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19/07/2000 - 05h06

Série "Architettura" tira som do concreto

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ERIKA SALLUM, da Folha de S.Paulo

Há dois anos, a produtora brasileira radicada em Nova York Iara Lee criou coragem e resolveu pôr em prática uma idéia no mínimo original. Fazer música a partir de estruturas arquitetônicas.

Mais do que isso: decidiu "ouvir" prédios, torres, museus, cidades. Chamou DJs renomados, escolheu obras de arquitetos famosos e lançou a série de CDs "Architettura", que acaba de ganhar o quarto volume, sobre Brasília.

O projeto chega ao país para shows em São Paulo, Belo Horizonte e, claro, na capital federal, com a presença de três dos músicos que dele participaram. O evento, promovido pelo J&B Electronic Arts, que pretende trazer ao Brasil nomes importantes da música eletrônica, tem início hoje, em São Paulo, mas os convites estão esgotados.

Mas o que é exatamente "Architettura"? Elaborado pela produtora nova-iorquina Caipirinha, de Iara, o projeto tem como objetivo unir da maneira mais completa possível música e arquitetura, utilizando sempre som eletrônico.

Usando como inspiração obras tão inusitadas quanto o Museu da Fruta, no Japão -um esquisito edifício onde são guardados frutas e árvores-, a idéia foi levada às últimas consequências no segundo CD, dedicado ao Terminal de Waterloo, na Inglaterra.

Para compor o disco, o DJ Tetsu Inoue escaneou fotos do lugar e transformou matematicamente as informações em som. Ou seja, a música surgida a partir disso é, literalmente, o terminal londrino que liga a Inglaterra à França.

"Pode parecer estranho, mas hoje, com uma tecnologia tão avançada, é preciso juntar expressões humanas distintas. E a música eletrônica é a melhor forma de traduzir isso", diz Iara.

Fora do país há mais de uma década, a produtora e cineasta (diretora de filmes como "Modulations") há tempos acalentava o desejo de fazer algo relacionado a sua origem.

Foi então que surgiu o CD sobre Brasília: "É uma cidade mal-entendida, intrigante e não poderia ser ignorada".

A missão de "escutar" a obra de Oscar Niemeyer foi delegada ao DJ alemão
Panacea, 23, que também participa dos shows no país, ao lado de Taylor Deupree e Steve Roden. Auxiliados por slides, eles vão mostrar um pouco da "musicalidade" do tal Museu da Fruta, do Terminal de Waterloo, da também japonesa Torre dos Ventos e, obviamente, de Brasília.

"É uma cidade horrorosa, mas muito original e que me impressionou", contou Panacea à Folha (leia entrevista ao lado).

As apresentações serão acompanhadas da exibição de curtas-metragens de Iara Lee com imagens das construções citadas.

"Não é um show para dançar, mas para assistir e refletir sobre sua mensagem", explica a produtora, que planeja levar o evento para o Japão, em setembro. No próximo dia 29, há apresentações em Minneapolis, nos EUA.
Para o quinto volume, Iara pensa em musicar o budista Templo das Águas, de Tadao Ando.

Shows: Architettura Quando: hoje, às 21h, em São Paulo, amanhã, às 21h, em Belo Horizonte, e sábado, às 23h, em Brasília Onde: em SP, no Centro Brasileiro Britânico (r. Ferreira de Araújo, 741, Pinheiros); em Belo Horizonte, no auditório do MAP (av. Otacílio Negrão de Lima, 16.585, Pampulha); em Brasília, no Nação Pernambuco (503 sul, Plano Piloto) Quanto: gratuito (SP, com convites esgotados, e BH) e R$ 10 (Brasília)

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