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15/02/2002 - 04h16

Wenders mistura Hopper e rock alemão em Berlim

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FABIO CYPRIANO
enviado especial a Berlim

Você já ouviu falar de uma banda de rock alemão chamada BAP? Bem, já é estranho saber que existe uma banda de rock na Alemanha, e o BAP é um grupo de Colônia que canta no dialeto local. No resto do país o grupo é ignorado.

Era. Pois o diretor alemão Wim Wenders lançou anteontem à noite, fora de concorrência, seu novo filme, "Viel Passiert", que tem como tema o BAP, grupo criado na década de 70.

Músicos não são estranhos ao repertório do diretor. Ele já retratou o grupo português Madredeus em "Lisbon Story" (94) e o time da velha-guarda cubana em "Buena Vista Social Club" (99).

"Viel Passiert" mistura ficção e realidade. Durante os ensaios da banda, num belo teatro de Essen, atores criam pequenas cenas, e Wenders usa as telas do pintor americano Edward Hopper como referência para a iluminação e as cores do filme.

O BAP tem como líder o músico Wolfgang Niedecken. "Encontrei Niedecken casualmente numa galeria e ele propôs que eu dirigisse um videoclipe para a banda; pensei e propus a ele fazer algo mais longo, um filme mesmo", disse Wenders, em Berlim.

O problema é que o BAP é ruim. Muito ruim. Assim, não há bela imagem que segure os 90 minutos do documentário.

Já na mostra competitiva, foi exibido "Piedras", o primeiro longa do diretor espanhol Ramón Salazar, um seguidor de Almodóvar. Tudo em seu filme lembra o prestigiado diretor espanhol.

A começar pelo tema, uma história sobre cinco mulheres, feminilidade que costuma transbordar nos trabalhos de Almodóvar. Até mesmo uma de suas atrizes, Antonia San Juan, que interpretou um travesti em "Tudo sobre Minha Mãe", está em "Piedras".

Mas há mais coincidências, em temas como desintegração familiar, drogas e homossexualismo.

O que resta? Se não há originalidade, há pelo menos qualidade. O filme, bem dirigido e com ótimas atuações, fala de mulheres por meio de sapatos. São eles que espelham suas personalidades.

Tem sido um festival com ótimos papéis femininos e poucos destaques masculinos.

Ontem ainda foi exibido "Lundi Matin", produção francesa de Otar Iosseliani. Hoje, a atriz italiana Claudia Cardinale recebe o Urso de Ouro pelo conjunto de sua obra.
 

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