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18/07/2000 - 04h21

História de garimpo inspirou romance

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da Folha de S.Paulo

"Eu tinha uma boa história na mão. O ouro está associado à riqueza, que gera poder. É uma história sobre solidão e sujeitos lutando contra o desconhecido. Numa guerra, amigos tornam-se inimigos", conta Sarney, em entrevista feita por telefone, de Brasília, enquanto recebia cinco vereadores de seu Estado.

"Saraminda" é um romance histórico, com pitadas de realismo fantástico. Se, em "O Dono do Mar", piocos, entes fantásticos que vivem no mar, invadem as aldeias de pescadores para possuírem as mocinhas, em "Saraminda", o narrador, o francês Clément Tamba, recebe a visita de um amigo morto, o brasileiro Cleto Bonfim, e presta contas com o passado.

Tamba morava em Caiena, quando o amigo Firmino Amapá, em busca de um sócio, deu-lhe a notícia de que as terras do Mapá, território sem dono, entre o Brasil e a colônia francesa, tinham ouro em pó e eram quase sem gente. "Os poucos que ali moravam morriam de escorbuto, malária e doenças da vida, engalicados", informou Firmino.

Na floresta, Tamba conhece Bonfim, dono do primeiro garimpo e de Saraminda. Ambos disputam o ouro e o amor de Saraminda. "O dúbio me fascina. Eu não pude interferir, nem ir contra as vontades de Saraminda. Ela tinha todas as seduções, mas se entregou a poucos. Ela era uma mulher de sua época. Aconteceu na minha cabeça", diz Sarney.

A região foi palco de uma luta entre franceses de Guiana e brasileiros, terra hoje pertencente ao Amapá. Garimpeiros chegaram a fundar uma república autônoma, a República do Cunani, que teve presidente, representação na França, moeda, selos, bandeira e quase foi reconhecida pelo governo norte-americano, em 1876.

"Fui duas vezes ao garimpo. O Cunani, hoje, é apenas uma igrejinha, com três casas. Foi o ouro que despertou os franceses, que haviam deixado na Guiana apenas um presídio", conta Sarney.

O Brasil virou dono definitivo da região, terra de onde poucos voltavam, em que "as doenças, a selva, as lutas com os índios e o isolamento dizimavam grupos", numa questão arbitrada pela Suíça, que reconheceu o direito brasileiro baseando-se no Tratado de Utrecht.

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