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09/02/2002 - 09h58

Mostra "22 e a Idéia do Moderno" atesta influência das vanguardas

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da Folha de S.Paulo

O Museu de Arte Contemporânea da USP participa do aniversário da semana modernista pelas beiradas. Residência de um dos principais acervos de arte brasileira do país e da América Latina, o MAC comemora as oito décadas da semana que oficializou a modernidade na criação plástica (musical, literária e cênica) nacional com uma mostra que, para começar, inicia no dia em que a Semana de Arte Moderna terminou, 18 de fevereiro, para o público.

É sobre a idéia de que a revolução modernista teve início bem antes e continuou muito depois do período histórico que a direção do museu e sua curadoria preparam "22 e a Idéia do Moderno". A mostra não apresenta nenhum trabalho realizado durante aqueles dias. O acervo de 8.000 obras da instituição não tem peças originais do período.

Mas emblemas da produção modernista, como "A Negra", que Tarsila do Amaral assinou em 1923, compõem uma espécie de bastidor de época que extrapola a data oficial. "Tarsila, por exemplo, estava na Europa durante a Semana Modernista", conta Helouise Costa, curadora da exposição ao lado de Dayse Paccinini. "E 'O Torso' e 'A Boba', Anita Malfatti pintou em 1916 e 1917."

A tela de Tarsila será exibida ao lado dos estudos, os rascunhos que deram origem à obra final. Os três croquis estavam dispersos no Centro Cultural São Paulo, no Instituto de Estudos Brasileiros e em coleção particular e foram emprestados para a ocasião.

A curadora chama a atenção para a relação entre a figura e o fundo, pesquisa importante no trabalho da pintora. "Embora sejam estudos, podem ser vistos como desenhos prontos que mostram por quais caminhos Tarsila percorreu para chegar em 'A Negra'."

Outra estrela da mostra foi exatamente um detrator da abstração modernista. Di Cavalcanti, de quem o museu abriga nada menos que 564 desenhos, é representado em "22 e a Idéia do Moderno" por seis deles. São trabalhos escolhidos pelas curadoras para mostrar que, mesmo rejeitando os "ismos" em voga, o pintor também teve a obra contaminada pelas chamadas vanguardas européias. "Selecionamos desenhos em que as influências surrealistas e cubistas aparecem claramente."

Mas a costura das imagens fica a cargo da boa vontade do visitante. Ao entrar no espaço expositivo do MAC, o espectador receberá um roteiro com indicações dos locais das obras. A organização manteve a montagem da exposição do acervo, um conjunto de nada menos que 120 pinturas, esculturas, relevos, instalações e 400 obras sobre papel que já estavam expostas desde o ano passado.

Ou seja, para achar Tarsila, Anita, Di Cavalcanti, Cícero Dias, Ismael Nery, Lasar Segall e Victor Brecheret, o público deverá procurar entre Chagall, Miró, Matisse, Picasso e Flávio de Carvalho. São 23 modernistas brasileiros no meio de contemporâneos e modernos de vários lugares do planeta. A curadoria garante que tudo estará devidamente explicado. "A programação tem caráter histórico, por isso o material de referência é importante", esclarece Martin Grossmann, vice-diretor do museu.

Para ir direto ao assunto, a saída é a visita virtual. A equipe do museu e a Thompson Digital prometem levar ao ar a mostra de mesmo título, e até mais completa, no dia da abertura da exposição real.

Pelo site www.mac.usp.br, que também vai reunir informações históricas sobre diferentes braços da Semana de 22, será possível ver as peças em exibição ao lado de outras que foram apenas fotografadas e reproduzidas para o site, como "As Três Graças", de Victor Brecheret.

A filha do artista, Sandra Brecheret Pellegrini, acaba de finalizar novo catálogo sobre a obra religiosa do autor do "Monumento às Bandeiras". No dia 23, ele empresta o nome à fundação que dará conta de sua memória, em evento no Museu da Casa Brasileira. Mas "A Santa Ceia", uma das suas importantes criações do gênero, pode ser vista na exposição real do MAC, que fica aberta para visitação até 30 de junho.

22 E A IDÉIA DO MODERNO.
Quando: a partir de 18 de fevereiro, das 10h às 21h. Terças, quartas e sextas, das 10h às 19h, quintas, das 11h às 20h, sábados, domingos e feriados, das 10h às 16h. Onde: MAC (r. da Reitoria, 160, Cidade Universitária, SP, tel. 0/xx/11/3818-3039). Quanto: entrada franca.

Leia mais:
  • Sobre a Semana de Arte Moderna

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