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17/04/2002
-
03h21
da Folha de S.Paulo
Assessor do secretário Marcos Mendonça desde 95, o artista plástico Marcello Nitsche, 59, não aparece na Secretaria da Cultura há oito meses, na versão do próprio, e há cinco anos, segundo funcionários do órgão. Ele ganha R$ 3.400 por mês (o salário do secretário é de R$ 4.300).
Nitsche, célebre nos anos 60 por seus trabalhos com infláveis e autor do logotipo da campanha das Diretas-Já, diz que trabalha em casa porque teve problema na coluna e sofreu infarto. Cita exemplos de projetos que concebeu para mostrar que trabalha: "Corda Mi" (música, mímica e mágica em praças), "Abre a Janela" (shows no Natal) e "Reservatório Cultural" (que usa reservatórios da Sabesp para mostras).
Ele diz que ia uma ou duas vezes por semana à secretaria e não sabia que sua situação pode estar irregular. Sobre a versão de que não aparece lá há cinco anos, diz tratar-se de "sacanagem": "Não tenho ido porque tive problemas de saúde".
Em carta à Folha, ele diz que sua rotina funcional não pode ser comparada com a de outros funcionários. "As demandas, os horários, o local de trabalho e as circunstâncias são bastante diferenciados." Segundo ele, a secretaria não tem estúdio adequado para o seu trabalho.
Mendonça segue o mesmo raciocínio: "O trabalho artístico difere do burocrático. O Marcello não é um burocrata". Para evitar controvérsias, Nitsche demitiu-se do cargo.
(MCC)
Assessor não aparece na Secretaria da Cultura há oito meses
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Assessor do secretário Marcos Mendonça desde 95, o artista plástico Marcello Nitsche, 59, não aparece na Secretaria da Cultura há oito meses, na versão do próprio, e há cinco anos, segundo funcionários do órgão. Ele ganha R$ 3.400 por mês (o salário do secretário é de R$ 4.300).
Nitsche, célebre nos anos 60 por seus trabalhos com infláveis e autor do logotipo da campanha das Diretas-Já, diz que trabalha em casa porque teve problema na coluna e sofreu infarto. Cita exemplos de projetos que concebeu para mostrar que trabalha: "Corda Mi" (música, mímica e mágica em praças), "Abre a Janela" (shows no Natal) e "Reservatório Cultural" (que usa reservatórios da Sabesp para mostras).
Ele diz que ia uma ou duas vezes por semana à secretaria e não sabia que sua situação pode estar irregular. Sobre a versão de que não aparece lá há cinco anos, diz tratar-se de "sacanagem": "Não tenho ido porque tive problemas de saúde".
Em carta à Folha, ele diz que sua rotina funcional não pode ser comparada com a de outros funcionários. "As demandas, os horários, o local de trabalho e as circunstâncias são bastante diferenciados." Segundo ele, a secretaria não tem estúdio adequado para o seu trabalho.
Mendonça segue o mesmo raciocínio: "O trabalho artístico difere do burocrático. O Marcello não é um burocrata". Para evitar controvérsias, Nitsche demitiu-se do cargo.
(MCC)
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