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13/03/2002
-
04h25
LAURA MATTOS
da Folha de S.Paulo
Parece que as rádios caíram na real: ou se preparam para enfrentar a crise do mercado publicitário e para aproveitar a emenda constitucional que deve liberar o capital estrangeiro na radiodifusão, ou vai ter muita emissora fechando as portas por aí.
Ontem, a Aesp (Associação das Emissoras de Rádio e TV de SP) realizaria almoço com executivos e um consultor internacional. No cardápio, prato feito: o que donos de AMs e FMs devem fazer para tentar provar a gringos e investidores nacionais que o setor pode ser interessante comercialmente?
Uma das causas da chacoalhada foi a recente divulgação do Inter-Meios, análise sobre publicidade em mídia da revista "Meio & Mensagem". Os investimentos publicitários em rádio caíram 8,4% de 2000 para 2001 (de R$ 482,1 milhões para R$ 441,5 milhões). A fatia das emissoras no "bolo" da publicidade recuou de 4,9% para 4,7%. Foi decepcionante, principalmente considerando que houve forte trabalho do GPR (Grupo de Profissionais do Rádio) para convencer anunciantes e publicitários a investir no setor.
E como se isso não bastasse, o meio também enfrenta problemas de representatividade política. A crise "televisiva" na Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), com a saída da Bandeirantes, Record e SBT, está fazendo eco nas rádios.
As três TVs estão formando nova entidade e querem levar as rádios também. As FMs e AMs da Band e da Record podem migrar e tornar ainda menos unido o setor.
Mas a questão é mais profunda. Há uma corrente defendendo que rádios e TVs não podem ser representadas pela mesma associação. Como a TV tem mais força no lobby político e mais dinheiro, as rádios ficariam em segundo plano nas negociações. Abert e Aesp, oficialmente, garantem que isso não ocorre. Nesse imbróglio, um fato: mesmo com tantas dificuldades, o setor está longe de ser "um por todos e todos por um".
E por falar em confusão, continua fervendo a disputa entre Neneto Camargo, proprietário da Nativa (95,3 MHz) e da 89 FM (89,1), e Paulo de Abreu, dono de várias emissoras, como Kiss (102,1 MHz) e Tupi (104,1).
Camargo tenta convencer empresários a denunciar em conjunto à Agência Nacional de Telecomunicações rádios de Abreu que têm autorização para operar em outras cidades, mas estão na capital. Tem muita gente com medo de entrar na briga. É só mais um capítulo da novela das "rádios que andam". Outros virão...
Por que está tão complicado sintonizar as estações no Brasil?
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da Folha de S.Paulo
Parece que as rádios caíram na real: ou se preparam para enfrentar a crise do mercado publicitário e para aproveitar a emenda constitucional que deve liberar o capital estrangeiro na radiodifusão, ou vai ter muita emissora fechando as portas por aí.
Ontem, a Aesp (Associação das Emissoras de Rádio e TV de SP) realizaria almoço com executivos e um consultor internacional. No cardápio, prato feito: o que donos de AMs e FMs devem fazer para tentar provar a gringos e investidores nacionais que o setor pode ser interessante comercialmente?
Uma das causas da chacoalhada foi a recente divulgação do Inter-Meios, análise sobre publicidade em mídia da revista "Meio & Mensagem". Os investimentos publicitários em rádio caíram 8,4% de 2000 para 2001 (de R$ 482,1 milhões para R$ 441,5 milhões). A fatia das emissoras no "bolo" da publicidade recuou de 4,9% para 4,7%. Foi decepcionante, principalmente considerando que houve forte trabalho do GPR (Grupo de Profissionais do Rádio) para convencer anunciantes e publicitários a investir no setor.
E como se isso não bastasse, o meio também enfrenta problemas de representatividade política. A crise "televisiva" na Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), com a saída da Bandeirantes, Record e SBT, está fazendo eco nas rádios.
As três TVs estão formando nova entidade e querem levar as rádios também. As FMs e AMs da Band e da Record podem migrar e tornar ainda menos unido o setor.
Mas a questão é mais profunda. Há uma corrente defendendo que rádios e TVs não podem ser representadas pela mesma associação. Como a TV tem mais força no lobby político e mais dinheiro, as rádios ficariam em segundo plano nas negociações. Abert e Aesp, oficialmente, garantem que isso não ocorre. Nesse imbróglio, um fato: mesmo com tantas dificuldades, o setor está longe de ser "um por todos e todos por um".
E por falar em confusão, continua fervendo a disputa entre Neneto Camargo, proprietário da Nativa (95,3 MHz) e da 89 FM (89,1), e Paulo de Abreu, dono de várias emissoras, como Kiss (102,1 MHz) e Tupi (104,1).
Camargo tenta convencer empresários a denunciar em conjunto à Agência Nacional de Telecomunicações rádios de Abreu que têm autorização para operar em outras cidades, mas estão na capital. Tem muita gente com medo de entrar na briga. É só mais um capítulo da novela das "rádios que andam". Outros virão...
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