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03/04/2002
-
03h33
MARCELO VALLETTA
free-lance para a Folha
Senhoras e senhores, palmas para El Vez, o "Elvis mexicano".
A paródica criatura do músico americano Robert Lopez, 42, chega ao Brasil graças à associação da gravadora Trama com o selo britânico Poptones, que terá parte de seu catálogo lançado por aqui.
Um dos responsáveis por esse projeto é o britânico Alan McGee, descobridor de algumas das bandas mais influentes do pop alternativo nos últimos 20 anos -entre elas, o grupo de rock mais bem-sucedido dos anos 90 no Reino Unido, o Oasis. "Eu não sou importante. Sou apenas um cara que manja de música."
Para dar uma idéia da importância de McGee, o próprio, por telefone,
cita apenas algumas das bandas que lançou na primeira gravadora que fundou, a Creation: Jesus & Mary Chain, My Bloody Valentine, Primal Scream, Teenage Fanclub, Sugar, Super Furry Animals, Ride...
Com o imenso sucesso do Oasis e a decorrente pressão, McGee acabou vendendo a Creation para a Sony e, em setembro de 2000, fundou o selo Poptones.
Agora, associa seu catálogo à gravadora Trama. Seis dos primeiros lançamentos dessa parceria já estão nas lojas, com destaque para a coletânea do impagável El Vez e o álbum de estréia do duo The Montgolfier Brothers. Completam o pacote discos medianos dos grupos January, Outrageous Cherry, Cosmic Rough Riders e Technique.
"Somos uma gravadora apaixonada pela música. Eu acredito muito nesses discos", diz McGee. "O January é fantástico, o Technique é um grande grupo pop, mas a banda mais quente da Europa na atualidade é The Hives", afirma, fazendo referência ao quinteto sueco.
Sobre o apurado faro que o fez contratar grupos históricos, McGee desconversa: "Eu não sei o que acontece, apenas assino as bandas. Tudo com o que me importo são bons discos".
Primeiro lançamento
O personagem El Vez surgiu em 1988, quando Robert Lopez era dono de uma galeria de arte em Los Angeles. "Abriguei uma exposição de arte folk que enfocava Elvis Presley e tinha a performance de um imitador. Mas o cara era tão ruim que eu achei que poderia fazer melhor."
O "Elvis mexicano" de Lopez acabou agradando aos fãs do rei do rock, que insistiram para que ele fosse a Memphis participar do concurso oficial de imitadores. "Nunca ganhei, mas houve um ano em que fui um dos finalistas", confessa o heterodoxo Elvis.
Mas, apesar de todo esse bizarro senso de humor, El Vez discute temas sérios em suas letras -em especial a situação da comunidade latina nos EUA- e participa de programas assistenciais.
"Discuto temas sérios em um contexto roqueiro. Passo minhas mensagens através do humor e aproveito para falar da imigração de mexicanos para os EUA e da importância do sexo seguro."
Seria El Vez instrumento do politicamente correto disfarçado? "Não me considero politicamente correto, mas sim consciente."
Sobre o sucesso recente de músicos latinos de qualidade discutível nos EUA, como Ricky Martin, Christina Aguillera e Shakira, Lopez tem uma atitude positiva. "O público americano começa a prestar atenção em nós. A comunidade latina pode produzir artistas que passam uma mensagem construtiva."
Britânico Alan McGee lança paródia latina de Elvis
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free-lance para a Folha
Senhoras e senhores, palmas para El Vez, o "Elvis mexicano".
A paródica criatura do músico americano Robert Lopez, 42, chega ao Brasil graças à associação da gravadora Trama com o selo britânico Poptones, que terá parte de seu catálogo lançado por aqui.
Um dos responsáveis por esse projeto é o britânico Alan McGee, descobridor de algumas das bandas mais influentes do pop alternativo nos últimos 20 anos -entre elas, o grupo de rock mais bem-sucedido dos anos 90 no Reino Unido, o Oasis. "Eu não sou importante. Sou apenas um cara que manja de música."
Para dar uma idéia da importância de McGee, o próprio, por telefone,
cita apenas algumas das bandas que lançou na primeira gravadora que fundou, a Creation: Jesus & Mary Chain, My Bloody Valentine, Primal Scream, Teenage Fanclub, Sugar, Super Furry Animals, Ride...
Com o imenso sucesso do Oasis e a decorrente pressão, McGee acabou vendendo a Creation para a Sony e, em setembro de 2000, fundou o selo Poptones.
Agora, associa seu catálogo à gravadora Trama. Seis dos primeiros lançamentos dessa parceria já estão nas lojas, com destaque para a coletânea do impagável El Vez e o álbum de estréia do duo The Montgolfier Brothers. Completam o pacote discos medianos dos grupos January, Outrageous Cherry, Cosmic Rough Riders e Technique.
"Somos uma gravadora apaixonada pela música. Eu acredito muito nesses discos", diz McGee. "O January é fantástico, o Technique é um grande grupo pop, mas a banda mais quente da Europa na atualidade é The Hives", afirma, fazendo referência ao quinteto sueco.
Sobre o apurado faro que o fez contratar grupos históricos, McGee desconversa: "Eu não sei o que acontece, apenas assino as bandas. Tudo com o que me importo são bons discos".
Primeiro lançamento
O personagem El Vez surgiu em 1988, quando Robert Lopez era dono de uma galeria de arte em Los Angeles. "Abriguei uma exposição de arte folk que enfocava Elvis Presley e tinha a performance de um imitador. Mas o cara era tão ruim que eu achei que poderia fazer melhor."
O "Elvis mexicano" de Lopez acabou agradando aos fãs do rei do rock, que insistiram para que ele fosse a Memphis participar do concurso oficial de imitadores. "Nunca ganhei, mas houve um ano em que fui um dos finalistas", confessa o heterodoxo Elvis.
Mas, apesar de todo esse bizarro senso de humor, El Vez discute temas sérios em suas letras -em especial a situação da comunidade latina nos EUA- e participa de programas assistenciais.
"Discuto temas sérios em um contexto roqueiro. Passo minhas mensagens através do humor e aproveito para falar da imigração de mexicanos para os EUA e da importância do sexo seguro."
Seria El Vez instrumento do politicamente correto disfarçado? "Não me considero politicamente correto, mas sim consciente."
Sobre o sucesso recente de músicos latinos de qualidade discutível nos EUA, como Ricky Martin, Christina Aguillera e Shakira, Lopez tem uma atitude positiva. "O público americano começa a prestar atenção em nós. A comunidade latina pode produzir artistas que passam uma mensagem construtiva."
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