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21/04/2002
-
03h33
ALEXANDRA MORAES
da Folha de S.Paulo
A exibição de "Metrópolis", hoje e amanhã, no Teatro Municipal, é um presente para os fãs do filme em dose dupla: traz uma versão restaurada do clássico de Fritz Lang, com cenas que haviam sido perdidas, acompanhada pela composição do alemão Bernd Schultheis para o filme -livre, portanto, da trilha indigesta de Giorgio Moroder, lançada em 84.
Sob regência do maestro Frank Strobel, a Orquestra Sinfônica Municipal executará a nova trilha (apresentada pela primeira vez no Festival de Berlim do ano passado) de "Metrópolis", que, segundo Strobel, "é uma espécie de comentário sobre o filme, com uma linguagem contemporânea, mas que não o desrespeita".
O projeto de restauração do filme foi empreendido pela fundação Friedrich Wilhelm Murnau e a trilha teve ainda o apoio das redes de TV alemãs ARTE e ZDF. "A discussão sobre a trilha sonora se deu por duas razões: primeiro porque a trilha original, de Gottfried Huppertz, escrita para a première em 1927, não pode ser utilizada por problemas legais; segundo, porque é uma música muito convencional, clássica, tardiamente romântica, que soa à Richard Wagner. E o filme é tão moderno, atual... Pensamos que poderia ser muito mais interessante se a trilha ficasse a cargo de um compositor do nosso tempo", afirma Strobel, 35.
O "compositor do nosso tempo" escolhido, Bernd Schultheis, 37, explica que conhecia o filme há muito tempo e que já o havia visto várias vezes, em diferentes versões, mas que nunca conseguiu entendê-lo de verdade, "como muitas pessoas, pelo tanto de partes que estavam faltando".
A diminuição da incompreensão se deve tanto às partes recuperadas do filme quanto à criação de intertítulos que narram as partes ainda desaparecidas. A música, aí, aparece como uma "ponte", segundo Schultheis, entre imagens, intertítulos e espectador.
Samplers
Para o autor da trilha, essa é uma composição que representa o encontro entre a atualidade e a década de 20. A integração de samplers à orquestra representaria esse encontro? "Não exatamente. Os samplers são uma consequência do que é moderno. Não quero usá-los como símbolos de modernidade. A orquestra inteira é moderna, a maneira como vemos o filme hoje é diferente daquela como as pessoas o viam em 27 [ano de seu lançamento]. Nós estamos numa situação de maior pressão, maiores velocidades, mas as questões que o filme propõe são ainda atuais."
METRÓPOLIS
Quando: hoje, às 11h, e amanhã, às 21h
Onde: Teatro Municipal (pça. Ramos de Azevedo, s/nº, tel. 222-8698)
Quanto: de R$ 5 a R$ 20
Cópia restaurada de longa de Fritz Lang é exibida no Municipal
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da Folha de S.Paulo
A exibição de "Metrópolis", hoje e amanhã, no Teatro Municipal, é um presente para os fãs do filme em dose dupla: traz uma versão restaurada do clássico de Fritz Lang, com cenas que haviam sido perdidas, acompanhada pela composição do alemão Bernd Schultheis para o filme -livre, portanto, da trilha indigesta de Giorgio Moroder, lançada em 84.
Sob regência do maestro Frank Strobel, a Orquestra Sinfônica Municipal executará a nova trilha (apresentada pela primeira vez no Festival de Berlim do ano passado) de "Metrópolis", que, segundo Strobel, "é uma espécie de comentário sobre o filme, com uma linguagem contemporânea, mas que não o desrespeita".
O projeto de restauração do filme foi empreendido pela fundação Friedrich Wilhelm Murnau e a trilha teve ainda o apoio das redes de TV alemãs ARTE e ZDF. "A discussão sobre a trilha sonora se deu por duas razões: primeiro porque a trilha original, de Gottfried Huppertz, escrita para a première em 1927, não pode ser utilizada por problemas legais; segundo, porque é uma música muito convencional, clássica, tardiamente romântica, que soa à Richard Wagner. E o filme é tão moderno, atual... Pensamos que poderia ser muito mais interessante se a trilha ficasse a cargo de um compositor do nosso tempo", afirma Strobel, 35.
O "compositor do nosso tempo" escolhido, Bernd Schultheis, 37, explica que conhecia o filme há muito tempo e que já o havia visto várias vezes, em diferentes versões, mas que nunca conseguiu entendê-lo de verdade, "como muitas pessoas, pelo tanto de partes que estavam faltando".
A diminuição da incompreensão se deve tanto às partes recuperadas do filme quanto à criação de intertítulos que narram as partes ainda desaparecidas. A música, aí, aparece como uma "ponte", segundo Schultheis, entre imagens, intertítulos e espectador.
Samplers
Para o autor da trilha, essa é uma composição que representa o encontro entre a atualidade e a década de 20. A integração de samplers à orquestra representaria esse encontro? "Não exatamente. Os samplers são uma consequência do que é moderno. Não quero usá-los como símbolos de modernidade. A orquestra inteira é moderna, a maneira como vemos o filme hoje é diferente daquela como as pessoas o viam em 27 [ano de seu lançamento]. Nós estamos numa situação de maior pressão, maiores velocidades, mas as questões que o filme propõe são ainda atuais."
METRÓPOLIS
Quando: hoje, às 11h, e amanhã, às 21h
Onde: Teatro Municipal (pça. Ramos de Azevedo, s/nº, tel. 222-8698)
Quanto: de R$ 5 a R$ 20
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