadas. Os dois vão compartilhar o mesmo showroom parisiense. "E estamos indo juntos pedir apoio aos empresários..."

União era até pouco tempo palavra fora do dicionário fashion brasileiro, mas ela faz parte de todo movimento bem-sucedido. Os primeiros a se unir foram os italianos, nos anos 50.

Eles pegaram o estilo da "dolce vita" da época para projetar a indústria têxtil italiana e atrair os jornalistas -que até então só iam para Paris. Mais recentemente, nos 90, os belgas chegaram como "escola" e estabeleceram um estilo que vai das roupas às modelos.

Uma das diretrizes desta edição da São Paulo Fashion Week é fortalecer a identidade. Um mecanismo chamado de "marca Brasil" pretende consolidar a imagem da moda brasileira.

"O Brasil está construindo e lapidando esse processo ao mesmo tempo. É preciso lustrar o trabalho das pessoas para que quando se fale de moda brasileira venha logo uma imagem na cabeça, diz Paulo Borges, diretor da SP Fashion Week.

Uma ação específica para reforçar a presença brasileira na seara internacional está sendo gerenciada na Associação Brasileira das Indústrias Têxteis (Abit).

A idéia, segundo o coordenador desse projeto, Rossildo Faria, é garantir um aumento nas exportações por meio do chamado "valor agregado". Projeta-se o design (estilismo) brasileiro para se ganhar na exportação de produtos têxteis como um todo.

De 2000 para 2001 esse número cresceu 6,88%, mas os resultados (US$ 1.306 milhões) ainda são considerados tímidos.

Herchcovitch diz que o momento é de melhorar a qualidade da mão-de-obra e superar problemas: "Uma das maiores dificuldades é colocar o produto na loja", revela, sobre a questão da entrega que já derrubou muita gente boa, do austríaco Helmut Lang ao cipriota Hussein Chalayan.

O deputado estadual (PSDB) e empresário Alberto Hiar (Turco Lôco) é sócio da Cavalera, que desfila na quarta, e da V-Rom, que vai participar da próxima edição do evento.

Ele acerta no principal fundamento do novo marketing: "Não adianta ser um excelente estilista e não ser um bom analista de mercado".

Nessa nova situação, mesmo quem está nas pontas deve fazer a sua parte. Mônica Monteiro, agente de Gisele Bündchen, da agência IMG, diz que procura conscientizar as modelos de que elas também fazem parte de um processo.

"Procuro ensiná-las a "vender" a roupa para movimentar essa cadeia". "Essa é a minha contribuição: levar a moda do Brasil para fora, vestir a camisa mesmo", diz Marcelle Bittar.

Colaborou Jackson Araujo, free-lance para a Folha

Leia mais notícias sobre a SP Fashion Week
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página