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09/04/2002 - 04h52

Paixão pelo som brasileiro une musas do jazz

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da Folha de S.Paulo

Não só o sexo une a nova geração do jazz, mas também uma paixão em comum: a música brasileira, especialmente uma certa melodia jobiniana-gilbertiana-brasileira, onipresente seja nos CDs das meninas, seja no repertório dos shows, seja na influência na maneira de cantar e tocar.

No caso de Jane Monheit, o flerte é explícito. Seu primeiro álbum já trazia "Dindi", do mesmo Tom Jobim (1927-1994) que marca presença no segundo CD com a bem cantada versão em inglês "Waters of March" ("Águas de Março"), além da maravilhosa e muitas vezes desprezada "So Many Stars", de Sergio Mendes.

No próximo, previsto para setembro, a cantora gravou dueto com Ivan Lins para a inédita "Once I Walked in the Sun". O álbum deve contar ainda com a duvidosa "Começar de Novo", mais conhecida como a música-tema do importante seriado "Malu Mulher", dos anos 80.

Ela optou pela original, apesar de a versão em inglês já ter recebido "imprimatur" jazzístico na voz de Shirley Horn nos anos 90.
Lins, que desfruta de mais prestígio na comunidade internacional de jazz do que entre seus conterrâneos, participa dos dois shows abertos ao público no Bourbon e de um terceiro, fechado, que será gravado pela DirectTV e exibido somente na TV.

"Não é possível pensar em música, jazz ou não, sem pensar em música brasileira", disse Monheit à Folha. "Principalmente em gênios como Antonio Carlos Jobim, João Gilberto, Caetano Veloso e Gilberto Gil."

Com ela concorda Carla Cook, de Detroit, que interpretava já em seu CD
de estréia a bonita "Canção do Sol", a primeira música de Milton Nascimento a ser gravada por Elis Regina.

O mesmo pode ser dito de Cassandra Wilson, que em seu recente "Belly of the Sun" não só gravou a mesma "Waters of March" (em versão mais "world music") como incluiu a homenagem de James Taylor ao Rio de Janeiro ("Only a Dream in Rio", aquela com o corinho "Quando a nossa mãe acordar", lembra?).

No álbum inteiro sente-se também o pulso firme nos tambores e afins de Cyro Baptista, brasileiro radicado em Nova Jersey. O percussionista já fazia a diferença nos shows que antecederam o lançamento do álbum.

Mas a presença do país está mais evidente no último trabalho de Diana Krall. Embora não grave nenhuma música do Brasil em "The Look of Love", a pianista praticamente copia a interpretação gilbertiana em "S'Wonderful" e "Besame Mucho", ambas gravadas antes pelo baiano.

Além disso, Krall chamou o mesmo arranjador de discos seminais de Tom Jobim e João Gilberto, o maestro alemão nascido na Polônia Claus Ogerman, que deu uma roupagem bossa nova a canções insuspeitas como "Cry me a River" e a própria "The Look of Love".
(SD)
 

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