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03/03/2002 - 10h37

Stephan Nercessian, presidente da "Casa", diz que situação "é difícil"

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FERNANDA DANNEMANN
da Folha de S.Paulo

Atual presidente da "Casa dos Artistas", o ator Stephan Nercessian falou ao TV Folha sobre a situação da instituição para idosos.

Como você administra a "Casa"?
Ela é uma instituição filantrópica de utilidade pública, título que tinha sido perdido e que recuperei. Arrecado por mês de R$ 12 mil a R$ 15 mil. Vivo com um déficit de R$ 15 mil. Cerca de 220 sócios pagam anuidades ou mensalidades, que entram via boleto, no banco, e rendem pouco mais de R$ 2 mil reais por mês. Temos um imóvel em Ipanema, alugado por R$ 5.700 e as contribuições descontadas em folha na Globo, de mais ou menos 90 pessoas, que, em geral rendem cerca de R$ 4 mil. Parte da comida é dada pela prefeitura, e há muitas doações de alimentos. Nossa grande dificuldade é remédio.

Como a situação chegou ao ponto de haver ratos no ambulatório?
Quando cheguei aqui, a primeira coisa que fiz, com dinheiro praticamente do bolso, foi tirar 45 caminhões de lixo do mato lá atrás. Depois, consegui, por doação, duas desratizações aqui na área. Mas não consigo que venha toda hora. Tem um cemitério ao lado, é uma situação difícil.

A "Casa" tem médico e enfermeiras?
O médico vem três vezes por semana. É cardiologista, mas tem formação em clínica-geral. Tem uma psicóloga. Quando cheguei, tinha uma nutricionista. Hoje temos uma que vem para assinar o mapa, mas não para acompanhamento permanente. Assistente social não tem.

Parece que os funcionários não têm a formação necessária.
No ambulatório? Não... eu tenho seis auxiliares de enfermagem. Tinha uma enfermeira-chefe, que saiu.

Quais são as dívidas da Casa?
Quando assumi, a dívida total estava por volta de R$ 2 milhões. A folha de pagamento era de R$ 11 mil, mas pagava R$ 25 mil de ações trabalhistas; a luz era R$ 3 mil e pagava R$ 10 mil de contas atrasadas. Como devo R$ 40 mil de luz, já era para ter sido cortada, mas negociamos. A Light vai me dar uma relação de artistas que poderiam fazer campanhas para ela. Telefone é um caos. A dívida chega a uns R$ 4 mil. Água também tenho que negociar, devo R$ 50 mil. Faço o refinanciamento do INSS, que nunca foi pago. Mas são R$ 1.790 por mês. Tinha 52 ações na justiça, agora estou com 13. Quando cheguei tinha oito títulos protestados, agora não tem nenhum.

Os salários dos funcionários ainda estão atrasados?
Falta pagar janeiro e o décimo terceiro. Mas o Dudu Nobre, o Jorge Aragão e o Ralf participaram do "Show do Milhão" e doarão R$ 48 mil.

Há queixas de que a comida é ruim.
Depende do que é ruim, sei que ela é saudável e todas as vezes que venho aqui, almoço. Não é o ideal não.

E a renda do colar de brilhantes que a Daniela Sarahyba ganhou do Márcio Garcia e doou para a "Casa"?
Se minha agenda estivesse aqui, eu queria que você ligasse para a pessoa que vendeu a jóia ao Márcio. Só nesta semana, liguei dez vezes para ela, porque estou querendo que ela me diga o preço do colar. A H.Stern e a Amsterdam Sauer não fazem avaliação de jóias que não são delas. O colar está aqui, no cofre. Quero saber o preço.

E como funciona a serigrafia?
Eu tinha umas coisas de serigrafia com um amigo meu; quando cheguei, a Santa Casa de Misericórdia nos doou várias máquinas. Chamei esse rapaz e fiz uma sociedade meio a meio da "Casa" com ele.

Esse seu amigo é seu cunhado?
O Antônio? É.

Por ser uma instituição filantrópica, o Conselho Fiscal é aberto?
Presto contas mensalmente. O conselho é formado por um grupo de artistas, quer dizer, o Cláudio Piovesan e o Lajar Musuris.

Só os dois?
São três, tem a outra moça... são os dois que vêm e levam pra ela assinar, é uma senhora.

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