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12/02/2002 - 09h43

Concorrentes ao Oscar de filme estrangeiro estão "embolados"

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SÉRGIO DÁVILA
da Folha de S.Paulo, em Nova York

Até às 11h30 (horário de Brasília) de hoje, quando Marcia Gay Harden (melhor atriz coadjuvante do ano passado) e Frank Pierson (presidente da Academia) começarem a anunciar os indicados ao Oscar de melhor filme estrangeiro, vale qualquer aposta.

Nunca no passado recente a categoria chegou ao dia das indicações tão embolada, sem um favorito ou pelo menos cinco favoritos entre os (51) inscritos como neste ano. Pode acontecer literalmente tudo. Até o concorrente brasileiro, o sensível "Abril Despedaçado", de Walter Salles, ficar de fora.

Até o começo do mês, "O Fabuloso Destino de Amélie Poulain" parecia o vencedor óbvio, mas sua ascensão sofreu um abalo na cerimônia de premiação do Globo de Ouro, considerado um dos principais termômetros do Oscar, que preferiu a comédia bósnia "Terra de Ninguém".

Isso, mais a crescida na bolsa de apostas de "O Quarto do Filho", de Nanni Moretti, confundiram o meio de campo. O filme italiano, aliás, que ganhou a Palma de Ouro em Cannes e estréia no Brasil nesta sexta, vem sendo a prioridade da Miramax na publicidade voltada para os eleitores da Academia, em detrimento do brasileiro, que é do mesmo estúdio.

Não que "Abril" seja ruim. Não é. Comparando com "Central do Brasil", é até melhor, mais maduro. O problema é que sua carreira até agora em prêmios e festivais tem sido modesta. E isso, mais sucesso na bilheteria, conta pontos na hora da votação.

O filme foi indicado no Bafta, o Oscar britânico, levou um prêmio secundário em Veneza e perdeu o Globo de Ouro. Quanto à bilheteria, nem sequer estreou comercialmente para valer, o que deve acontecer dia 1º de março no Brasil. Além disso, neste último quesito não tem para ninguém: o líder absoluto é mesmo "Amélie".

A fábula de Jean-Pierre Jeunet ("Delicatessen", "Alien 4") já é o filme falado em francês mais assistido na história dos EUA, com US$ 23,5 milhões de bilheteria. Teve impressionantes oito milhões de espectadores em seu país natal e faturou US$ 100 milhões no mundo todo.

Na área de prêmios, o francês sai na frente também, a começar pelo recorde de 13 indicações ao Cesar, o Oscar francês, e nove ao mesmo Bafta de "Abril". Mas perdeu o Globo de Ouro para o bósnio "Terra", atualmente em cartaz no Brasil. O filme é o primeiro da divisão "de arte" da United Artists, que está jogando pesado para abocanhar um pedaço do mercado dominado pela Miramax e pela Sony Classics.

O Brasil pode dar as caras ainda em outra categoria: direção de fotografia. Embora não sejam favoritos, os brasileiros Walter Carvalho (de "Abril") e Affonso Beato (de "Ghost World", de Terry Zwigoff) não seriam surpresa. O SBT transmite a cerimônia ao vivo.
 

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