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13/02/2002 - 11h09

Atriz passeia pela cidade falando sobre o escritor Juan Gutiérrez

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PEDRO IVO DUBRA
DA REDAÇÃO

Não é um carro alegórico, mas promete chamar a atenção. Seu percurso pela cidade lembra mais os antigos corsos carnavalescos do que propriamente os desfiles retilíneos da passarela do samba.
Sairá dos Jardins rumo à Mooca. Passará por ruas do Brás e terá como destino provável o Ipiranga, permanecendo nos arredores do Museu Paulista.

Um detalhe: partirá por volta das 11h de hoje, em plena Quarta-Feira de Cinzas. É o que diz atriz Fabiana Serroni, 27. A bordo de seu "Carro Verde", equipado com corneta e microfone semelhantes aos dos veículos que vendem pamonha, ela fará declarações em som potente a quem estiver em seu caminho.

Dirigido ao mundo, o depoimento terá, porém, sua musa particular: o escritor cubano Pedro Juan Gutiérrez, que esteve no Brasil no ano passado.

Enquanto lia a "Trilogia Suja de Havana", obra mais famosa do artista, Serroni passou a "dialogar" com o autor e a registrar em fitas cassete desabafos e declarações que fazia o tempo todo a seu interlocutor imaginário.

Eles compõem "Carta a Pedro Juan Gutiérrez", título desse trabalho.
"Os textos estão muito íntimos, não têm nenhum rebuscamento teatral. São todos conversas minhas", afirma.

Durante o percurso, em que ela sozinha dirigirá seu carro, a atriz fará improvisações ao vivo sobre seu discurso gravado. Usará o dialeto portunhol e uma fala de Carlos Lacerda (1914-1977), político cassado pelo regime militar.

Seguindo-a em outro automóvel, uma equipe registrará em vídeo e fotografia instantes da performance. Agregados a outras "intervenções" já captadas e a serem gravadas, irão compor um farto material a ser condensado num curta-metragem, "documentário ficcional".

Miss Havana

Não abandonando de todo o clima de "nostalgia" da Quarta-Feira de Cinzas, Fabiana Serroni, que já morou em Havana, se caracterizará como Miss Brasil 2002.

Para ela, o concurso é ícone de um mundo decadente e ultrapassado, inexistente nos dias de hoje. Sob a capa da personagem, é que ela irá mostrar a realidade brasileira e tentar uma comunicação com o autor.

Comunicação esta que pode já ter se estabelecido. Serroni e Gutiérrez têm uma amiga em comum. "Ela foi para Cuba e levou todo o meu material para ele. Ele já deve estar sabendo", diz a atriz.

Sem data para a edição das imagens, sem planos muito bem definidos na cabeça, a artista declarou que o documentário poderá integrar a Bienal de Havana.

A performance de hoje acontecerá em dois turnos. Além da exibição da manhã, haverá uma outra a ser registrada pelo programa "Metropolis", da TV Cultura.
 

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