Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
28/02/2002 - 10h51

"Pocket opera" festeja Semana de 22 no Sesc Ipiranga

Publicidade

PEDRO IVO DUBRA
da Folha de S. Paulo

A Semana de 22, realizada no Teatro Municipal, templo das óperas, completa 80 anos. E é justamente com uma delas -em formato diferente, novo, "pocket" (de bolso, em inglês)- que o Sesc celebra o acontecimento que agitou São Paulo e as artes brasileiras. "22 Antes Depois", título do espetáculo, estréia hoje para convidados na unidade do Ipiranga.

Mais ou menos seguindo o espírito multidisciplinar que contaminou o "sarau futurista" de Mário, Oswald e tantos outros, a "pocket opera" conta com concepção cênica de Arrigo Barnabé, Guto Lacaz e Tim Rescala. Barnabé e Rescala assinam a direção musical. Lacaz, a cenografia.

Definida como colagem, formada por quadros independentes, "22 Antes Depois" retrata fatos que antecederam a reunião, que ocorreram no calor (era Carnaval) da hora e a sucederam. O percurso vai da Villa Kyrial -chácara frequentada por intelectuais e artistas da velha e da nova guarda- até Glauber Rocha.

No meio do caminho, referências tiradas da história, como a crítica de Monteiro Lobato à exposição de Anita Malfatti, misturam-se a criações mais livres. Rocha entrevista Zumbi, considerado dono do "espírito moderno".

"A gente procurou se informar bem, teve assessoria histórica", diz Tim Rescala, 40.

As doze cenas principais são costuradas por um samba-enredo, que faz referência a Villa-Lobos por meio da superposição de seus temas mais conhecidos. Primeiramente, são apenas trechos da música, cantada por uma faxineira que entra para espanar a poeira de um vaso quebrado, metáfora da ruptura. Ao final, o samba é executado na íntegra.

O tal vaso cai não apenas para simbolizar uma ordem decadente, mas também para citar um fato menos conhecido. "Houve um terremoto na cidade alguns dias antes, em 22. Fazemos analogia com a Semana, que também sacudiu as coisas", explica Rescala.

Nem só de canto lírico vive "22 Antes Depois". Silêncios pontuam a trama, mostrando um "happening operístico", como a cena que faz referência ao escultor Victor Brecheret. "As minhas entradas são mais silenciosas e performáticas", diz Guto Lacaz, 53.

Rematando a ópera, servindo mesmo para elucidar passagens de um espetáculo que Lacaz define como "didático confuso", a exposição "O São Paulo dos Modernistas" contextualiza a época.

O Sesc Ipiranga realiza o projeto "Pocket Opera" há quatro anos. Já participaram da iniciativa artistas como Gerald Thomas ("N x W") e Marcelo Tas ("Zap, O Resumo da Ópera"), entre outros.

22 ANTES DEPOIS - Criação e direção musical: Arrigo Barnabé e Tim Rescala. Direção cênica: Arrigo Barnabé, Guto Lacaz, e Tim Rescala. Criação e cenografia: Guto Lacaz. Com: Martha Herr, Suzana Salles, e outros. Onde: Sesc Ipiranga -°teatro (r. Bom Pastor, 822, São Paulo, tel. 0/xx/11/3340-2000). Quando: hoje, às 21h; sex. (estréia para o público), às 21h; qui. a sáb., às 21h; dom., às 20h. Até 17/3. Quanto: R$ 6 a R$ 12. Exposição: ter. a sex., das 8h às 22h; sáb. e dom., das 9h às 18h; a partir de 28/2. Entrada franca.

Saiba tudo sobre a Semana de Arte Moderna

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página