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25/07/2000 - 05h11

Festival suíço reúne atrações sólidas e fica mais pop

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PAULO VIEIRA, da Folha de S.Paulo

O 34º Festival de Jazz de Montreux, encerrado no último sábado na Suíça, conseguiu uma façanha: tornou-se a síntese do pequeno país europeu da qual a cidade faz parte.

Tal como a Suíça, que construiu sua economia recebendo investimentos sem perguntar-lhes a origem, o festival aposta em atrações sólidas, sem muita preocupação com a "origem". Daí que se juntam Paralamas do Sucesso, Macy Gray, B.B. King, Lou Reed e Lionel Richie. Quanto ao jazz, esse ficou esquecido em algum lugar nas franjas de Keith Jarret, Courtney Pine e, digamos, Pat Metheny.

O formato pop se explica. Montreux recebe um público médio de 15 mil pessoas/dia, além de outro tanto que assiste atrações gratuitas, passeia pelas barracas à beira do lago Leman e recebe folhetos da União dos Bancos Suíços.

Não é possível mais pensar em pequena escala, como em 1970, quando juntava Tony Willliams e Bill Evans; nessa perspectiva, Lou Reed, precedido por uma confiante Suzanne Vega, Macy Gray, Sonic Youth e Lionel Richie foram grandes destaques.

Gray, empurrada pela divulgação de sua gravadora, conseguiu, após um ano de lançamento do disco, chegar às paradas inglesas. Natural que estivesse por Montreux, sendo atração disputada. Reed, que conseguiu data em meio a seu calendário, não fez concessões ao repertório clássico. Começou com "Paranoia Key of E", faixa que abre seu novo disco e lembra "Jumpin" Jack Flash". Seguiu irretocável sem apelar para "Vicious" ou "Wild Side".

Lionel Richie, espremido na mesma noite de Ruben Blades e Youssou N'dour (!), fez o que se espera de um artista que já foi gravada em russo, árabe e servo-croata. Um show de antigas, quase se desculpando quando apresentava o novo "single" ("out em outubro", repetia). O que foi um alívio, já que a risível "Cinderella" é produto de artista desesperado cavando espaço na Billboard. Cantou "Easy", "All Night Long", "Say You, Say Me", "Three Times a Lady", "Dancing on the Ceiling". Fala outra: ele cantou.

O público adorou, evidentemente, como gostou dos excelentes shows de Sonic Youth -um pouco policiadores e afetados por se acharem "inventores" da distorção das guitarras. Irretocável também o concerto do Everything But the Girl, cuja "Missing" deveria ser hino lounge dos anos 90, sem adversários. Não teve bossa nova, felizmente.

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