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30/01/2002 - 10h54

Comercial dá o tom do dia masculino da São Paulo Fashion Week

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ERIKA PALOMINO
colunista da Folha

O dia dedicado ao vestuário masculino deu a partida na São Paulo Fashion Week do inverno 2002 anteontem. O evento é o mais importante lançador de modas do país e acontece até sexta-feira no prédio da Bienal.

É possível perceber uma orientação bem comercial, ao menos por parte dos cinco participantes dessa estréia. Uma ou outra opção mais corajosa, a orientação se volta para o varejo. Mas isso não é mau: o desafio é manter um olho no peixe das lojas e outro no gato da criação. E, mais uma vez, é Alexandre Herchcovitch quem mais se aproxima da equação perfeita.

A sempre complexa roupa de Herchcovitch parece simples e fácil, mas esconde informação de moda para iniciados. Seu sofisticado trabalho de alfaiataria mescla-se, desta vez, com um sportswear cheio de referências, trabalhado em plush e cores como o branco e o marrom do vovô. É careta e moderno ao mesmo tempo, atingindo cada vez mais gente.

Mesmo quem quer comprar somente um par de jeans ganha tanto conceito contido na etiqueta que pode desfilar feliz na vida real. É isso a construção perfeita de uma marca (branding). E de marketing Herchcovitch entende.

De cores também. Um verde-maçã pontua as peças, pincelando rosas, vinhos e roxos, em listras (tema forte na coleção) e em coletes, calças, bolsos, paletós e lenços -aula de edição de moda.

Mas é com peças como as grandes camisas, a calça com falso kilt, o avental e botas subindo pelas pernas -brincando de vitoriano, alegadamente inspiradas nas botas do Exército de Israel- que o estilista brilha. Que bom: os cabelos saíram do rosto e o novo homem de Herchcovitch abandona a androginia. Cresceu.

Outro bem-sucedido desfile é o de Ricardo Almeida, que faz um desfile cool, tranquilo, sem aquela atitude Clube das Mulheres de anos anteriores. Afinal, o mundo não é mais o mesmo. Sem convidados ilustres na passarela (bastou Naomi Campbell na primeira fila), ao som de Chet Baker, é possível ver uma roupa que se mostra bem coordenada.

O look mistura pretos, marrons e marinhos com diferentes texturas, mas volumes contidos e proporções acertadas. Malhas e couros ganham atitude relaxada, contemporânea e urbana, com o melhor na jaqueta militar com zíperes brancos. A idéia se desdobra também na calça e até poderia vir mais explorada.

Sem grandes momentos, a Ellus desfila com seu cliente em mente, e ele não sairá frustrado da loja. A ambientação de lavanderia não é nova, mas agrada e serve para mostrar jeans escuro, o moletom com upgrade urbano, a camisa de botões militares que é a melhor coisa, com macacões, bermudas e o casaco tipo bomber.

Mario Queiroz acerta no mix e nas cores de um inverno com um pé no étnico, no natural e no street, com bons momentos também no veludo vermelho. Sabe o que está no ar e não tem dificuldades para atingir o mercado. Correto; melhor na primeira metade.

Já Fause Haten continua misturando demais, sem unidade. Acerta nos clássicos e nos ótimos sapatos e óculos, mas faltam sutileza e cuidado com as proporções, cores, formas e materiais. Deve vir mais focado.

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