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10/05/2002
-
04h12
ROGÉRIO EDUARDO ALVES
free-lance para a Folha
Desde o convento em Lisboa onde tocou seus primeiros acordes em 1986 até os remixes eletrônicos a que entregou seus versos este ano, o quinteto português Madredeus manteve seu espírito. Para celebrar essa identidade, o grupo lança em São Paulo o disco "Movimento".
"Esse é um título equívoco. O CD descreve aquilo que tem marcado a história do grupo, um movimento pela divulgação da sensibilidade, da poesia, de um repertório em português e, claro, uma apologia ao movimento físico pelo mundo nas turnês", diz o idealizador do grupo e compositor Pedro Ayres Magalhães.
"Em meio a uma tendência de diluição do indivíduo na sociedade, o difícil é manter-se a si mesmo", completa.
A cada disco, a história do Madredeus é recontada pela voz inconfundível de Teresa Salgueiro, que representa o verdadeiro sustentáculo do quinteto.
"Fazemos as músicas para ela, como se elas fossem várias óperas para uma única atriz", resume Magalhães, que a descobriu por acaso, ainda adolescente, cantando um fado para amigos em um restaurante.
"O segredo do grupo é não desligar-se de si mesmo. Contamos nossa história por meio de nosso desenvolvimento espiritual", explica o compositor.
O que parece ser o passo mais arriscado nesse caminho, no entanto, ainda está por ser divulgado. Mesmo tendo músicas em trilhas como a da novela "Os Maias", da Rede Globo, ou no filme "O Amor É Cego", de Bobby e Peter Farrelly, com Gwyneth Paltrow, a verdadeira ousadia será mesmo o lançamento europeu do álbum "Madredeus Eletrônico", que está previsto para o próximo 16 de junho.
A proposta partiu da gravadora EMI quando se viu em meio à onda de música atmosférica no mercado fonográfico.
"Somente determinamos que as músicas deveriam ser retiradas dos discos "Antologia" [2000] e "Movimento" e passamos a enviar as fitas com as canções escolhidas para os artistas", conta Magalhães, sem esconder a empolgação que lhe dá o projeto e a satisfação com os resultados.
Entre aqueles que foram os responsáveis pelos remixes, estão o DJ Craig Armstrong, produtor da cantora Madonna, David Bride e Al Johnson.
Entretanto fica-se com o intimismo e a riqueza de arranjos que dominam o disco "Movimento", para cujos shows de lançamento em São Paulo só restam ingressos para a sessão extra que será realizada na segunda-feira.
"Esse é nosso maior movimento, o mais ambicioso, o mais cheio de acordes, os mais difíceis de serem tocados", afirma Magalhães, que acompanha a voz de Teresa com seu violão tradicional (seis cordas), junto com o "virtuose" José Peixoto, que usa um violão muito particular de oito cordas, Carlos Maria Trindade, nos sintetizadores, e Fernando Júdice, no baixo acústico.
Se essa arte de inovar mantendo o espírito inicial a que se propôs o grupo encontra ressonância nas aventuras eletrônicas, tem contraponto bem determinado num outro projeto a ser lançado em outubro. Trata-se de um DVD e CD duplo gravado ao vivo com a Orquestra da Rádio Flamenga, da Bélgica, comandada pelo maestro e arranjador português Antonio Vitorino de Almeida.
"Nosso espírito está mais presente na versão tecno que na orquestração sinfônica, que é muito mais festiva", desafia Magalhães.
MOVIMENTO
Show de lançamento do novo CD do quinteto português Madredeus
Quando: hoje, amanhã e domingo (ingressos esgotados) e segunda (13/5), sempre às 21h
Onde: teatro Alfa (rua Bento Branco de Andrade Filho, 722, Santo Amaro, São Paulo, tel. 0/xx/11/ 5693-4000)
Quanto: de R$ 45 a R$ 130
Madredeus celebra história em novo CD
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free-lance para a Folha
Desde o convento em Lisboa onde tocou seus primeiros acordes em 1986 até os remixes eletrônicos a que entregou seus versos este ano, o quinteto português Madredeus manteve seu espírito. Para celebrar essa identidade, o grupo lança em São Paulo o disco "Movimento".
"Esse é um título equívoco. O CD descreve aquilo que tem marcado a história do grupo, um movimento pela divulgação da sensibilidade, da poesia, de um repertório em português e, claro, uma apologia ao movimento físico pelo mundo nas turnês", diz o idealizador do grupo e compositor Pedro Ayres Magalhães.
"Em meio a uma tendência de diluição do indivíduo na sociedade, o difícil é manter-se a si mesmo", completa.
A cada disco, a história do Madredeus é recontada pela voz inconfundível de Teresa Salgueiro, que representa o verdadeiro sustentáculo do quinteto.
"Fazemos as músicas para ela, como se elas fossem várias óperas para uma única atriz", resume Magalhães, que a descobriu por acaso, ainda adolescente, cantando um fado para amigos em um restaurante.
"O segredo do grupo é não desligar-se de si mesmo. Contamos nossa história por meio de nosso desenvolvimento espiritual", explica o compositor.
O que parece ser o passo mais arriscado nesse caminho, no entanto, ainda está por ser divulgado. Mesmo tendo músicas em trilhas como a da novela "Os Maias", da Rede Globo, ou no filme "O Amor É Cego", de Bobby e Peter Farrelly, com Gwyneth Paltrow, a verdadeira ousadia será mesmo o lançamento europeu do álbum "Madredeus Eletrônico", que está previsto para o próximo 16 de junho.
A proposta partiu da gravadora EMI quando se viu em meio à onda de música atmosférica no mercado fonográfico.
"Somente determinamos que as músicas deveriam ser retiradas dos discos "Antologia" [2000] e "Movimento" e passamos a enviar as fitas com as canções escolhidas para os artistas", conta Magalhães, sem esconder a empolgação que lhe dá o projeto e a satisfação com os resultados.
Entre aqueles que foram os responsáveis pelos remixes, estão o DJ Craig Armstrong, produtor da cantora Madonna, David Bride e Al Johnson.
Entretanto fica-se com o intimismo e a riqueza de arranjos que dominam o disco "Movimento", para cujos shows de lançamento em São Paulo só restam ingressos para a sessão extra que será realizada na segunda-feira.
"Esse é nosso maior movimento, o mais ambicioso, o mais cheio de acordes, os mais difíceis de serem tocados", afirma Magalhães, que acompanha a voz de Teresa com seu violão tradicional (seis cordas), junto com o "virtuose" José Peixoto, que usa um violão muito particular de oito cordas, Carlos Maria Trindade, nos sintetizadores, e Fernando Júdice, no baixo acústico.
Se essa arte de inovar mantendo o espírito inicial a que se propôs o grupo encontra ressonância nas aventuras eletrônicas, tem contraponto bem determinado num outro projeto a ser lançado em outubro. Trata-se de um DVD e CD duplo gravado ao vivo com a Orquestra da Rádio Flamenga, da Bélgica, comandada pelo maestro e arranjador português Antonio Vitorino de Almeida.
"Nosso espírito está mais presente na versão tecno que na orquestração sinfônica, que é muito mais festiva", desafia Magalhães.
MOVIMENTO
Show de lançamento do novo CD do quinteto português Madredeus
Quando: hoje, amanhã e domingo (ingressos esgotados) e segunda (13/5), sempre às 21h
Onde: teatro Alfa (rua Bento Branco de Andrade Filho, 722, Santo Amaro, São Paulo, tel. 0/xx/11/ 5693-4000)
Quanto: de R$ 45 a R$ 130
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