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27/02/2002
-
20h42
CARLA NASCIMENTO
da Folha Online
"Não é uma banda gospel. O único evangélico da banda sou eu", disse Rodolfo Abrantes, 29, logo no começo de uma coletiva de imprensa hoje à tarde, em São Paulo, para apresentar "Estreito", seu primeiro CD pós-Raimundos, que chega às lojas esta semana pela WEA.
Natural que esta fosse a primeira pergunta a ser feita. No ano passado, a saída de Rodolfo do Raimundos surpreendeu o público, afinal o grupo estava em seu melhor momento até então. As declarações dadas pelos outros integrantes levou a crer que a saída de Rodolfo teria sido por causa de sua conversão a uma igreja evangélica, o que o vocalista nega. "Saí porque o que eu cantava no Raimundos não era mais a minha vida, mas foi falado tanto que eu saí porque era evangélico que não adianta eu falar que não", diz.
Passada a tempestade, Rodolfo voltou antes do que previra e do que o público esperava. E mais. Sua alardeada carreira solo ficou só no projeto, já que ele agora é o vocalista da banda Rodox, que tem em sua formação o DJ Bob, o baterista Fernandão (ex-Pavilhão 9), o guitarrista Marcão (ex-roadie dos Raimundos) e o baixista Patrick Laplan (ex-Los Hermanos).
Rodolfo volta como banda, mas com um trabalho que pode ser considerado solo. Na verdade, a banda só foi criada depois da gravação do CD, do qual participaram apenas DJ Bob e Fernandão. Talvez isso explique a cara autobiográfica de "Estreito", cujas letras são quase todas de Rodolfo. Além disso, o próprio nome da banda é um apelido de infância do vocalista, mas ele prefere lembrar que o nome é uma referência a um inseticida.
Seria um exagero classificar "Estreito" como gospel, mas Rodolfo, evangélico desde janeiro do ano passado, faz referências explícitas a sua fé em músicas como "Cego de Jericó", ou na faixa-título, quando canta "O caminho que escolhi é o estreito/ Ao meu lado eu tenho Deus/ O meu trabalho, o que foi feito está feito".
Sobre as mudanças no trabalho, o vocalista diz que as letras estão diferentes, não a atitude, já que continua cantando o que vive hoje, que está afastado das drogas e mais próximo da família. "Antes eu era um cara inerte e sem atitude, hoje sou o Rodolfo verdadeiro", diz.
O CD, com 12 faixas, tem hip hop, ska e muito hardcore. De participação especial, há a presença do rapper Xis (um dos moradores da Casa dos Artistas) e de Falcão, vocalista do O Rappa. Os dois dividem com Rodolfo a autoria da letra de "Três Reis".
O show de estréia do Rodox será no festival Abril Pro Rock, que acontece em Recife (PE), em abril. O clipe da música de trabalho, "Olhos Abertos", já está pronto.
A banda ainda não está pensando em fazer uma agenda de shows, já que ainda não têm repertório para isso. Tocar as músicas gravadas por Rodolfo no Raimundos é uma idéia descartada, a exceção pode ser a versão feita pela banda para "20 e Poucos Anos", de Fábio Jr., considerada pelo vocalista como a "melhor música do mundo".
Como será a recepção dos fãs que, até agora, só conhecem o Rodolfo do Raimundos? "Fã é gente e existe gente de todo jeito. Dos que eu encontrei 80% me parabenizaram pela atitude. O CD é para quem tem ouvidos", responde.
Leia mais:
Rodolfo diz que amizade com os Raimundos é inviável
Rodolfo volta com nova banda, mas em trabalho solo
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da Folha Online
"Não é uma banda gospel. O único evangélico da banda sou eu", disse Rodolfo Abrantes, 29, logo no começo de uma coletiva de imprensa hoje à tarde, em São Paulo, para apresentar "Estreito", seu primeiro CD pós-Raimundos, que chega às lojas esta semana pela WEA.
Divulgação |
Capa do 1º CD do Rodox, nova banda de Rodolfo |
Passada a tempestade, Rodolfo voltou antes do que previra e do que o público esperava. E mais. Sua alardeada carreira solo ficou só no projeto, já que ele agora é o vocalista da banda Rodox, que tem em sua formação o DJ Bob, o baterista Fernandão (ex-Pavilhão 9), o guitarrista Marcão (ex-roadie dos Raimundos) e o baixista Patrick Laplan (ex-Los Hermanos).
Rodolfo volta como banda, mas com um trabalho que pode ser considerado solo. Na verdade, a banda só foi criada depois da gravação do CD, do qual participaram apenas DJ Bob e Fernandão. Talvez isso explique a cara autobiográfica de "Estreito", cujas letras são quase todas de Rodolfo. Além disso, o próprio nome da banda é um apelido de infância do vocalista, mas ele prefere lembrar que o nome é uma referência a um inseticida.
Seria um exagero classificar "Estreito" como gospel, mas Rodolfo, evangélico desde janeiro do ano passado, faz referências explícitas a sua fé em músicas como "Cego de Jericó", ou na faixa-título, quando canta "O caminho que escolhi é o estreito/ Ao meu lado eu tenho Deus/ O meu trabalho, o que foi feito está feito".
Sobre as mudanças no trabalho, o vocalista diz que as letras estão diferentes, não a atitude, já que continua cantando o que vive hoje, que está afastado das drogas e mais próximo da família. "Antes eu era um cara inerte e sem atitude, hoje sou o Rodolfo verdadeiro", diz.
O CD, com 12 faixas, tem hip hop, ska e muito hardcore. De participação especial, há a presença do rapper Xis (um dos moradores da Casa dos Artistas) e de Falcão, vocalista do O Rappa. Os dois dividem com Rodolfo a autoria da letra de "Três Reis".
O show de estréia do Rodox será no festival Abril Pro Rock, que acontece em Recife (PE), em abril. O clipe da música de trabalho, "Olhos Abertos", já está pronto.
A banda ainda não está pensando em fazer uma agenda de shows, já que ainda não têm repertório para isso. Tocar as músicas gravadas por Rodolfo no Raimundos é uma idéia descartada, a exceção pode ser a versão feita pela banda para "20 e Poucos Anos", de Fábio Jr., considerada pelo vocalista como a "melhor música do mundo".
Como será a recepção dos fãs que, até agora, só conhecem o Rodolfo do Raimundos? "Fã é gente e existe gente de todo jeito. Dos que eu encontrei 80% me parabenizaram pela atitude. O CD é para quem tem ouvidos", responde.
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