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26/04/2002 - 02h07

De volta a Salvador, Percpan confronta estilos no primeiro dia

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JANAINA FIDALGO
enviada especial a Salvador

Esqueça a idéia de que batuque é exclusividade dos negros. A performance do grupo Les Tambours du Bronx na 9ª edição do Percpan (Panorama Percurssivo Mundial), que começou quinta-feira e acontece até sábado no Teatro Castro Alves, em Salvador (BA), provou que o ritmo e a cadência típicos de tribos ancestrais africanas chegaram à França.

De volta a Salvador, depois de ter sido realizado em Recife (PE) no ano passado, o primeiro dia do Percpan terminou com a apresentação do grupo francês.

Inspirados no Tambores do Burundi, o grupo francês, composto por 18 homens, extraiu de grandes latões de óleo e roletes de madeira -que se espatifaram repetidas vezes durante o show- sons fortes e, por vezes, violentos.

Dispostos em semi-círculo e evocando forças e entidades, os integrantes dos Les Tambours du Bronx se revezaram no palco e incrementaram a apresentação com suas movimentações performáticas.

No entanto, duas características distanciaram os franceses dos negros brasileiros -enquanto os músicos daqui levaram colorido e alegria ao palco, os integrantes do Le Tambours vestiram-se de preto e soltaram grunhidos agoniantes.

No sentido contrário, o show que antecedeu os franceses teve sons suaves, harmônicos e vocais. A cantora siberiana Sainkho Namtschylak, pela segunda vez no Brasil e primeira em Salvador, mostrou ao público do Percpan seu estilo de vocalização -o "canto de garganta".

Laringe, maxilar e língua são os instrumentos de Sainkho, e a movimentação dos três produziu um som único e extremamente harmônico. A fusão de outros tipos de música, como a eletrônica, não pôde ser mostrada no show de quinta porque o DJ que toca com ela, e que viria da Holanda, perdeu o avião. No entanto, a cantora siberiana produziu com um pequeno objeto, chamado por ela de harpa labial, sons para lá de eletrônicos.

O cantor Gilberto Gil, um dos diretores do festival, participou da apresentação, fazendo sons com a boca e dando a base instrumental das músicas de Sainkho.

O tom pop do Percpan ficou por conta do cantor e compositor Moska (o ex-Paulinho Moska), na apresentação que fez com o percussionista Marcos Suzano -o outro diretor artístico do festival.

O momento mais "percussão" da segunda atração da noite foi garantido pelos componentes do Explosão de Elite -composto por dez ritmistas da escola de samba do Rio de Janeiro Estação Primeira de Mangueira.

Quem abriu o primeiro dia do Percpan foi a Sucatamania, banda formada por integrantes do Grupo Cultural Bagunçaço, de Alagados. Como o próprio nome revela, os jovens extraem sons de latas e de outros objetos descartados. Com influências de ritmos como maracatu, baião e samba, os garotos do grupo levaram vibração e alegria, mostrando que a Bahia é mesmo o berço da percussão no Brasil.

A jornalista Janaina Fidalgo viajou a convite da organização do Percpan

  Veja fotos do Percpan
 

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