Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
27/03/2002 - 04h43

Bandeirantes, Record e SBT se associam contra a Abert

Publicidade

LAURA MATTOS
da Folha de S.Paulo

A União Nacional de Emissoras e Redes de Televisão, que reúne Bandeirantes, Record e SBT, foi criada oficialmente ontem. A entidade é uma dissidência da Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), com a qual as três romperam publicamente há um mês, acusando a associação de só defender os interesses da Globo.

O estatuto da união foi assinado ontem por Johnny Saad, presidente da Bandeirantes, bispo Honorilton Gonçalves, da Record, e Luiz Sebastião Sandoval, que preside o Grupo Silvio Santos. O documento será registrado em cartório nos próximos dias.

A Globo, ontem, afirmou, por meio da Central Globo de Comunicação, que "lamenta a desunião. Nenhuma cisão pode ser comemorada. A Globo até agora não entendeu o motivo que levou as três a saírem da Abert".

O lançamento da nova entidade, que, a princípio seria um evento aberto, com ampla divulgação, acabou se transformando em um almoço reservado no hotel Renaissance, em São Paulo.

Além dos presidentes, também participaram os executivos responsáveis pelas questões institucionais das emissoras: Roberto Franco, vice-presidente da Record, Antonio Teles, da Bandeirantes, e Luiz Borgerth, consultor do SBT. Os três devem formar a futura diretoria da união, ainda não definida oficialmente.

Um deles será provavelmente o presidente da entidade e terá mandato de um ano. O cargo deve ser ocupado cada vez pelo representante de uma das emissoras, em esquema de rodízio.

A decisão de tirar as luzes do encontro se deve a uma manobra da Globo, para trazer de volta as três redes à Abert. A bandeira branca foi erguida na semana passada, quando a emissora anunciou que Evandro Guimarães, seu vice-presidente, deixaria a vice-presidência da associação das TVs.

A idéia era fazer com que o setor se unisse novamente, para não enfraquecer seu lobby no Congresso justamente no momento em que está em tramitação a emenda constitucional que libera a entrada de capital estrangeiro para empresas de mídia.

A aprovação desse projeto é atualmente a principal empreitada política das emissoras. Por isso, Bandeirantes, SBT e Record preferiram não fazer estardalhaço com a nova entidade, para deixar mais aberta a possibilidade de uma reconciliação com a Globo.

Essa hipótese foi, inclusive, discutida durante o encontro de ontem. A criação da união não representa uma decisão definitiva das três dissidentes. "Nada é eterno, tudo pode mudar com o tempo", disse Johnny Saad à Folha, ao sair do almoço de ontem.

Mas ele afirmou também que as três devem estar juntas na questão da TV digital, um dos únicos pontos que foi consenso entre as redes -inclusive Globo- até julho do ano passado, quando a Band anunciou seu rompimento.

Essa também é uma das principais preocupações da Globo. A emissora defende a adoção do padrão japonês pelo Brasil (além desse, concorrem o europeu e o norte-americano) e teme que as "rivais" se unam em torno do sistema dos EUA, responsável por um forte lobby com as TVs.
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página