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23/04/2002 - 04h37

Teatro da Paz reabre com "Macbeth"

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JOÃO BATISTA NATALI
enviado especial ao Pará

O Teatro da Paz, inaugurado em 1878 em Belém do Pará, foi restaurado e reaberto no último sábado com a ópera "Macbeth", de Giuseppe Verdi, na mesma co-produção com uma companhia inglesa que estará sendo montada, dentro de três meses, pelo Teatro Municipal de São Paulo.

A montagem, com apenas três récitas, a última delas ontem à noite, trouxe a soprano norte-americana Gail Gilmore (Lady Macbeth), o barítono brasileiro de origem coreana Daniel Lee (Macbeth) e dois outros brasileiros entre os principais papéis, o tenor Eduardo Itaborahy (Macduff) e o baixo Orival Bento Gonçalves (Banquo).

O maestro inglês Patrick Shelley "construiu" como orquestra de alma lírica um conjunto sinfônico de origem amadora, sobretudo formado por professores e alunos da Fundação Carlos Gomes (conservatório com 1.600 matrículas) e reforçado por duas trompas e sete instrumentistas de cordas vindos de fora.

"Macbeth" foi o primeiro espetáculo do Festival de Ópera do Tatro da Paz, que até 12 de maio também trará duas operetas -"A Noiva do Condutor" (Noel Rosa) e "A Viúva Alegre" (Franz Lehar)-, recitais dos pianistas Arthur Moreira Lima, Marcelo Bratke e Gabriella Affonso e ainda um "Stabat Mater" (Pergolesi), em um programa com 13 produções.

O festival foi produzido pela São Paulo ImagemData, cujos diretores dispuseram de R$ 1,5 milhão, vindos do governo do Estado e de patrocinadores privados com implantação local.

Quanto ao Teatro da Paz, com suas colunas frontais jônicas e seus 952 lugares, é no mínimo a comprovação do glamour legado pela oligarquias do final do século 19 que no Pará controlavam a comercialização da borracha.

Os "barões do látex" construíram uma vida cultural voltada para a Europa. Belém foi no passado a primeira escala das companhias líricas que chegavam de navio a Buenos Aires.

O teatro levou a palavra "paz" no nome provavelmente em razão do final da Guerra do Paraguai. Foi fechado há dois anos para receber nova pintura, pela qual a Companhia Vale do Rio Doce pagaria R$ 150 mil. Mas o estuque apodrecia, o madeiramento estava cheio de cupim. A obra ganhou outro fôlego, e nela o Estado acabou investindo R$ 7,5 milhões.
 

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