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02/05/2002
-
18h36
PEDRO IVO DUBRA
da Folha de S.Paulo
Depois de pôr a mesa para o chá e exumar fantasmas de tempos menos auspiciosos, é hora de o Ágora mostrar como se fatiam nacos de carne e contar uma história sem história, pouco linear.
"Sobre a Arte de Cortar Bifes" e "Ato sem História", textos de Hugo Possolo e Luís Alberto de Abreu, respectivamente, estréiam hoje no teatro da rua Rui Barbosa.
A eles precederam "Cor de Chá", monólogo de Noemï Marinho sobre dilemas da geração estacionada nos 40, e "Pai ", "melodrama intencional" de Izaías Almada acerca dos desaparecidos políticos sob o regime militar.
As duas novas montagens dão seguimento à mostra "Ágora Dramaturgias". E, ao mesmo tempo, rematam a iniciativa, derivada do seminário vencedor do Prêmio Shell 2001 categoria especial. Havia previsão de mais três textos.
"Sobre a Arte de Cortar Bifes", de Hugo Possolo (do grupo Parlapatões, Patifes e Paspalhões), é uma comédia nonsense que mostra três açougueiros numa câmara frigorífica a discutir as razões do ofício e os porquês de cada qual dar cortes distintos às carnes.
"O texto é metáfora de qualquer atividade humana", diz Possolo, 39. "É uma viagem leve pela arte, mas é também uma coisa meio baixa, com a qual também me identifico muito", emenda, brincalhão, ao acrescentar que os homens estão interessados na "gostosona" que trabalha com eles.
"Fui buscar uma encenação com bases nas comédias do circo-teatro", completa Jairo Mattos, 39, diretor e ator do espetáculo.
Apresentado logo em seguida a "Sobre a Arte...", "Ato sem História", de Luís Alberto de Abreu (dramaturgo de "O Livro de Jó"), prossegue o que Abreu, 50, chama de "teatro narrativo".
Fragmentário, com toques do teatro nô japonês, "Ato sem História" mostra como personagens um homem que fala demais, outro que sabe muito e um desmemoriado. Completa o grupo uma mulher misteriosa.
"A encenação serve a esse conceito de teatro narrativo, no qual o ator narra os acontecimentos e, às vezes simultaneamente, às vezes sequencialmente, representa a cena", explica Roberto Lage, 55, diretor de "Ato...".
ÁGORA DRAMATURGIAS
"Sobre a Arte de Cortar Bifes"
Texto: Hugo Possolo
Direção: Jairo Mattos
Com: Ana Paula Aquino, Gilmar Guido, Jairo Mattos e Ricardo Rathsam.
"Ato sem História"
Texto: Luís Alberto de Abreu. Direção: Roberto Lage. Com: Ciça Carvalho Pinto, Maurício Inafre, Charles Geraldi, Camilo Brunelli.
Onde: Ágora (r. Rui Barbosa, 672, tel. 3284-0290).
Quando: "Sobre a Arte de Cortar Bifes" - de qui. a sáb., 21h, e dom., 19h. "Ato sem História" - de qui. a sáb., 22h30, e dom., 20h30; até 26/5
Quanto: R$ 10 (R$ 15 pelas duas peças).
Ágora mostra em São Paulo mais dois textos criados em seminário
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da Folha de S.Paulo
Depois de pôr a mesa para o chá e exumar fantasmas de tempos menos auspiciosos, é hora de o Ágora mostrar como se fatiam nacos de carne e contar uma história sem história, pouco linear.
"Sobre a Arte de Cortar Bifes" e "Ato sem História", textos de Hugo Possolo e Luís Alberto de Abreu, respectivamente, estréiam hoje no teatro da rua Rui Barbosa.
A eles precederam "Cor de Chá", monólogo de Noemï Marinho sobre dilemas da geração estacionada nos 40, e "Pai ", "melodrama intencional" de Izaías Almada acerca dos desaparecidos políticos sob o regime militar.
As duas novas montagens dão seguimento à mostra "Ágora Dramaturgias". E, ao mesmo tempo, rematam a iniciativa, derivada do seminário vencedor do Prêmio Shell 2001 categoria especial. Havia previsão de mais três textos.
"Sobre a Arte de Cortar Bifes", de Hugo Possolo (do grupo Parlapatões, Patifes e Paspalhões), é uma comédia nonsense que mostra três açougueiros numa câmara frigorífica a discutir as razões do ofício e os porquês de cada qual dar cortes distintos às carnes.
"O texto é metáfora de qualquer atividade humana", diz Possolo, 39. "É uma viagem leve pela arte, mas é também uma coisa meio baixa, com a qual também me identifico muito", emenda, brincalhão, ao acrescentar que os homens estão interessados na "gostosona" que trabalha com eles.
"Fui buscar uma encenação com bases nas comédias do circo-teatro", completa Jairo Mattos, 39, diretor e ator do espetáculo.
Apresentado logo em seguida a "Sobre a Arte...", "Ato sem História", de Luís Alberto de Abreu (dramaturgo de "O Livro de Jó"), prossegue o que Abreu, 50, chama de "teatro narrativo".
Fragmentário, com toques do teatro nô japonês, "Ato sem História" mostra como personagens um homem que fala demais, outro que sabe muito e um desmemoriado. Completa o grupo uma mulher misteriosa.
"A encenação serve a esse conceito de teatro narrativo, no qual o ator narra os acontecimentos e, às vezes simultaneamente, às vezes sequencialmente, representa a cena", explica Roberto Lage, 55, diretor de "Ato...".
ÁGORA DRAMATURGIAS
"Sobre a Arte de Cortar Bifes"
Texto: Hugo Possolo
Direção: Jairo Mattos
Com: Ana Paula Aquino, Gilmar Guido, Jairo Mattos e Ricardo Rathsam.
"Ato sem História"
Texto: Luís Alberto de Abreu. Direção: Roberto Lage. Com: Ciça Carvalho Pinto, Maurício Inafre, Charles Geraldi, Camilo Brunelli.
Onde: Ágora (r. Rui Barbosa, 672, tel. 3284-0290).
Quando: "Sobre a Arte de Cortar Bifes" - de qui. a sáb., 21h, e dom., 19h. "Ato sem História" - de qui. a sáb., 22h30, e dom., 20h30; até 26/5
Quanto: R$ 10 (R$ 15 pelas duas peças).
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