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12/03/2002
-
20h12
da France Presse, em Roma
Uma exposição com pinturas, fotografias, automóveis, filmes, trajes e objetos reconstitui o esplendor dos anos cinquenta em Roma, quando Itália saía da guerra e a capital vivia um mágico decênio, melhor conhecido como os anos de "La Dolce vita".
A mostra, cujo título é "Roma 1948-1959. Arte, Acontecimentos e Cultura do Neo-Realismo à Dolce Vita", que permanecerá aberta ao público até 27 de maio no Palácio das Exposições, ilustra um capítulo importante da história da Cidade Eterna, cheio de criatividade e dinamismo.
Para reconstruir essa "década prodigiosa", que parte do pós-guerra e chega ao início do "milagre econômico", os curadores, entre eles vários jornalistas e intelectuais da época, juntaram pedaços da própria memória, desde os noticiários que acompanhavam o início de cada filme, até a moda desses anos, passando naturalmente pela arte.
"Um mundo que embora pobre não era nada provinciano. Pelas ruas de Roma podiam ser encontrados os artistas mais cotados do momento nos Estados Unidos e Europa.
O chileno Sebastián Matta tinha o estúdio com Alberto Burri. Expunham Magritte e Balthus, enquanto Dalí fazia cenografia para o filme de Visconti", contou Maurizio Fagiolo, um dos curadores da exposição.
Organizada por biênios, a mostra se abre com os novos projetos de arquitetura moderna para uma cidade que saía da guerra e do isolamento.
Em todas as salas, os visitantes podem admirar as fotos das celebridades desses anos, como Lucia Bosé e Luis Miguel Dominguín, enquanto passeiam pela mítica vespa -também presente -, ou o enorme retrato da próspera e jovem Sophia Loren, símbolo da nova Itália.
Ao lado das aparentes frivolidades, a exposição revela os férteis conflitos que atravessava o mundo da arte, como aquele entre arte figurativa e abstrata, documentado através de obras-primas de artistas como Giorgio de Chirico, Marc Rothko (que frequentava então Roma), Renato Guttuso, De Kooning, Capogrossi, Calder e Pollock.
Junto ao grande mundo criativo, desfilam em fotos a vida política da Itália e as notícias que marcaram essa época, entre elas o atentado contra o líder do Partido Comunista, Palmiro Togiatti, e as imagens do papa João 23, escolhido no final dos cinquenta para revolucionar a igreja.
A capital italiana renascia também graças ao cinema e à literatura e não faltam os originais de importantes livros que descrevem a Roma desses anos, como os escritos por Alberto Moravia e Pier Paolo Pasolini, nem as reiteradas lembranças da Hollywood-sobre-o-Tibre e seus grandes protagonistas: Marcello Mastroianni, Federico Fellini, Michelangelo Antonioni.
Para compor mostra tão complexa e espetacular, os curadores escolheram centenas de filmes e documentários da época, muitos deles inéditos, que contribuem para se entender um momento particular da rica história de Roma.
Exposição em Roma reconstitui "La Dolce Vita" dos anos 50
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Uma exposição com pinturas, fotografias, automóveis, filmes, trajes e objetos reconstitui o esplendor dos anos cinquenta em Roma, quando Itália saía da guerra e a capital vivia um mágico decênio, melhor conhecido como os anos de "La Dolce vita".
A mostra, cujo título é "Roma 1948-1959. Arte, Acontecimentos e Cultura do Neo-Realismo à Dolce Vita", que permanecerá aberta ao público até 27 de maio no Palácio das Exposições, ilustra um capítulo importante da história da Cidade Eterna, cheio de criatividade e dinamismo.
Para reconstruir essa "década prodigiosa", que parte do pós-guerra e chega ao início do "milagre econômico", os curadores, entre eles vários jornalistas e intelectuais da época, juntaram pedaços da própria memória, desde os noticiários que acompanhavam o início de cada filme, até a moda desses anos, passando naturalmente pela arte.
"Um mundo que embora pobre não era nada provinciano. Pelas ruas de Roma podiam ser encontrados os artistas mais cotados do momento nos Estados Unidos e Europa.
O chileno Sebastián Matta tinha o estúdio com Alberto Burri. Expunham Magritte e Balthus, enquanto Dalí fazia cenografia para o filme de Visconti", contou Maurizio Fagiolo, um dos curadores da exposição.
Organizada por biênios, a mostra se abre com os novos projetos de arquitetura moderna para uma cidade que saía da guerra e do isolamento.
Em todas as salas, os visitantes podem admirar as fotos das celebridades desses anos, como Lucia Bosé e Luis Miguel Dominguín, enquanto passeiam pela mítica vespa -também presente -, ou o enorme retrato da próspera e jovem Sophia Loren, símbolo da nova Itália.
Ao lado das aparentes frivolidades, a exposição revela os férteis conflitos que atravessava o mundo da arte, como aquele entre arte figurativa e abstrata, documentado através de obras-primas de artistas como Giorgio de Chirico, Marc Rothko (que frequentava então Roma), Renato Guttuso, De Kooning, Capogrossi, Calder e Pollock.
Junto ao grande mundo criativo, desfilam em fotos a vida política da Itália e as notícias que marcaram essa época, entre elas o atentado contra o líder do Partido Comunista, Palmiro Togiatti, e as imagens do papa João 23, escolhido no final dos cinquenta para revolucionar a igreja.
A capital italiana renascia também graças ao cinema e à literatura e não faltam os originais de importantes livros que descrevem a Roma desses anos, como os escritos por Alberto Moravia e Pier Paolo Pasolini, nem as reiteradas lembranças da Hollywood-sobre-o-Tibre e seus grandes protagonistas: Marcello Mastroianni, Federico Fellini, Michelangelo Antonioni.
Para compor mostra tão complexa e espetacular, os curadores escolheram centenas de filmes e documentários da época, muitos deles inéditos, que contribuem para se entender um momento particular da rica história de Roma.
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