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25/02/2002 - 03h56

MTV Brasil fará a cobertura das eleições de 2002

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da Folha de S. Paulo

Depois que Colin Powell, secretário de Estado dos EUA, enfrentou uma "metralhadora" de perguntas feitas ao vivo por jovens de vários países na conferência mundial realizada pela MTV, agora pode ser a vez de o presidente Fernando Henrique Cardoso encarar o festival de saia justa.

Ele será convidado nos próximos dias pela MTV Brasil para participar de um debate -nos mesmos moldes do americano-, com telespectadores de vários Estados, que farão perguntas por "link" das afiliadas da rede.

Se o presidente aceitar, estará inaugurando um dos principais projetos para a nova programação da MTV -que será anunciada hoje: a emissora musical dará mais espaço à política e fará, inclusive, a cobertura das eleições.

É uma decisão politicamente significativa para o país. No Brasil, a MTV atinge 23,3 milhões de telespectadores, sendo que 4 milhões têm entre 15 e 29 anos e fazem parte das classes AB.

Pode parecer pouco perto da audiência da Globo ou de outras emissoras não-segmentadas. Mas o número ganha força quando se considera o poder que a marca MTV tem para o telespectador jovem. Pesquisa do Ibope entregue na semana passada às TVs revela que o canal está em segundo lugar na preferência desse grupo (veja quadro nesta página). Os dados devem ajudar a MTV a convencer presidenciáveis a se sentarem ao lado de João Gordo, no "Gordo a Go-Go", que tem no cenário uma mesa sustentada por uma estátua de mulher quase pelada.

A entrevista inusitada pode ser um resumo da idéia que a MTV faz da cobertura de eleições.

"Não trataremos de política partidária, do dia-a-dia dos candidatos. Nosso telespectador acha tudo isso chato, porque parece distante do dia-a-dia dele. O objetivo é mostrar como a política está ligada às questões cotidianas", afirma André Mantovani, 37, diretor-geral da MTV Brasil.

Como na campanha "Choose or Lose" ("Escolha ou Perca", em português), inaugurada pela MTV americana nas eleições presidenciais de 1992, o tom do projeto brasileiro é convencer os jovens de que é importante votar.

Outro ponto: "A cobertura também quer acabar com o estigma de que o jovem é apático e não se interessa por esse assunto. Nossa decisão aconteceu porque percebemos um grande interesse do telespectador pela política, por meio do site e de cartas enviadas à revista da MTV", diz Mantovani.

Assim, a política deve permear toda a programação, inclusive a musical. Exemplo dessa mistura entre música e política é o "Jornal da MTV", novidade de 2002.

O jornalístico, que estréia no dia 8 de março, será comandado por Fábio Massari e deverá ser um dos principais espaços do lado mais "sério" da MTV. Semanal, com uma hora de duração, a atração tem espaço nobre na programação: será exibida às sextas, às 21h.

A volta de Cazé à MTV, depois do sonho frustrado de fazer programa alternativo na Globo, também está em sintonia com a "politização" da emissora. A direção acredita que o apresentador tenha o perfil ideal para abordar assuntos políticos com o eleitorado jovem que assiste ao canal.

Além de apresentar o "Neurônio", "game" semanal que vai ao ar às terças, às 22h, Cazé irá comandar uma atração diária mais "cabeça" a partir de abril. Nome e formato estão em estudo, mas é certo que será outra atração para colocar as eleições 2002 em pauta.

A MTV também estréia a série especial "Tome Conta do Brasil", em julho. Serão oito programas sobre questões ligadas à eleição. O apresentador ainda não foi definido. Cazé, que coordenou no Brasil o debate de Powell, está no páreo.

Pelo visto, os candidatos não terão como escapar de tocar um jingle "moderninho" na MTV.
 

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