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07/05/2002 - 03h59

Diário de prostituta vira filme por "culpa" da internet

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SÉRGIO DÁVILA
da Folha de S.Paulo, em Nova York

Um dos primeiros e mais bem-sucedidos romances serializados publicados on-line foi "Diary of a Manhattan Call Girl" (Diário de uma Acompanhante de Manhattan), de Tracy Quain, que mobilizou a atenção dos (e)leitores da revista eletrônica "Salon" (www.salon.com).

Bem escrito, sem firulas nem moralismo, mas com humor, contava as aventuras de uma prostituta de luxo (cobrava US$ 350 por hora, com restrições no "cardápio de atividades") na alta sociedade nova-iorquina, as vantagens do relacionamento com o poder e a dureza de um meio muitas vezes glamourizado por jornalistas e escritores.

Foi o que bastou para atrair a atenção de Darren Star. Ele começou a ler os capítulos na "Salon" e a se corresponder com a autora por e-mail. Sua idéia inicial era fazer do livro uma série de TV. Para quem não está ligando o nome à pessoa, Star deu fama mundial à coluna de Candice Bushnell no jornal "New York Observer" ao transformá-la no seriado "Sexo e a Cidade".

Foi ele ainda que criou os programas "Barrados no Baile", "Melrose Place" e "The $treet". "Call Girl", ele decidiu depois, será sua estréia na direção de um longa para cinema, e Julia Roberts é uma das pessoas sondadas para interpretar o papel-título, da esperta Nancy Chan.

O mérito é da "Salon", uma das melhores revistas em língua inglesa à disposição do internauta na rede, que de quebra promete revelar no dia 17 de junho quem é de verdade o "Deep Throat" (Garganta Profunda), o informante dos jornalistas Bob Woodward e Carl Bernstein no caso Watergate.

Não é o primeiro romance serializado pelo site que atrai a atenção (e o dinheiro) de outras mídias. "Silicon Follies" teve os direitos comprados por Hollywood e "The Color of Love" deve virar documentário na HBO.

O endereço passou por dificuldades e correu o risco de fechar, como 101% das empresas do setor, mas começa a se firmar de uma maneira que pouca gente achou que daria certo. Há alguns meses a "Salon" vem oferecendo sua versão "premium" a assinantes, que somam nada desprezíveis 35 mil pagantes hoje.

Esse ativo permite que a revista ofereça um bom conteúdo aberto, um melhor conteúdo fechado e continue existindo. O equivalente brasileiro era o excelente No. (www.no.com.br), que fechou as portas em abril, talvez pela falta de visão de investidores e certamente pela indigência econômica de todos nós.
 

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