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26/02/2002
-
09h58
FABIO CYPRIANO
da Folha de S.Paulo
Jeanete Musatti faz parte de uma das mais tradicionais famílias de colecionadores. Ela é irmã de Adolpho Leirner, que possui um dos melhores acervos brasileiros de arte concreta, e é casada com Bruno Musatti, importante colecionador de arte contemporânea.
"Cresci nesse ambiente de colecionadores compulsivos, é natural que isso se reflita em minhas obras", diz a artista.
A partir de hoje, a galeria Nara Roesler apresenta 13 séries de Musatti, parte já apresentada no Museu de Arte das Américas, em Washington D.C., em 2000. Essas obras, aliás, compõem um presságio ao dia 11 de setembro, ao reunirem as séries "América 2000", que retratam os EUA de forma militarista e também "Templo Dourado para as Mulheres Afegãs". Como sempre, a arte funciona como uma antena para os dramas contemporâneos.
"Minhas obras apresentam sempre uma relação afetiva de meu cotidiano, como em sonhos", explica Musatti. Mas não só. A artista visa também "guardar a memória do passado e presente, passar um mata-borrão nos erros históricos", diz.
Assim, a série "Alemanha 2000" trata dos extermínios em campos de concentração nazistas, tema que também é vinculado à história pessoal da artista, de família judia. Vagando entre suas experiências pessoais e questões históricas fundamentais do século 20, Musatti cria com suas obras um verdadeiro inventário do imaginário social.
Em comum, todas as séries são feitas com pequenas caixas, como relicários, circulares ou quadrados, onde a artista coloca objetos que reúne pelo mundo, especialmente pequenos bonecos de uma fábrica alemã.
Desde os anos 70, Musatti reúne objetos nessas pequenas caixas, que se relacionam a temas de seu interesse. "Sinto agora que a escala não é mais fundamental, cada objeto pode ser visto individualmente", afirma.
"A obra de Jeanete Musatti é um alucinógeno potente, raro deleite, intervalo de transcendência na incessante cadeia de nossos pensamentos automáticos. Seu trabalho é suave faca que momentaneamente a corta. Contemplá-la é deixar-se conduzir à imemorial dimensão da alma e suas imagens", define o analista Roberto Gambini no belo catálogo da exposição.
JEANETE MUSATTI (Mostra com 13 séries em técnicas diversas)
Onde: galeria Nara Roesler (av. Europa, 655, tel. 3063-2344)
Quando: abertura hoje, às 21h; de seg. a sex., das 10h às 20h; sáb., das 11h às 15h (até 12/3)
Quanto: de R$ 8.000 a R$ 52 mil
Musatti reúne imaginário histórico em relicários
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da Folha de S.Paulo
Jeanete Musatti faz parte de uma das mais tradicionais famílias de colecionadores. Ela é irmã de Adolpho Leirner, que possui um dos melhores acervos brasileiros de arte concreta, e é casada com Bruno Musatti, importante colecionador de arte contemporânea.
"Cresci nesse ambiente de colecionadores compulsivos, é natural que isso se reflita em minhas obras", diz a artista.
A partir de hoje, a galeria Nara Roesler apresenta 13 séries de Musatti, parte já apresentada no Museu de Arte das Américas, em Washington D.C., em 2000. Essas obras, aliás, compõem um presságio ao dia 11 de setembro, ao reunirem as séries "América 2000", que retratam os EUA de forma militarista e também "Templo Dourado para as Mulheres Afegãs". Como sempre, a arte funciona como uma antena para os dramas contemporâneos.
"Minhas obras apresentam sempre uma relação afetiva de meu cotidiano, como em sonhos", explica Musatti. Mas não só. A artista visa também "guardar a memória do passado e presente, passar um mata-borrão nos erros históricos", diz.
Assim, a série "Alemanha 2000" trata dos extermínios em campos de concentração nazistas, tema que também é vinculado à história pessoal da artista, de família judia. Vagando entre suas experiências pessoais e questões históricas fundamentais do século 20, Musatti cria com suas obras um verdadeiro inventário do imaginário social.
Em comum, todas as séries são feitas com pequenas caixas, como relicários, circulares ou quadrados, onde a artista coloca objetos que reúne pelo mundo, especialmente pequenos bonecos de uma fábrica alemã.
Desde os anos 70, Musatti reúne objetos nessas pequenas caixas, que se relacionam a temas de seu interesse. "Sinto agora que a escala não é mais fundamental, cada objeto pode ser visto individualmente", afirma.
"A obra de Jeanete Musatti é um alucinógeno potente, raro deleite, intervalo de transcendência na incessante cadeia de nossos pensamentos automáticos. Seu trabalho é suave faca que momentaneamente a corta. Contemplá-la é deixar-se conduzir à imemorial dimensão da alma e suas imagens", define o analista Roberto Gambini no belo catálogo da exposição.
JEANETE MUSATTI (Mostra com 13 séries em técnicas diversas)
Onde: galeria Nara Roesler (av. Europa, 655, tel. 3063-2344)
Quando: abertura hoje, às 21h; de seg. a sex., das 10h às 20h; sáb., das 11h às 15h (até 12/3)
Quanto: de R$ 8.000 a R$ 52 mil
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